Capítulo 39

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   Vicky sente minhas mãos ao tocar das suas sob as minhas. Ela recua para trás nervosa e põe a mão na barriga, ao sentir o chute do bebê. Soube que é um menino e vai se chamar Jax. 

   Sorrio, ao me emocionar. Deve ser a coisa mais linda, sentir os pezinhos do bebê chutando a barriga.

   Vicky tira a venda que tampava seus olhos e os mesmos se arregalam, ao me deparar a sua frente. Vicky abre um sorriso largo no rosto e me abraça, sem pensar duas vezes. Estou sendo amassada por ela nesse momento, mas não tem como não evitar os carinhos da minha melhor amiga.

— Diana! Não acredito! — Ela afirma, erguendo as sobrancelhas. — Você veio para o meu chá de fraldas.

   Assinto, sorrindo de lado e quebro o silêncio.

— Eu não poderia perder esse chá por nada nesse mundo! — Digo, apenas. Eu pego em suas mãos e a beijo em gesto de carinho. — Você é minha melhor amiga.

   Vicky e eu conversamos muito e sobre tudo que aconteceu durante esses oito meses em que eu estava longe. Ela admite que foi um erro ter ido pra cama Kalel, sabendo que ele ainda gostava de mim. Amenizei a situação, dizendo que se eles não tivessem ficado juntos, Denner não viria ao mundo. E como pais, tem o total dever de amar e cuidar do pequeno que estar por vir.

   Depois de me despedir de todos, decidi não voltar para casa. Mas preferi fazer outro trajeto, voltando para aquele bairro que passei meses fora de casa, enquanto supostamente, eu estava desaparecida.

   Meu celular toca dentro da bolsa. Sem tirar os olhos da estrada, eu o procuro dentro da bolsa e logo mais o atendo, observando que Franklin me liga.

— Tem notícias do Declan? — Pergunto, apenas puxando assunto.

— Ele está bem, Diana! Mas as coisas não vão ficar se o FBI aparecer na casa dele amanhã de manhã. — Ele diz, em um tom preocupante.

— Como assim o FBI vai estar na casa do Declan? Eles vão invadir? — Questiono, intrigada e franzo o cenho ao acelerar o carro.

— Eles conseguiram uma ordem judicial para entrarem na casa do Declan. Diana, eu estou te avisando, caso o FBI localize provas que possam incriminá-lo, a pena será maior! Talvez... Talvez, eu não conseguiria um acordo para soltá-lo...

— Eu darei um jeito! — Eu o interrompo, mantendo os olhos fixos na estrada. — Ele não vai pegar essa pena.

— Eu sei que você o conhece muito bem. E sei que vai se livrar de qualquer coisa. Eu vou ajudá-lo! Mas não me meta nisso! Não me coloque dentro das coisas que fizer...

— Eu já disse, Franklin! Eu vou dar um jeito! — Digo, desligando a ligação.

   O sinal fecha e há vários carros parados, esperando o sinal abrir outra vez. Mando uma mensagem para Kalel, avisando para ele me encontrar no endereço que lhe enviarei por mensagem e acelero o carro, quando o sinal abre novamente para mim.

***

   O relógio marcava 04h00 da manhã e mais uma noite, não consegui pregar os olhos nem por um segundo. As sacolas estavam todas prontas e eu aguardava a presença de Kalel, tomando mais um gole de café daqui da sacada, quando me deparo com uma Harley preta se aproximando perto da calçada da casa de Declan e estaciona a moto.

   Kalel tira o capacete e acena, fazendo sinal para mim. Eu assinto com a cabeça e dou de ombros indo ao seu encontro.

   Abro a porta principal e dou de cara com ele a minha frente. Eu entrego as sacolas e peço para que ele as põe, no porta-malas. Kalel me olha intrigado e molha os lábios quebrando o silêncio.

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