Final + Book Trailer

693 43 24
                                    

Ferndale, quatro anos depois...

   Declan, eu e as crianças, decidimos construir uma nova vida longe de Filadélfia. O passado não nos importava mais e o agora, foi a melhor coisa que fizemos desde quando nos mudamos para Ferndale. Tudo estava indo bem, com os negócios da madeireira que Declan e eu, abrimos em Ferndale. Todas as ações, pertenciam somente para a herdeira original da família Kyllen, minha irmã Lupita. Mas ela vendeu a empresa para um comprador de confiança, abrindo uma loja de vestidos na nossa nova cidade. Lupita preferiu deixar comigo, as minhas ações que Charlie havia me dado, já que eu ajudei a recuperar o que era nosso de direito. É por ela e com as economias que Declan guardou com os trabalhos que teria feito para Charlie, que conseguimos abrir a Harp Madeireira&Construções. E com o dinheiro das minhas ações, decidi fazer um bom negócio. Me dediquei ao ramo de design de interiores, assistindo algumas aulas com o nosso vizinho Jim, que trabalha há anos no mesmo negócio. Mesmo não tendo uma formação adequada, me aperfeiçoei e hoje, eu gosto do que faço.

   Domingo era dia de almoço com toda a família reunida. E desde então, moramos com o papai na casa dele, mais a mamãe, Lupita, Kalel, meu afilhado Jax e a nossa querida Drika. E é claro que eu não poderia deixar de ver o Alexandre em seu escritório que dá acesso à  vista mais linda das montanhas, com as suas prateleiras cheias de livros e a sua datilografia à moda antiga. Típico de Alexandre Black.

   Me aproximo, enquanto ouço os seus dedos se movimentarem pelos teclados, escrevendo o último capítulo do seu mais novo livro e me sento sob a mesa, balançando as pernas.

— Então a minha leitora preferida, veio me dar um oi, antes do almoço... — Papai fala, abrindo um sorriso no rosto ao me ver.

   Pego a sua mão e lhe dou um beijo, retribuindo o carinho.

— E como a sua leitora preferida, será que posso ler o último capítulo do livro? — Pergunto, com ar de ansiedade, na esperança de ouvir um sim.

   Alexandre Black balança a cabeça, em negação e ergue as sobrancelhas, quebrando o silêncio.

— Na-na-ni... Na-na-não! A senhorita, vai aguardar os primeiros exemplares chegarem nas livrarias. E na noite de autógrafos, eu estarei lá, pronto para recebê-la, Dna. Diana. — Papai fala, sorrindo ironicamente.

   Cruzo os braços e faço careta, revirando os olhos.

— Papai! Por favor, vai! Só uma olhadinha assim... De leve...

— Não, Diana! — Ele me repreende, com os olhos. — E o Adrian mais a Hanna, onde estão? — Ele questiona, puxando assunto.

— Declan foi levá-los para jogar pedrinha no lago... — Respondo, fazendo uma breve pausa. - papai, posso te pedir um favor?

   Ele assente, apenas me olhando nos olhos.

— Fale, querida! Pede o que quiser, afinal eu sou o seu pai. — Ele diz, sorrindo em linha reta.

   Limpo a garganta e sorrio de volta, quebrando o silêncio.

— Quero que o senhor escreva um livro, sobre a minha história. Sobre tudo que passei... — Digo, fazendo uma breve pausa. — Significa muito pra mim.

   Papai se levanta, aproximando-se de mim e acaricia o meu queixo com o polegar.

— Claro, filha! Será um prazer, em escrever a sua história.— Ele confirma, com um sorriso deslumbrante no rosto.

***

   Caminho pela floresta, andando por mais alguns minutos pela trilha forrada de folhas secas e me deparo logo mais a frente, Declan e as crianças, jogando pedrinhas o lago. Desvio o olhar para à terra úmida observando um rifle ao lado de Declan. Cruzo os braços e limpo a garganta, fitando Declan com os olhos.

— Eu acertei, papai! Eu acertei! — Adrian grita, eufórico.

