Capítulo 38

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Voltei para casa, com um vento frio que soprava em meu rosto fazendo com que algumas pequenas mechas das tranças se soltassem. Coloquei o carro no quintal de casa como de costume. As luzes ainda estavam apagadas, sinal de que ninguém tinha chegado ainda. Já na porta ativei o sinal de alarme do carro e entrei trancando a porta.

Subi correndo para o quarto e joguei o sapato em qualquer canto dele.

Me joguei na cama encolhida com as mãos na barriga tentando impedir que aquela dor horrível continuasse.

Consegui disfarçar muito bem, mas agora sozinha, a única que sabia da gravidez podia chorar de dor. Talvez tenha sido na hora do atropelamento, o movimento forte na hora que fui lançada contra o banco bruscamente, talvez tenha sido o susto, ou talvez seja normal. A única coisa que queria era que Jane descobrisse oque eu escondia de todos a quase quatro meses, estava desejando desde o começo que ela me visse e viesse ajudar, pelo menos ela. Mas por mais que desejasse continuava sozinha nessa.

Continuei deitada olhando para o teto com as mãos na barriga, e a dor foi finalmente desaparecendo, levantei devagar da minha cama e fui em frente ao comprido espelho que tinha no quarto fiquei de lado em sua frente, levantei a blusa deixando totalmente visível a barriguinha de grávida que tinha nela, fiquei encarando  e acariciando, enquanto pensava "Nunca imaginaria que EU ficaria grávida tão cedo, e principalmente de um cara que tem mais de 100 anos E é VAMPIRO" Ri pra mim mesma, isso nunca se passaria na cabeça de qualquer garota, não mesmo.

Como um vulto a porta foi aberta de repente, eu no susto virei assustada e em seguida abaixando a blusa,  fingindo que arrumava a trança do cabelo.

       -Oi Livia!- Diz Carla empolgada.

       -Oi crianças- respondo para os meus irmãos que chegaram da escola enquanto caminhava e sentava na minha cama.- Como foi a aula hoje?

       -Horrível!

       -Divertido!

Gritaram os dois ao mesmo tempo.

       -Ué, por que horrível Gui?

       -Aqueles garotos babacas que não me deixam em paz!- Ele diz de jogando de cara na cama.

       -Que garotos Gui?- digo indo em seu encontro. 

       -Nada não, deixa para lá.- Ele diz se sentando do meu lado.

       -Fala pra mim.- Insisto com a voz mansa.

       -Eles são do nono ano na escola, ficam me zoando o tempo todo, tirando sarro e me fazendo passar vergonha.

       -Guilherme desde quando isso tá acontecendo?- Pergunto.

       -Faz algumas semanas.- ele diz cabisbaixo.

       -Por que não nos falou nada!- digo levantando e cruzando os braços.

       -Por que não adiantaria nada!- ele diz bravo.

       -Amanhã eu vou resolver isso, pode deixar.- digo descruzando os braços e sentando ao lado de novo.

       -Como?

       -Eu tenho alguns truques- digo e o vejo ficar um pouco mais animado.

       -Quando vocês ficam juntos?

       -Mais na hora da saída.

       -Perfeito, pode ficar tranquilo,  amanhã na hora da saída vou estar observando vocês, ok?

Ele somente concorda com a cabeça.

Mamãe e papai tinham chegado junto com eles e já estavam terminado de prepara o jantar. Jantamos e conversamos sobre como foi o nosso dia, contei como foi o meu dia todinho, menos a parte que eu atropelei um cara.

No meio da noite Onde histórias criam vida. Descubra agora