Capítulo 51

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   Como a minha barriga estava grande, Declan e eu decidimos ficar por aqui mesmo. Na minha casa, já que o médico me proibiu de viajar, por ser uma segurança a mais para Hanna. Ela vai se chamar como a mãe de Declan que já faleceu. Mas ele ainda não sabe. — É uma surpresa.

   Lupita passa pela porta do meu antigo quarto com uma cesta de roupas nas mãos e caminha para a minha direção sentando-se na cama. Meu sorriso se abre espontaneamente, quando ela me mostra as roupinhas que comprou para a sua afilhada.

— Lupita! São tão lindas! — Digo, levando as mãos na boca e balanço a cabeça.

— Eu sabia que você iria gostar. Chegaram hoje na mansão Lovunuir. — Ela fala, referindo-se a mansão em que morava com Bruce e que agora virou uma casa de vestidos. — E é claro, não deixei de vir aqui para ver a sua cara de felicidade.

   Lupita e eu nos abraçamos por um tempo e mamãe entra no quarto, segundos depois.

— Então estão abrindo os presentes, sem a minha presença? — Mamãe pergunta, revirando os olhos.

   Logo mais ela se senta em uma cadeira ao meu lado e olha alguns presentes de Hanna e quebra o silêncio.

— Diana, minha filha! Você está tão linda! — Ela fala, fazendo um carinho na minha barriga. — E espero que se pareça muito comigo.

— Mamãe, ela até pode ter esse seu lado sentimental e protetora. Mas ela vai se parecer com a Diana...

— E porquê você acha que não poderá se parecer logo comigo, que eu que sou a avó, Lupita? — Mamãe interrompe Lupita, com tom de ironia. — É mais que justo! Afinal, eu vou ser mãe, pela quarta vez. Não se esqueçam que eu cuidei do meu príncipe Jax.

   Lupita e eu nos entreolhamos e damos gargalhadas. Pego a mão de mamãe e concordo com a cabeça, quebrando o silêncio.

— É claro que ela vai se parecer com a avó. Fique tranquila, mamãe! E como a senhora mesmo disse, será mãe pela quarta vez, porque cuidou direitinho do meu afilhado. — Falo, apenas olhando em seus olhos.

   Um barulho se aproximava a cada passo apressado pelo corredor da casa. Recuo para trás ainda sentada na cama e mamãe se levanta calmamente pedindo para que não fazemos barulho. Lupita se levanta e ao dar um passo a frente, mamãe a impede fazendo uma barreira. Lupita faz gestos, pedindo silêncio e se aproxima do criado-mudo ao pegar o abajur. Ela caminha em direção a porta permanecendo no quarto, mas fica escondida. Quando Franklin surge pelo batente da porta com a respiração descontrolada.

— Vocês precisam sair daqui, agora! — Ele fala, em voz alta, agitado.

   Me levanto assustada e meus olhos se arregalam ao vê-lo tão agitado. Lupita abaixa imediatamente o abajur e mantém distância de Franklin.

— Mas porquê? O que está acontecendo? — Mamãe questiona, intrigada.

   Dois disparos são efetuados, atravessando a cabeça de Franklin. Levo as mãos na boca, ao vê-lo cair na minha frente, sem poder fazer nada. Toda a minha atenção, fica exatamente naquela porta e abaixo as mãos acariciando a minha barriga, como forma de proteção.

   O pisar de sapatos em direção ao meu quarto, me deixa mais amedrontada. Assim, como mamãe e Lupita que caminha para a nossa direção assustada. A sombra logo surge minutos depois e as suas vestes negras, aparecem da forma em que o vento que passa pela janela do quarto, faz com que a barra do seu sobretudo, balançasse cada vez mais.Charlie olha para o corpo de Franklin e passo por ele, sem ao menos sentir remorso algum, apontado o revólver para quem quer que estivesse na sua frente.

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