   Declan mantém Hanna sentada em seu colo, comemorando a vitória do nosso filho e eu quebro o silêncio.

— Crianças, o almoço está pronto! — Digo, apenas me aproximando.

   Declan se levanta pegando Hanna nos braços e Adrian me abraça, enquanto lhe faço um carinho na cabeça. O meu marido me beija docemente e depois nos entreolhamos.

— Será que dá pra deixarmos as crianças com a sua mãe e pularmos para a sobremesa? - Ele questiona, abrindo um sorriso lerdo no rosto. — Nós dois, não terminamos de brincar hoje pela manhã.

— Engraçadinho... — Digo, fazendo uma breve pausa e ergo as sobrancelhas. — Você precisava de concertar o telhado dos fundos.

   Declan enlaça o seu braço em minha cintura, fazendo-me ter pensamentos pecaminosos.

— É mesmo? Da próxima vez, eu vou fazer você subir na escada... Apenas para eu ver com que lingerie está usando. — Declan sussurra, em meu ouvido.

   Sinto o ar quente sair de sua boca e eu sorrio, desajeitada.

— Atrevido! — Repreendo-o, baixinho. — Posso saber, porque você trouxe aquele rifle, Sr. Harp? Declan, se você estiver ensinando para as crianças, eu...

— Eu jamais ficaria um pé a frente de você, do que nós dois prometemos um ao outro, Diana. Nossos filhos, não sofrerão as mesmas consequências, do que eu e você, sofremos no passado. — Declan diz, convicto e me beija na testa.

— Eu te amo. — Digo, o fitando com os olhos. 

***

   Assim como todos os domingos, preparamos um delicioso churrasco ao ar livre com toda a família. Nunca me senti tão feliz, como me sinto agora. E lembrar de tudo o que aconteceu, bom, foi um aprendizado. Afinal, eu não teria conhecido Declan e provavelmente, não teríamos nos casados se eu não tivesse algo para contar. 

   Como eu já disse, eu vim de uma linhagem banhada de sangue e ódio. Não posso mudar o meu passado. Mas eu sabia que lá, no fundo, ainda existia esperança e bondade em um ser maligno. Porque ele sabia, que eu seria a única luz, que poderia trazê-lo de volta. Enquanto a escuridão, o dominava por dentro, eu lutei até o último momento e hoje, posso dizer que desencadeei a luz, que estava trancado em seu peito. Foi tarde demais, para que eu me entregasse para ele, porque eu já sabia que estava perdidamente apaixonada por Declan Harp. — Penso, em silêncio enquanto observo debaixo da árvore, Declan brincar com os nossos filhos.

   Me aproximo e saio correndo, pegando Hanna nos braços a erguendo para cima e giro duas vezes, beijando o seu rosto. Declan faz o Adrian de aviãozinho e o nosso menino, abre os braços como se gostasse mesmo da brincadeira. Depois de colocá-lo no chão de volta, faço o mesmo com Hanna que sai correndo atrás do seu irmão mais velho e Declan se aproxima, beijando a minha mão direita, sem tirar os seus olhos dos meus.

— Eu te amarei, até o meu sangue ser derramado. — Declan diz, repetindo o juramento que ele mesmo fez para mim.

— E eu te amarei, até que eu seja a única luz que te traga de volta para a vida. — Digo, penetrando os meus olhos nos seus me aproximando de seus lábios.

   Declan segura o meu rosto com as duas mãos e toma os meus lábios, em um beijo calmo e demorado, ao pôr-do-sol mais lindo de Ferndale.

Tarde Demais

FIM

¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Chegamos ao fim de Tarde Demais!!! Confesso, que estou emocionada, porque nunca me apeguei tanto nos personagens de tarde demais, como nos outros livros que já escrevi.

Mas chega de chororô, porque quero agradecer a vocês que me acompanharam desde o começo da minha obra e que não me abandonaram. Espero que tenham gostando e até a próxima, minhas Dianas kk, beijoooos ...





Tarde DemaisOnde histórias criam vida. Descubra agora