Capítulo 4

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Paula adentrou o prédio e então partiu para o andar que o porteiro a orientou. Enquanto o elevador subia ela respirava fundo para se acalmar. Havia trabalhado por tanto tempo na empresa anterior que já não estava mais acostumada a fazer entrevistas.

Ela chegou no andar e então foi até a recepção. Um tempo depois ela foi chamada na sala do responsável.

- Bom dia- o homem disse simpático e apertou sua mão.

- Bom dia- falou no mesmo tom.

- Sente-se- apontou para a cadeira e se sentou na outra- Posso ver seu currículo?

Paula se sentou e estendeu o currículo para o homem que pegou e leu por alguns instantes.

- Vejo que trabalhou por bastante tempo na empresa anterior. Saiu por algum motivo específico?- questionou.

- Meu antigo chefe não era muito profissional, então o melhor foi deixar o local- omitiu todo o ocorrido.

- Bom, eu poderia fazer aquele monte de perguntas que se fazem em uma entrevista, mas nós realmente estamos com pressa de pôr alguém nessa vaga e, como seu perfil se adequa, eu farei a proposta já- largou o currículo dela e olhou em seus olhos- A vaga não é como advogado, mas está relacionado. A diferença é que você trabalhará 100% do tempo aqui dentro do escritório e será mais responsável pela organização e a distribuição dos casos que chegam até nós. O que acha?

- Perfeito- deu um pequeno sorriso.

O homem deu os detalhes da vaga e disse que daria um tempo para a morena pensar.

- Não precisa de tempo, senhor, eu aceito a vaga- disse convicta e o homem sorriu.

- Ótimo!- se levantou da cadeira e ela fez o mesmo- Na segunda da semana que vem você volta e eu te apresento o escritório e já começamos uma experiência para ver se você vai gostar da vaga.

- Ok.

- Tenha um bom dia- apertou a mão dela novamente e os dois saíram da sala.

A mulher desceu novamente e adentrou o carro do amigo que realmente havia ficado a esperando.

- E aí?- a olhou com expectativa.

- Já estou empregada!- disse animada e então se abraçaram.

- Você é... uau- sorriu para a amiga- Sabia que seria rápido, mas não imaginava que tanto.

- Não vou trabalhar de advogada, mas não foge da área e o salário é bom- revelou enquanto ele dava partida no carro- Vou descansar da vida corrida de advogada por um tempinho e depois eu volto.

- Depois de aguentar aquele homem por cinco anos, você merece- olhou para a morena rapidamente- Quando começa?

- Segunda eu venho pra fazer um dia de experiência e acredito que no dia seguinte já comece- falou.

- Quer sair pra comemorar?

- Breno, to vendo na sua cara que você tá morrendo de sono- arqueou as sobrancelhas- Pode me deixar em qualquer parada aí e vai pra casa descansar. Você tá virado.

- Primeiro, eu jamais faria isso com você, e segundo, a casa da Mari é caminho da minha- deu de ombros.

- Não quer que eu dirija um pouco?

- Nunca jamais alguém que não seja eu vai dirigir o meu carro- falou causando risos na outra.

- Quando eu comprar um carro não vou te deixar dirigir também.

- Eu nem queria mesmo.

Depois de um tempo eles chegaram na casa de Mari.

- Muito obrigada pela carona, te devo essa- sorriu para o homem.

- Que isso, é um prazer ter a sua companhia, senhorita- brincou.

- Graças a você eu não precisei ficar rodando a cidade atrás de emprego.

- Por quê?- perguntou estranho.

- Foi você que escolheu esse escritório, lembra?- arqueou as sobrancelhas.

- Verdade- falou rindo- Pelo visto eu sou o seu anjo da guarda.

- Valeu, anjinho- beijou o rosto do homem e desceu do carro- Vê se vai pra casa, toma um banho e descansa um pouco- foi ao lado da janela dele.

- Pode deixar- sorriu e deu partida no carro após acenar para a amiga.

Paula adentrou a casa de Mariana e encontrou o namorado assistindo televisão na sala com o celular na mão.

- Já?- perguntou afoito e largou o celular com pressa.

- Na primeira entrevista eu já consegui o emprego, acredita?- disse rindo e deu um selinho nele se sentando ao seu lado.

- Lógico que eu acredito- a abraçou- Parabéns, meu amor. Você merece- deu vários selinhos seguidos.

- Cadê a Mari? Queria contar pra ela- fez um bico.

- Ela foi ensaiar com o pessoal da companhia de teatro. Lembra que ela havia falado?- a mulher assentiu com a cabeça- Estamos só nós dois em casa- a olhou com malícia.

- No sofá dela não né, amor- falou dando um tapinha na perna dele.

- Como você foi que chegou tão rápido?- questionou se levantando e puxando a namorada pela mão.

- Não é tão longe, mas eu peguei uma carona com o Breno- revelou.

- O que ele tava fazendo na rua?- perguntou rindo pois sabia que o amigo não trabalhava.

- Tava voltando de uma festa, na verdade. Mas não estava bêbado, não se preocupe- falou sorrindo enquanto adentrava o quarto sob os beijos do namorado- Será que o bairro todo vai ouvir mesmo?- perguntou em tom de brincadeira.

- Eu não faço ideia, amor. A única coisa que eu quero agora é comemorar. Você conseguiu o emprego e o Danillo vai levar meu livro pra editora avaliar- sorriu- Tudo se ajeitando nas nossas vidas.

- Vai ficar tudo bem- deu um longo selinho nele.

- Eu sei que vai- a pegou no colo e então eles iniciaram a comemoração pelo novo ciclo que se iniciava em suas vidas.

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