Na manhã seguinte...
Meus olhos se abriram pelo clarão que iluminava o lugar. A visão ainda estava embaçada e esfreguei os olhos para enxergar melhor. Ouvi bem de longe a música I heard it though the grapevine que parecia estar vindo do jardim.
Me levantei correndo os olhos por todos os lados quando me deparei com uma bandeja prata de café da manhã em cima da mesinha de centro. Logo mais aquele cheirinho gostoso de café feito na hora passava pelas minhas narinas e abri um sorriso largo no rosto fechando os olhos imaginando experimentar a bebida.
Me aproximo e como um bolinho e depois tomo um gole de café que por sinal está incrível. Declan além de ser um cara durão e charmoso, ainda sabe me conquistar pela boca.
Mas o que me chama mais atenção é a música que está vindo do jardim. Ando em direção a porta e a música fica cada vez mais alta. Escoro no batente tentando descobrir o porquê de Declan ouvir música alta logo cedo. Caramba! Ainda são 07h00 da manhã e ele acorda com uma animação.
Tomo mais um gole de café quando seus braços surgem estendidos em uma barra de ferro. Declan Harp faz movimentos malhando os braços. Aqueles braços musculosos e dono de um shape maravilhoso e sexy que me faz ter pensamentos impuros e pecaminosos.
Deus do céu! O que estou pensando? Mamãe é capaz de surtar se um dia souber que tive pensamentos como esses de agora. Até me vem na cabeça ela dizendo que é recatada e muito religiosa. Não que nunca se passou na minha cabeça ter pensamentos que estimulam certas coisas do organismo, mas dessa vez olhando para aquela paisagem, se tornam cada vez mais intensos. — Penso, em silêncio pegando em meus devaneios suspirando fundo quando me dou conta de que Declan estava me olhando há um bom tempo sentado no banco de descanso.
Engulo em seco e desço os degraus indo até a sala de academia. Fico admirada ao ver o tanto que é bonita a casa de Declan e então passo pela porta ao me sentar no outro banco.
— Você parecia tão bem dormindo que não quis te acordar. — Ele fala, arrumando o coque samurai o que faz deixá-lo ainda mais sexy.
Cala boca, Diana! — Penso, em silêncio voltando para à Terra.
Sorrio de lado e ergo as sobrancelhas tomando mais um gole de café.
— Ainda bem que não é só a Drika que sabe me conquistar pela boca. — Falo, apenas deixando a xícara sob o banco.
Declan abre um sorriso desleixado no rosto e balança a cabeça.
— Você está blefando! — Ele afirma, erguendo as sobrancelhas.
— Porquê acha que eu estaria blefando? É verdade. Pensei que o seu negócio era só matar. Mas me enganei. Seu café é muito bom. — Respondo, sorrindo de volta.
— Tá bom! Que bom que gostou do meu café. — Declan fala, deitando-se no banco e estende a barra de ferro com peso para cima voltando a malhar os braços. — Mas aí, quem é Drika?
— Drika foi a minha babá. Ela cuidou de mim até eu completar meus quinze anos. Na verdade, ainda cuidava antes desse incidente acontecer. Ela não é só uma empregada da casa, mas é da família. — Explico, calmamente.
— Ela deve ser uma pessoa muito importante na sua vida ... — Ele diz, apenas sorrindo de lado.
Abaixo a cabeça meio sem graça pelo sorriso em seu rosto e volto a olhar para ele.
— Essa conversa que estamos tendo, quer dizer que somos amigos? — Pergunto, erguendo as sobrancelhas esperando um sim sair de seus lábios.
Ele sorri novamente e isso está me deixando sem jeito. Ainda mais o vendo sem camisa com o peito todo descoberto.
— Amigos.
Declan termina de se exercitar e então se levanta dando de ombros. Faço o mesmo e ele sai para fora andando até o jardim e eu o acompanho logo atrás.
— Porquê você não toma um banho de piscina? — Ele pergunta, puxando assunto.
— Porque eu não tenho um biquíni. — Respondo, erguendo as sobrancelhas.
Declan coça a nuca e põe as mãos na cintura me olhando nos olhos.
— Claro! Eu vou providenciar isso. — Ele diz, dando de ombros tirando a cadeira do sol.
Ainda bem que ando sempre preparada para tudo. Dei a sorte de colocar um conjuntinho de lingerie branco dentro da bolsa e então para quê esperar por um biquíni? Tiro a camiseta que Declan havia me emprestado e então pulo na piscina sentindo a água com cheiro de cloro tocar na minha pele. Volto para a superfície e Declan se vira para ver o que tinha acontecido.
— A água está divina! — Afirmo, esfregando os olhos.
— Você... Não... Diana, as suas mãos... — Eu o interrompo, erguendo os braços.
— Estão melhores! Obrigada. — Agradeço, sorrindo.
— Bom, muito bom! Eu vou tomar um banho e vou dar uma saída. Nós vemos mais tarde. — Declan diz, dando de ombros.
***
Declan
Abaixei os óculos tentando enxergar melhor, o prédio da esquina que ficava em frente a uma lanchonete antiga. Abri a caixa preta e peguei a carta que antes era branca e agora o papel ficou completamente amarelo, retirando-o do envelope.
Fico me perguntando, porquê Karl escreveria logo o nome da Diana e o endereço de onde mora em uma carta? E que ligação ele teria com a filha do Charlie? E porquê tantos nomes para serem executados? Seja lá o que for que Karl planejava, Diana corre perigo. Eu preciso protegê-la. Nem que eu tenha que voltar para aquela vida outra vez. — Penso, em silêncio colocando a carata de volta para dentro da caixa e tiro o revólver da cintura.
Olhei mais uma vez para a porta de entrada do prédio e lá estava ele. Carregando uma maleta preta na mão esquerda e com a outra o celular. Ele parecia esperar que alguém fosse buscá-lo e então essa seria a oportunidade de executá-lo. Arranquei o motor e acelerei o carro antes de pensar em desistir dessa ideia. Estiquei o braço e apontei a arma sentido a sua cabeça pronto para dar um disparo. Segundos depois, aperto o gatilho e o primeiro disparo acontece conforme o planejado. Atiro mais uma vez, mas dessa vez no peito acertando seu coração e o velho cai morto no chão.

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Tarde Demais
Storie d'amoreEla é um anjo de luz. Ele é o demônio da escuridão. Ela é a vida. Ele é a morte. E juntos são a carne e alma um do outro. Mas o que exatamente o destino preparou para os dois, às vezes é consequência de seus atos. Diana Kyllen foi salva por um...