Capítulo 02

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No dia seguinte...

   Após acordar bem cedinho e tomar um banho relaxante saio pela porta do quarto e a Drika se aproxima com os olhos arregalados.

— Drika, bom dia. Papai e mamãe já acordaram? — Pergunto, apenas.

   Drika é a empregada da família desde que nasci. Pra falar a verdade, ela é mais que uma empregada. Ela foi a minha babá e sempre será alguém muito especial na minha vida.

— Ah, minha menina! Seus pais já estão lá embaixo tomando café da manhã. E o seu pai não está com uma cara boa. — Drika responde, preocupada.

   Reviro os olhos e balanço a cabeça imaginando no que poderia ser e quebro o silêncio.

— Entendi. Bom, eu vou descer para comer algo também. — Digo, dando-lhe um beijo na sua bochecha e dou de ombros.

— E que história é essa de que a senhorita fugiu do almoço de formatura? — Ela questiona, brava.

   Me viro e ergo as sobrancelhas no primeiro degrau da escada e sorrio em linha reta.

— Por favor, Drika não brigue comigo! Já basta que eu terei que enfrentar um interrogatório agorinha no café da manhã. E afinal, eu estava aproveitando os meus últimos dias como estudante do ensino médio. — Choramingo, cruzando os braços. 

   Drika me olha quieta no mesmo lugar e quebra o silêncio.

— Hum... Você sabe que eu não vou poder te acobertar pelo resto da vida. E onde você vai depois de tomar o seu café? — Ela pergunta, desconfiada.

— Não fala para os meus pais, mas eu vou ver o Kalel. Papai não gosta dele e então não quero que ele vá atrás do Kalel para não acontecer o pior. — Sussurro, baixinho.

— Deus que me livre, menina! Vê se não vai aprontar mais uma, Diana. Da última vez eu que tive que me desculpar por você. — Drika diz, relembrando o passado.

— Pode deixar! Vou me comportar bem, Drika. — Digo, sorrindo de lado e dou de ombros descendo as escadas.

   Ando pela sala até chegar na sala de jantar e encontro com papai e mamãe tomando café. Me sento ao lado de papai que me olha com total frieza e ele quebra o silêncio.

— Aproveitou a noite ontem, Dna. Diana? — Ele pergunta, fixando seus olhos nos meus.

   Papai quando me chama de Dna. Diana, sinal de que não é coisa boa. — Penso, em silêncio ao colocar o lenço sob o colo.

— Aproveitei à beça. Papai. — Respondo, totalmente irônica e sorrio de lado.

   Ele toma um gole de café e mamãe e eu nos entreolhamos em silêncio.

— E tinha que ser logo em um bar de quinta? — Papai pergunta, cortando um pedaço de queijo.

   Pego um pãozinho e em seguida coloco um pouco de suco de maracujá na taça. Olho em seus olhos fazendo com que toda sua atenção volte para mim. Essa tática sempre funcionou. Até Vicky fala que eu deveria ser atriz, pois, eu sei atuar muito bem.

— Lá, com certeza, não é um bar de quinta! — Digo, convicta. Me coro, minutos depois de ser um pouco grossa com ele e me recomponho. — Papai, eu sei que o que eu fiz foi errado. Ainda mais sair sem dizer nada. Mas se eu tivesse falado, vocês não teriam deixado eu... — Ele me interrompe, pegando na minha mão.

— Diana, todos nós erramos filha. Uma vez, seu avô me colocou de castigo por eu ter fugido da escola para brincar na floresta. Eu já fui como você. E sua mãe também. O que me impressiona, é que você concorda mesmo que esteja errada. — Papai diz, deixando um sorrisinho aparecerem seu rosto.

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