Tarde Demais

Capítulo 14

Declan

— Declan, para! — Diana continuava a falar, forçando com às duas mãos para que eu me afastasse de seu corpo.

   Nenhuma mulher me rejeitou até o momento e isso me tira do sério. Ainda mais quando põe as mãos em meu peito para que eu saia de cima. Mas foda-se, eu aceito qualquer coisa para tê-la essa noite.

   Depois de desabotoar sua calça, eu a puxo para baixo retirando a vestimenta que cobre suas pernas lindas onde eu já as vi desfilando por toda a casa quando usava minhas camisas que para Diana, parecia mais uma camisola. Ela fecha os olhos e franze o cenho recuando para trás na tentativa de fugir, mas eu a prendo com a mão esquerda segurando sua cintura e novamente deixo meu corpo aos poucos cair por cima do seu e volto a beijar seu seio por debaixo da blusa que insiste me deixar mais irritado por ainda não ver aqueles lindos biquinhos arrepiados de tesão, mas que somente ganham a forma na maldita blusa.

   Diana abre os olhos e mais uma vez tenta se debater contra mim, fazendo com que eu me afaste de vez de seu corpo. Ouço seus murmúrios como uma súplica. Parte de mim a deseja tanto quanto a outra parte a quer longe. Eu não seria capaz de forçá-la a fazer sexo. Mas essa garota me provoca e tenta de todas as formas se aproximar, mesmo que eu tento afastá-la. Finalizo o beijo mordiscando levemente seu queixo, quando recuo para trás bufando olhando para a parede de costas para Diana.

   Me viro novamente e a vejo levantar-se da cama se reaproximando de mim e me recuo com dois passos para trás a fuzilando com os olhos.

— Era assim que você queria me machucar? Me forçando a fazer amor sem que eu queira? — Ela rosna, possessa de raiva.

   Parece que tudo que fazemos, sempre acabamos brigando no final. Como se fôssemos o inferno astral um do outro e isso me deixava frustrado. Que diabos está acontecendo? Porquê ela é tão vulnerável e, ao mesmo tempo tem forças para me fazer desistir de tudo? — Penso, em silêncio andando de um lado para o outro.

   Eu a olho com despeito e quebro o silêncio desviando os olhos para pegar a camisa.

— Eu não sou como os outros homens, Diana. E você me faz perder a paciência, coisa que isso nunca aconteceu. Foi um erro, eu trazer você aqui. — Retruco, voltando a olhar para seus olhos que estão quase lacrimejando-se.

— Eu não acredito que você seja assim. Há uns dias, você foi o homem que me salvou. E agora, você me despreza... — Diana fala, com o pouco ar que sai de sua boca. Eu a interrompo, vestindo a camisa.

— Se um dia eu fui bom, esse dia já passou! — Afirmo, franzindo o cenho. Dou de ombros para Diana, na tentativa de sair de casa para esfriar a cabeça.

   Ouço sua voz chamando pelo meu nome que me faz pensar no poderia acontecer se eu não tivesse recuado e mantenho minha decisão de sair de casa para esfriar a cabeça.

   Dirijo sem direção alguma, apenas repensando na merda que eu fiz. Beijei a garota e a arrastei à força para perto de mim como nunca fiz com outra mulher. Isso foi um erro e um erro maior ainda, tê-la levado para casa.

   Depois de algumas horas e já com a cabeça fria pronto para voltar pra casa e me desculpar com Diana, o celular toca no bolso da calça, mantenho os olhos fixos na estrada e pego-o olhando de relance quem poderia ser uma hora dessa. A voz de Freya soava do outro lado da linha, me chamando para ir ao clube visitá-la. Mas essa não seria uma boa hora para ir ao clube enquanto Diana estaria sozinha. Digo a Freya que não vai dar e desligo a ligação, dando meia volta para trás de volta pra casa.

Diana

   A madrugada era mais fria como em uma noite normal. Encolhi meus braços deixando-os cruzados andando pelas ruas de Filadélfia sem destino. Afinal, não sabia onde estava, mesmo que eu tenha nascido aqui, eu nunca andei do outro lado da cidade. Mas eu estava realmente decidida a não voltar para aquela casa e muito menos ficar perto de Declan.