Capítulo 43

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No dia seguinte...

Declan

   Depois do banho de sol, todos voltavam para as suas devidas celas. As grades se abrem minutos depois e ficamos frente a frente com os presidiários do pavilhão de baixo que nos separavam através de uma outra grade. Os agentes pedem para que seguimos sem caçar confusão, já que eu fiquei sabendo por aí, que estão planejando uma rebelião para fugirem do presídio antes de serem transferidos para outro país.

   Corro os olhos para todos os lados quando vejo um rosto familiar ao meu lado direito, enquanto sigo o corredor. O homem que eu queria muito destruir, finalmente está preso e só agora que estou sabendo disso.

— Harp? Harp, você tem visita. 

   Olho para trás e franzo o cenho ouvindo um dos agentes me chamarem. Paro de andar e escoro as costas sob as grades da minha cela, quando vejo Franklin caminhando para a minha direção.

— Declan, precisamos conversar. — Franklin diz, dando de ombros entrando na cela.

   Balanço a cabeça e faço o mesmo entrando de volta para a minha cela e nos entreolhamos.

— Você soube que o Charlie está preso? — Pergunto, puxando assunto.

— É, eu soube, Declan. Mas eu não vim por esse motivo. Declan, seu julgamento saiu. Está agendado para quinta-feira! — Ele afirma, me olhando seriamente.

— Como assim pra quinta-feira? Franklin... Franklin, você ainda pode me tirar daqui? — Questiono, confuso.

— Ainda há uma chance de você ficar livre, Declan. Mas não cabe a mim. Jhonny irá falar com você depois...

— Qual é, Franklin? Eu não quero aquele... — Digo, fazendo uma breve pausa. — Eu não quero ver aquele homem aqui! Se não, a cobra vai fumar!

— Quer me escutar, por favor? Olha, eu estou fazendo de tudo pra te tirar daqui. Declan, se eu soubesse o que o Jhonny pretende, você seria a primeira pessoa, saber através de mim. — Ele diz, com a voz alterada.

   Bufo, revirando os olhos e balanço a cabeça quebrando o silêncio.

— Certo. E como está Diana? Tem visto ela? — Pergunto, mudando de assunto e coço a nuca.

— Não, Declan. Não está nada bem pra ela. Nem pra família e a fábrica foi comprada. — Ele responde, apenas balançando a cabeça.

   Franzo o cenho e limpo a garganta sem entender o que está acontecendo.

— Como assim? Ela ainda está internada? E a família dela? A Sonia...

— Calma, Declan! A Diana não sofreu nenhum dano. Mas ela e a Sonia, já não sabem mais o que fazer. E dessa vez, estão tentando comprar a fábrica. Eu descobri, por meio de vários depósitos bancários, que Charlie negociava com um comprador anônimo. Muito antes de envolver o tráfico nos negócios da empresa.

   Esfrego os olhos, passando as mãos pelos cabelos e fito mais uma vez Franklin com os olhos.

— Eu sou o comprador anônimo, Franklin. — Digo, suspirando fundo.

   Franklin para, me analisa e franze o cenho sem acreditar no que acaba de ouvir.

— Declan, eu acho que não ouvi direito. 

— Eu sou o comprador anônimo. Como não deu tempo de avisar ao meu advogado que também era para estar aqui, eu já tinha pedido para que ele cuidasse de toda a documentação necessária. — Explico, calmamente me levantando do colchonete.

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