Capítulo 29

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   Ela sorri depois que Lupita lhe diz algo continuando a descer cada degrau vindo para o jardim da fazenda, quando seus olhos miram sem destino alcançando os meus me fazendo ficar de pernas bambas. Diana trava antes mesmo de descer o último degrau apoiando a mão ao lado do chafariz.

   Dou de ombros para Bruce que bebe mais um gole de whisky e sigo para sua direção sem tirar meus olhos dela. Nem as pessoas, a música que toca no fundo, ou mesmo se tivesse alguém conhecido, faria com que eu desviasse minha atenção daquela loira de botas country, saia com franja e uma camisa jeans que ainda me olha surpresa pela minha chegada.

   Meu coração bate disparadamente a cada segundo para cada passo que me aproximo de Diana e minhas veias estão mais agitadas como nunca. Nunca fiquei assim por nenhuma mulher, eu estou completamente estranho e sinto uma corrente elétrica percorrendo por todo meu corpo. Isso me deixa louco, mas não posso mais fingir o que sinto. Estou apaixonado por aquela mulher.

   Finalmente estamos frente a frente e meus olhos estão vidrados nos seus. Lupita sorri de lado como um ato de cumprimento. Desvio por apenas alguns segundos para ela e inclino a cabeça, retribuindo como se fosse olá e novamente volto a olhar para Diana.

— É bom que está de volta, Declan! Vou ver onde Bruce está. Até mais. — Lupita fala, dando de ombros nos deixando a sós.

   O vento chicoteia os cabelos de Diana enquanto o sol bate em seu rosto deixando seus olhos rajados em tons âmbares. Eu dou um passo a frente e ela recua com um passo para trás, antes mesmo de deixar eu tocar em seu rosto com os dedos e abaixa a cabeça. Seu olhar volta para mim assim que eu abaixo o braço, não tirando meus olhos dos seus e ela quebra o silêncio.

— O que você faz aqui, Declan? — Diana pergunta, franzindo o cenho.

   Minha reação é de espanto. Franzo as sobrancelhas dando um passo para trás confuso.

— Diana... — Digo, seu nome fazendo uma breve pausa. — Eu vim para levá-la comigo!

   Ela balança a cabeça de um lado para o outro em discordância e cruza os braços me fitando com os olhos.

— Toda vez que tentamos ficar juntos, algo nos separa. Nos distancia um do outro... 

— Mas no final a gente sempre resolve as coisas, Diana! — Eu a interrompo, a encarando com os olhos. Me aproximo mais uma vez e ela mantém parada no mesmo lugar apenas me olhando. — Eu fiz muitas coisas das quais eu não me arrependo. E uma delas, é ter conhecido você. Porque se não fosse por você, eu não estaria como estou agora!

— E como se sente agora? — Ela questiona, de imediato abaixando os braços.

   Merda! Ela tinha que perguntar? — Penso, em silêncio balançando a cabeça.

— Não me faça ter que responder, Diana. — Retruco, impaciente e  reviro os olhos. — Venha comigo! E eu te contarei tudo. Eu não esconderei mais nada de você. 

— Você fala como se fosse fácil! Alguma vez, passou na sua cabeça como eu me sinto? Como eu estou desde quando nos conhecemos? Você é um egoísta, Declan! Porque nunca se quer, pensou nisso...

   Suas palavras me deixam irritado a ponto de ser ríspido outra vez com ela, já que tantas vezes, eu a tratei assim no começo. Me aproximo enchendo por completo o peito de ar e a vejo encolhida e indefesa a olhando por cima.

— Eu a protegi no último momento em que estava prestes a morrer naquela porra de depósito. E continuei a protegê-la, todas às vezes que tentaram te tirar de mim! — Afirmo, em um tom de voz mais baixo.

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