Capítulo 30

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  Paula mordeu o lábio inferior e sorriu negando com a cabeça.

  - Quem diria, hein?- passou o nariz de leve pelo dele- Eu nunca me imaginei gostando tanto de alguém como gosto de você, digo, depois do finado.

  - Você tá feliz com isso?- perguntou um pouco incerto enquanto acariciava sua bochecha com o polegar.

  - Eu não poderia estar mais feliz- Paula não conseguiu conter o grande sorriso que surgiu em seus lábios.

  - Que bom, linda! O que eu mais quero é te ver feliz- deu um selinho nela- Só de ver esse sorriso nos seus lábios eu já fico realizado.

  Ela segurou o rosto do homem entre as mãos e juntou os lábios. No início foi apenas aquele o contato, mas logo eles necessitaram algo mais íntimo, então as línguas entraram em ação, realizando um beijo calmo e demonstrando toda a paixão que um sentia pelo outro.

  - Eu não sei como funciona essas coisas- disse depois que separaram o beijo com um selinho- A gente tá namorando agora?- franziu as sobrancelhas.

  - Ah, não sei se é necessário isso agora- deu de ombros- Acho que a gente tá tão bem assim, não precisa de um rótulo, por enquanto- acariciou os fios loiros- E eu sei que você não curte compromisso.

  - Mas se você quiser eu até caso, fia- falou em um tom divertido, mas aquilo não deixava de ser verdade.

  - Besta- mordeu o lábio inferior como uma tentativa, falha, de conter o sorriso bobo enquanto o olhava apaixonadamente- To me sentindo uma idiota- fechou os olhos e negou com a cabeça- Tenho certeza que você já havia descoberto como eu me sinto antes.

  - Como eu já disse, você é bem transparente- riu dando uma leve apertada em sua coxa- Mas eu não tinha certeza de nada, então resolvi dar um tiro no escuro mesmo.

  - Eu já sabia que tava apaixonada por você, mas tinha medo de falar e acabar com essa química que a gente tem- acariciou a orelha do homem.

  - Acho que isso nunca vai acontecer- sorriu- Eu também tava me cagando de medo, mas tinha que arriscar- deu de ombros- Viu? Quem não arrisca, não petisca.

  - E você vai petiscar bastante esse noite- mudou o tom de voz enquanto movia o quadril quase que imperceptivelmente- Nós merecemos uma comemoração digna, né?- sussurrou no ouvido dele.

  - Já to doido pra voltar desse jantar- sentiu seu corpo se arrepiar quando a morena beijou o lóbulo de sua orelha.

  - A gente precisa mesmo ir?- segurou os fios loiros com força e sentiu o homem apertar os dedos em sua coxa.

  - É o jantar de comemoração do meu projeto- disse manhoso enquanto ela beijava o seu pescoço- Eu adoraria ficar comemorando aqui com você, mas eu já combinei com o Danillo. Ele e a Mari provavelmente devem estar nos esperando- ficou frustrado quando a mulher se levantou rapidamente de seu colo.

  - E você só fala isso agora?- subiu as escadas correndo e foi seguida pelo homem.

  - Uai, você não me deu tempo de falar nada- deu uma risadinha enquanto a observava escolhendo uma roupa.

  - Mas você poderia dizer pra nós conversarmos na volta- o olhou rapidamente e foi para o banheiro.

  - Jamais, linda- parou na porta do banheiro enquanto a observava tirar suas roupas- Você vem sempre em primeiro lugar pra mim.

  - Se eu não tivesse tão feliz por nós, eu estaria espumando de raiva de você agora- terminou de se despir e entrou no boxe ligando a água do chuveiro.

  - Eles vão esperar só um pouquinho- observava a morena com atenção- Eu nunca chego no horário nos compromissos que tenho com eles- deu de ombros.

  - Mas foi só eles mesmo que você convidou, né?- o olhou através da porta transparente.

  - É lógico! Acha mesmo que eu iria jantar com a Samanta e o Rafael por livre e espontânea vontade? Misericórdia!- o jeito como ele falou fez a mulher gargalhar.

  - Você é terrível, moço!- terminou o banho e se secou, logo indo para o quarto.

  - Você podia ir assim- disse enquanto a via apenas de lingerie.

  - Aé? Não vai ficar com ciúmes?- brincou.

  - Não, eu sei que no fim do jantar é na minha cama que você vai estar- deu de ombros.

  - Ah, entendi- deu uma risadinha.

  - O que?- ele não entendeu o motivo- Eu não sou ciumento não, Paulinha. Não precisa se preocupar.

  - Eu não to preocupada, meu bem- terminou de se vestir e fez uma maquiagem leve- Vamos?

  Eles adentraram o carro do homem e partiram para o restaurante.

  - Até que enfim!- Danillo disse quando o casal de amigos se aproximou da mesa- Achei que não viriam mais!- se levantou sendo seguido pela namorada.

  - Deixa de ser exagerado- Breno reclamou depois de cumprimentar os dois.

  - Só pra constar, foi o Breno que não me avisou que teríamos companhia, se não já estaríamos aqui há tempos- a morena fez questão de exaltar.

  - Nós conhecemos bem a peça- Mariana falou negando com a cabeça.

  O jantar seguiu de forma tranquila. O casal podia reparar que algo havia mudado entre os amigos, eles trocavam mais carinhos do que costumavam, de vez em quando Breno segurava a mão da morena e até dava beijinhos, mas decidiram não falar nada já que aquilo não era um assunto deles. Paula e o loiro não estavam com a mínima vontade de esconder o que estava acontecendo, então apenas agiram como agiriam se estivessem sozinhos, e isso fez uma felicidade ainda maior se instalar no coração dos dois.

  - Eu to muito feliz por você- Paula falou sorrindo enquanto o homem servia champanhe em sua taça.

  - Eu to feliz por nós!- serviu a sua taça também- Um brinde a tudo que nós estamos prestes a viver- ergueu a taça.

  - Só tenho que te avisar uma coisa... eu tenho um pouco de ciúmes- brincou e também ergueu sua taça.

  - Eu só tenho olhos pra você, linda- bateram as taças de leve e então beberam o líquido- Acho que não tem necessidade de terminarmos isso aqui, né?- olhou a morena de cima a baixo.

  - Tem alguma ideia melhor?- disse em um tom sedutor enquanto largava a taça e se aproximava do amigo.

  - Tenho- segurou a cintura dela de maneira firme- Eu to morrendo de vontade de fazer amor com você.

  Aquela frase e o olhar que o loiro lançou, indicaram que, diferentemente das outras vezes em que foram para a cama, o loiro não queria apenas satisfazer o físico, ele queria sentir todo o misto de sentimentos que um causava no outro, ele queria satisfazer a companheira em vários aspectos, ele não queria apenas sentir prazer, ele queria sentir a paixão presente ali.

 

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