Capítulo 08

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Declan

   Visto a camisa e em seguida coloco uma jaqueta de couro por cima. O celular vibrava em cima do criado-mudo ao lado da cama. Me aproximo e me surpreendo ao ver quem me ligava. Pego o celular e atendo a chamada ouvindo a voz do outro lado da linha.

— Esquece, eu não vou fazer o serviço sujo pra você, Charlie. — Digo, possesso de raiva.

— Eu quero que você mate o cara que fez a minha filha de refém e que a encontre. Pago o preço que for, mas traga a minha filha de volta. — Charlie fala, do outro lado da linha.

   Balanço a cabeça em negação pensando no que fazer.

— Eu não sei como encontrá-lo! Não vou poder ajudar. — Digo, lamentando.

— O endereço já deve ter chegado por mensagem no seu celular. Eu quero ele morto e eu confio em você mais do que ninguém para trazer a minha filha de volta, Harp. É o último serviço que eu peço pra você fazer. E aí eu te deixo em paz. — Charlie diz, apenas.

— Não posso prometer em levá-la com vida, Charlie. — Digo, não dando esperança pela volta pra casa de Diana.

   Se Charlie souber que ela está comigo, não sei do que seria capaz. Preciso dar um jeito nessa merda que fiz. — Penso, em silêncio encerrando a chamada.

   Pego a chave do carro e saio do quarto passando pelo corredor outra vez e desço as escadas ao olhar de relance para Diana que está parada na porta da sala dando acesso ao jardim.

   Nos entreolhamos ao mesmo tempo e dou de ombros seguindo pela porta principal quando ouço seus passos atrás de mim.

— Onde você vai? — Ela pergunta, com a voz embargada.

   Me viro olhando em seus olhos cansados de tanto lacrimejarem e quebro o silêncio.

— Eu vou atrás do homem que te espancou e vou matá-lo. — Respondo, totalmente frio fixando meus olhos nos seus.

   Diana me olha com desprezo e remorso, eu posso ver isso. Dou de ombros indo em direção ao carro e ouço os berros de Diana tentando me impedir que eu me vingue. Mal sabe ela que o seu pai me contratou para executar o verme maldito.

— Declan, por favor não! Foi errado o que ele fez. Mas ele não precisa morrer! Eu estou pedindo. — Diana suplica, aos soluços que mal as deixam falar.

— A alma dele está condenada a ir para o inferno. Assim como a minha. — Respondo, friamente e entro no carro acelerando o motor observando Diana que ainda se encontra parada na porta de casa.

***

   O desgraçado reclama de dores e mais uma vez ponho a bola de beisebol no lançador que acerta em cheio seu nariz. O sangue escorre segundos depois. Ele tenta se soltar, mas certifiquei que as cordas estão muito bem amarradas.

   Brinco com o taco de beisebol girando de um lado para o outro e me aproximo de Ivan levantando as sobrancelhas. Ivan balança a cabeça em negação e eu quebro o silêncio.

— Você gosta de bater em mulheres, certo? — Questiono, apenas. — Não é nada pessoal, mas você já parou pra pensar se a sua filha fosse espancada?

   Lanço o taco rumo a sua costela esquerda e fico possesso de raiva ao imaginar o que esse crápula fez com a Diana. Tiro a mordaça de sua boca e ouço as mesmas súplicas de sempre. Por favor, pare, não vou fazer isso de novo. As mesmas coisas de sempre.

— Não faça nada com a minha filha! Ela não tem culpa de nada... — Ele rosna, furioso.

   Lanço fortemente várias vezes o taco no mesmo lugar. Ivan berra deixando as lágrimas caírem. Me afasto dando de ombros andando de um lado para o outro e volto a olhá-lo mais uma vez.

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