Capítulo 18

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   O homem sai por detrás da sombra da porta e caminha em minha direção, sem ao menos saber que quem o aguarda, há poucos minutos, fará o mesmo apontando o revólver em sua cabeça. Ponho as mãos para cima devagar, como se eu estivesse me rendendo e então ele quebra o silêncio, tirando a arma da minha mão.

— Eu sei que o dono está aqui. Cadê ele? — Ele pergunta, nervoso.

   Tento me virar para ver seu rosto, mas logo ele me detém, me dando uma coronhada. Cambaleio para frente com a visão meio turva e ponho a mão na nuca, sentindo o sangue descer aos poucos.

— O que você quer? — Rosno, entredentes.

— Eu só quero o dinheiro e ir embora, tá bom? Agora, você vai me levar até o dono e vai fazer o que eu pedir.

   O silêncio rondava pelos quatro cantos da sala. E eu esperava a hora de Luke se apresentar pessoalmente. 

— Então você queria me ver? Que gentil, da sua parte! — Luke soa, atrás do verme maldito que logo se vira. Faço o mesmo e desvio os olhos para Luke que aponta a arma na cabeça do imbecil. — Vamos dar uma voltinha.

   Luke tira o revólver da mão do estranho e abre passagem para que ele saia do lugar. Ele se recusa a obedecer e então, lhe dou um soco em seu rosto segurando-o pela camisa para que não caia e o levo para fora. Ouço a voz de Luke chamando a polícia pelo celular enquanto andamos pelo corredor. Luke me entrega a arma e eu miro na testa do verme ameaçando-o, abrindo a mesma gaveta que Luke tirou a arma e pego cordas para amarrá-lo até a polícia chegar.

   Com as mãos e pés bem amarrados, Luke pede para eu subir e ver como as meninas estão. Eu assinto, concordando e dou de ombros indo ao encontro de Ravena e Diana. Subo as escadas sentindo um pouco de dor pela pancada que o desgraçado havia me acertado e novamente sinto minha visão turva. Olho para cima, mirando para um só ponto para amenizar a tontura e assim que me sinto pouco melhor, termino de subir o último degrau e chego até a porta tentando abri-la.

— Diana, sou eu! Por favor, abre a porta. — Digo, com a voz rouca e apoio a mão direita no batente da porta.

   Em seguida, ela abre a porta e seus olhos se arregalam surpresos ao me verem outra vez. Adentro a sala e ela põe as mãos na boca se aproximando e desvio os olhos para Ravena que se distrai assistindo desenho.

— Declan... Céus! O que houve? O que aconteceu... — Eu a interrompo, olhando em seus olhos e tiro as mãos de sua boca.

— Tá tudo bem! Eu estou bem, Diana. — Respondo, apenas sem tirar meus olhos dos seus. — Tentaram assaltar o bar, era só um cara. A polícia já está a caminho.

   Sorrio em linha reta e dou de ombros caminhando até o sofá e novamente sinto a tontura. Diana se aproxima rapidamente e me segura, me fazendo apoiar meu braço em seus ombros.

— Declan, a sua nuca está sangrando! — Diana afirma, enlaçando seu braço na minha cintura e nos sentamos. Escoro no sofá, olhando para cima e ela balança a cabeça assustada. — Eu preciso cuidar disso!

   Pego o rosto de Diana com as duas mãos e faço olhar em meus olhos que estão à milímetros de distância dos meus e quebro o silêncio.

— Depois a gente vê isso. Eu vim ver como estão... — Diana me interrompe, tirando minhas mãos de seu rosto e recua para trás se levantando. Ela dá de ombros e me deixa a ver navios sem dizer uma só palavra. — Onde você vai? Diana?

   Ponho as mãos no rosto e balanço a cabeça imaginando o que Diana vai fazer. Escoro novamente o corpo no sofá e tento relaxar, mas é em vão. Tudo está acontecendo tão rápido, a lista de homens para serem mortos parece não ter fim e eu estou pra ficar louco. 

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