Sentada em baixo da janela, me sentindo pequena, a minha frente a luz que entrava por ela ia mudando, do escuro obscuro foi mudando para o azul escuro, azul claro, branco, um laranja clarinho, e depois um leve tom de amarelo.
Vi que meus irmãos estavam começando acordar, Guilherme mudou de lado da cama e Carla coçou o olho. Fui em direção a cama vazia e me enrolei nos lençóis para planejar uma encenação de bom dia para eles. Alguns minutos depois Guilherme se senta lentamente bocejando na cama, depois Carla se levanta se espreguiçando.
Eu então lentamente faço o mesmo, me levanto sentando na cama com um bocejo falso.
-Bom dia metu pequenos.- Disse para eles que me olharam e abriram um sorriso.- Venham cá me dar um abraço.- Digo abrindo os braços, ansiosa para receber esse abraço.
Eles vem se arrastando ao meu encontro, se juntando a mim em cima dos lençóis embolados. Era tão gratificante senti-los junto a mim, que tive que me conter bastante para as lágrimas de alívio não caírem.
-Dormiram bem?- Pergunto para eles que agora estavam os dois sentados a minha frente de pernas cruzadas.
-Um pouco, vai demorar para me acostumar com esse colchão novo.- Diz Carla fazendo uma careta. Ela tinha mudado, estava um pouco mais alta, e suas grandes bochechas tinham diminuído.
-Eu dormi feito uma pedra de tão cansado que estava.- Dia Guilherme. Dou uma leve risadinha e o reparando , ele estava mais alto também, seu cabelo estava mais curto.- E você, dormiu?- Ele pergunta me deixando desconfiada se tinha convencido que eu estive lá.
-Sim até que dormi.- respondi por fim, esperando que o meu rosto de cansaço não demonstrasse o contrário.
Depois disso cada um arrumou sua cama dobrando os lençóis, descemos para a sala seguido por nossos pais, que enquanto Carla e Gui estavam a minha frente já descendo eu os vi saindo de seu quarto.
-Bom dia mãe,- eu disse quando a vi saindo na frente de meu pai indo lhe dar um beijo na testa e um abraço.- Bom dia pai.- disse fazendo o mesmo com ele.
-Bom dia querida.- minha mãe responde com a voz sonolenta.
-Bom dia Livia.- meu pai respondeu.
Descemos para a cozinha, eu e mamãe começamos a preparar o café, fiquei com medo de terem deixado essa parte para lá mas eles fizeram direitinho, tinha tudo oque precisávamos nos armários. Enquanto fazíamos isso, meus irmãos esperavam na sala assistindo a televisão e meu pai teve a ideia de regar o quintal.
Da janela da cozinha dava para ver meu pai andando devagar entre os matos enquanto espirrava água para todo os lados.
Preparamos pães torrados com geleia, leite com achocolatado, suco e biscoitinho de leite.
-Venham crianças!- minha mãe chama por eles um pouco alto, depois sinaliza se inclinando na janela para que meu pai viesse.
Fui a última a me sentar a mesa junto com minha família. Enquanto mordiscava um pão com geleia ensaiava algumas perguntas que queria fazer para eles, eu tinha que parecer saber das coisas, mas também precisava tirara algumas duvidas.
-E então mamãe, hoje é o seu primeiro dia do trabalho?- pergunto e tomo um gole de achocolatado, torcendo para ter acertado na pergunta.
-Sim, mas como vai ser meus primeiros dias eu vou começar pelo turno da noite, já que é menos movimento para primeiro aprender como é que eles fazem por aqui.
-Hum entendi.- Respondi aliviada.- E você papai, como vai ser agora com os seus casos para resolver?
-Bom, em partes vai ser melhor por que aqui fica mais perto do meu escritório.
Só concordo com a cabeça, e sem precisar fazer perguntas para meus irmãos eles disparam com novidades.
-Livia eu vou estudar aqui agora!-Carla diz animada.
-Eu também vou, mas não estou muito animado.- Gui fala meio cabisbaixo.
-Não fica assim não Gui , você vai se acostumar, não é verdade Carla.?- ela concorda com cabeça.- Vai acabar gostando depois.
-Espero que sim.
Eu fiquei pesando em mais algumas perguntas que eu queria fazer, e então lembrei de Rosana, oque será que tinha acontecido com ela?
-Mãe, você lembra da Rosana?- perguntei por impulso me levando a ficar arrependida.
-Rosana? Que Rosana?- Ela pergunta com duvida no rosto assim como meu pai. Fiquei desapontada por terem apagado até ela da nossa vida, e preocupada ao mesmo tempo com que fizeram com ela.
-A... uma amiga minha, que vai viajar.- inventei na hora uma desculpa que não fazia o menor sentido.
-Que legal, para onde ela vai.- Ela pergunta enquanto coloca mais suco no copo de Carla.
-Londres.- Menti.
Tomamos café, meu pai teve que ir ao trabalho antes do almoço, eu fiquei com meus irmão assistindo TV enquanto minha mãe terminava o almoço.
Estava muito feliz de estar junto a eles, o buraco de saudade que sentia da minha família em meu coração se curara, mas acabou criando outro maior ainda.
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Complicado em!
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No meio da noite
Romance(Concluído )"Um grande amor separado por um segredo a ser mantido." Já pensou em como seria acordar sem memória alguma? Livia uma garota de 18 anos,muito corajosa e destemida, perde a memória misteriosamente, a partir de então sua vida é resum...