Capítulo 45

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Diana

   O celular do Franklin só fica na caixa postal. Ele não atende as minhas ligações e eu queria apenas saber se o juiz aceitou a proposta de Declan pagar fiança. Isso está me deixando mais nervosa. E eu odeio quando isso acontece.

   Desço as escadas depois de fazer o pequeno Jax dormir e me deparo com Kalel vindo para a minha direção. Eu paro em sua frente e ele pega na minha mão quebrando o silêncio.

— Está pronta? Todos estão te esperando. — Ele diz, me fitando com os olhos.

   Assinto, com a cabeça e sorrio em linha reta.

— Eu esperava muito por esse momento. — Digo, deixando escapar um leve suspiro.

   Ver a minha família reunida e comemorarem sob a nossa vitória de recuperar a fábrica para eles, não teve coisa melhor. Mal sabem eles, que o comprador anônimo, era o assassino de aluguel contratado pelo meu pai. Meu marido e pai do meu filho.

   Aproveito que todos estão reunidos e me levanto da cadeira apoiando as mãos sob a mesa, quebrando o silêncio.

— Quero agradecer a presença de todos. Eu fico muito feliz por vocês estarem na minha casa e da mamãe. Assim, como fico feliz que conseguimos recuperar a fábrica. — Agradeço, apenas sorrindo.

   Afasto uma madeixa do cabelo atrás da orelha e limpo a garganta quebrando o silêncio.

— Eu digo nós, porque se não fossem por vocês, a fábrica de madeira Kyllen não existiria. Graças ao vovô que ergueu aqueles muros, hoje, temos uma história para contar. Sei também, que meu pai está pagando o preço por isso. Mas eu quero, dá uma notícia para vocês. Quem sempre esteve por trás de comprar todas as ações, era o Declan.

— Filha? Diana, o que você está dizendo? — Mamãe questiona, intrigada.

   Desvio os olhos para ele e abaixo a cabeça, engolindo em seco.

   Preciso dizer a verdade. Preciso. — Penso, em silêncio e inclino a cabeça olhando para frente observando que todos meus olham atenciosos.

— Declan sempre foi o comprador anônimo. — Digo, em voz alta. Ouço vários cochichos e alguns de meus primos ficam eufóricos. — Quero que saibam também, que Declan é o meu marido e estamos casados. E independentemente, que ele tem feito, eu exijo que vocês o respeitem.

   Mamãe leva as mãos na boca e se levanta me olhando nos olhos.

— Diana, como pôde? — Ela questiona, baixinho.

— Essa notícia também me pegou de surpresa. E mesmo que eu soubesse que estaria casada com ele, eu jamais me arrependeria, mamãe! — Afirmo, dando de ombros e saio da sala de jantar.

   Vou de encontro com a Drika e ela ergue as sobrancelhas, quebrando o silêncio.

— Posso trazê-la? — Ela pergunta, sorrindo.

— Não! — Afirmo, balançando a cabeça em negação. — Eu irei acompanhá-la até a sala de jantar.

   Lupita me aguardava no jardim, esperando a hora certa de entrar. Ao me ver, ela caminha para a minha direção e sorri nervosa por esse momento tão importante em sua vida. Conhecer a nossa mãe.

   Adentramos pela casa que sempre foi dela e andamos até chegar na sala de jantar. Meus tios e meus primos se viram, assim que chego acompanhada de Lupita. Vovó e vovô fazem o mesmo e mamãe, me olha como se ainda me julgasse pelo o que disse minutos atrás.

— A segunda e última notícia do dia é que finalmente... — Digo, abrindo um sorriso descontrolado no rosto. — Finalmente depois de tanto tempo, eu encontrei a minha e verdadeira  irmã perdida. A filha que a senhora acha que estava morta, mamãe.

Tarde DemaisOnde histórias criam vida. Descubra agora