Capítulo 16

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  - Uau- foi a única coisa que ela disse quando os dois adentraram a casa.

  A maior parte das paredes eram brancas, e as que não eram, tinha um azul muito bonito. Os móveis eram de maioria pretos, contendo alguns um pouco mais claros para não deixar o ambiente tão pesado.

  - Definitivamente, essa casa é a sua cara- falou enquanto admirava o local.

  - Gostou da minha humilde residência?- sorriu- Viu? Não tem nada demais aqui, eu só não gosto de trazer visitas.

  - E eu?- seu olhar foi para ele.

  - Você é residente agora, então pode- pegou as malas dela deixando ao lado do sofá- Você já viu aqui embaixo, né? Então deixa eu te mostrar o andar de cima.

  Ela deu mais uma olhada naquele andar e então eles subiram as escadas. O homem mostrou todas as partes do andar de cima da casa e então eles desceram novamente.

  - Posso fazer uma pergunta?- franziu as sobrancelhas.

  - Claro- ele respondeu indo até a cozinha e pegando duas cervejas.

  - Só tem um quarto na casa, né? Onde que eu vou dormir?- encarou o amigo que paralisou imediatamente com a frase.

- Eu tinha esquecido desse pequeno detalhe- o rosto do homem ficou completamente vermelho e Paula começou a rir.

- Também não precisa ficar com vergonha- pegou a latinha da mão dele e a abriu.

- Eu não tinha pensado nisso- bateu a mão na testa- Mas não se preocupe, você vai ficar na minha cama e eu durmo na sala.

- Vamos ver isso na hora de dormir só- ela rebateu logo bebendo um gole da cerveja- Hm, boa! De onde é?

- É do bar do meu tio. Eles que fazem- revelou se sentando ao lado dela no sofá.

- Você mora aqui há quanto tempo?

- Um ano depois de terminar a faculdade- falou- Você sabe que eu recebi um dinheiro de herança do meu pai, né?- ela assentiu com a cabeça- Eu comprei o terreno e, durante aquele ano, fiquei pondo em prática o que aprendi na faculdade e... saiu isso aqui- apontou para a casa.

- Já começou arrasando- olhou para os lados- Ficou muito linda e bem original.

- Esse era o intuito mesmo. Não queria uma casa com formato de casa comum. Queria algo diferenciado, então desenhei ela assim- ele sentia muito orgulho de sua casa.

- Ninguém nunca vem aqui?- questionou.

- Nope, nem mesmo a minha mãe- falou surpreendendo a outra- Você é a primeira, sinta-se honrada.

- Não tenha dúvidas de que me sinto- sorriu- Esse lugar é tão leve, transmite tanta paz.

- É meu lugar favorito no mundo- se encostou no apoio do sofá- Eu adoro deitar aqui no sofá e ficar olhando para o teto.

- E esse coisa coisa aqui?- apontou para o quadro da parede branca que tinha a palavra hope brilhando em azul, acima do sofá- Ela desliga a noite?

- Não sei, nunca reparei- olhou para o objeto- Eu não sei nem se tem um botão pra desligar.

- Tomara que sim.

Eles ficaram ali na sala conversando e bebendo algumas cervejas.

- Não quer arrumar suas coisas lá no quarto?- perguntou largando a lata vazia na mesinha de centro.

- Não, eu vou deixar tudo dentro da mala mesmo. Acho que não vou demorar a achar o apartamento- falou para ele.

- Eu vou abrir um espaço lá no armário pra você- ele foi se levantar, mas a morena o puxou pelo bolso da calça.

- Não precisa, é sério. Eu vou me virar bem procurando as coisas na mala. Nem se preocupe.

- Tá bom- o homem resmungou.

A tarde passou e então chegou a noite, Paula foi até a cozinha para iniciar o jantar e apenas conseguiu encontrar um pacote de macarrão, molho de tomate e uma linguiça.

- Quando foi a última vez que você comprou comida pra essa casa?- perguntou para o loiro que estava sentado na bancada da cozinha.

- Ontem, comprei isso pra jantar hoje- revelou e ela riu.

- Você definitivamente é péssimo na cozinha.

Ela iniciou a preparação do jantar enquanto eles estavam conversando.

- O que você faz aqui o dia inteiro?

- Tem piscina, quadra de futebol, vôlei, tênis, só inventar- deu de ombros.

- Deve ser chato ficar tão sozinho assim.

- Eu gosto. Me sinto livre pra fazer o que eu quiser.

- É por isso que você nunca se relacionou sério com ninguém?- se virou para o homem enquanto o macarrão cozinhava.

- Pode ser que sim. Não sei exatamente.

- Eu faço minha própria liberdade dentro de um relacionamento- revelou- Não gosto de me sentir presa também, acho que é por isso que não quero casar e nem ter filhos. A cobrança é maior do que eu posso aguentar.

- Penso igual- sorriu.

Os dois comeram quando o jantar ficou pronto. O loiro lavou a louça e então foi para o quarto pegar um lençol e um travesseiro.

- Pode deixar que eu arrumo aqui, obrigada- Paula falou indo pegar as coisas da mão dele.

- Eu que vou dormir aqui- desviou das mãos dela- Não adianta nem argumentar.

A mulher suspirou sabendo que ele não daria o braço a torcer.

- Você tem certeza absoluta de que vai ficar bem aí?- questionou enquanto ele apanhava para esticar o lençol no sofá.

- Sim, eu que escolhi esse sofá. É de qualidade.

A morena deu uma risadinha negando com a cabeça.

- Bom, então eu vou ir lá tomar um banho e me ajeitar para dormir.

- Fique a vontade. Eu já deixei toalha separada pra você lá no banheiro- informou- É a branca, a preta é minha.

- Tá bom. Boa noite- observou ele por mais alguns segundos e então se virou subindo as escadas.

Breno terminou de arrumar a cama e então foi para o andar de cima para pegar sua roupa de dormir que havia esquecido.

- Com licença- falou dando pequenas batidas na porta e adentrando o quarto.

A visão que ele teve foi da amiga adormecida na cama, vestindo uma camisola preta que quase revelava sua calcinha. Ele engoliu seco com a visão e se aproximou da cama puxando a coberta e cobrindo aquela parte de seu corpo. Era sua amiga, mas era uma pessoa muito atraente em seu ponto de vista.

O homem trocou a roupa e então foi se deitar no sofá. Ficou se remexendo boa parte da noite por não conseguir desligar a luz do quadro e também por pensar que a morena estava a tão poucos passos dele, mas seguia intocável. Conseguiu adormecer apenas quando seu corpo já não aguentava mais.

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