Capítulo 41

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   Ainda sentado na poltrona giratória, Nikolas inclina o corpo para frente e se vira ao lançar um olhar repugnante e nojento entre minhas pernas, admirando minhas curvas correndo seus olhos por cima da minha roupa e chegando aos meus olhos. 

   Engulo em seco de nervoso e inclino a cabeça, esquecendo todos os pensamentos e mantenho o foco de me vingar dessa vez, por tudo que um dia, Nikolas fez comigo.

— Você já se perguntou alguma vez, o que eu quero de você, Diana? — Nikolas questiona, passando a língua pelos lábios carnudos e abre um sorriso no rosto.

   Ele se levanta andando em minha direção tirando o paletó e em seguida, arregaça as mangas. Recuo para trás com um passo, mas Nikolas me puxa para trás me impedido de continuar e me pressiona contra a mesa fazendo com que a papelada toda voasse pelo ar.

   Me debato contra ele para fazê-lo parar, mas é em vão. Suas mãos prendem as minhas para trás e apenas com a mão esquerda, ele me segura fortemente, encontrando minhas pernas com a mão direita.

— Nikolas, não! Para, por favor! — Grito, tentando me soltar.

— Vou te mostrar, o que eu faço com quem não é boazinha comigo, Diana. E você foi uma garota muito má! Você terá o remédio que precisa, pra parar de ser tão petulante...

   Aos poucos, me solto de suas garras e lhe dou um, tapa e o jogo para trás, com os pés fazendo-o se chocar com a outra mesa ao lado da porta. Puxo todo ar que me resta e ainda de costas para a mesa, sei exatamente o local certo onde está, mas não queria que fosse agora. E então, aciono o botão onde a polícia receberá o alarme e chegará em quinze minutos. O prazo certo, para que eu tenha outra prova para incriminá-lo.

— Vem aqui, sua vadia! — Nikolas rosna, possesso de raiva se aproximando outra vez.

   Pego a primeira coisa que eu vejo e eu taco contra ele, que por sorte, desvia do jarro de vidro e espatifa por inteiro no chão. Ele pega pelos meus cabelos e me esbofeteia com vários tapas e me joga contra o chão.

   Bato a cabeça em cheio na estante de livros e não tenho forças para levantar. Mas sei que a câmera está filmando tudo que está acontecendo na sala. 

— Você não vai ficar muito tempo fora das grades, Nikolas! Seu tempo está se esgotando. — Digo, com a voz embargada.

— Acha mesmo que a polícia vai acreditar em você? Faça mil, favor! Seu caso será arquivado, junto com as das outras mulheres que... Não sei... Eu, fiz o mesmo que estou fazendo com você! — Ele afirma, erguendo as sobrancelhas.

— Então você tem um informante da polícia... — Digo, fazendo uma breve pausa. - Você não presta mesmo, Nikolas!

   Desvio os olhos para a porta e Kalel finalmente entra, apontando a arma para Nikolas. Ele recua para trás e me olha com desprezo e desvia o olhar para Kalel.

— Eu disse pra você não falar pra ninguém! — Nikolas fala, em voz alta.

— Cai na real, Nikolas! Acha mesmo que a Diana é tão otária de vir sozinha sabendo que você tentou abusar dela? — Kalel questiona, impaciente ainda apontando o revólver na cabeça de Nikolas. — Você vai morrer, mas não nas minhas mãos.

   Me levanto do chão e me apoio na estante recuperando as forças. Kalel pisca para mim e faz gestos com a cabeça para que eu fique atrás dele.

— Não ficarei preso por muito tempo... 

   Kalel retira de dentro do bolso, um frasco de remédios e tira uma das luvas pretas me entregando em seguida. Coloco a luva e pego o frasco com a mão direita sem tirar os meus olhos de Nikolas.

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