Capítulo 20

667 37 12
                                    

- Senhorita Amorim?- a recepcionista falou ao telefone quando a morena atendeu- Hoje haverá uma reunião dos chefes aqui no escritório, então o expediente se encerrará as 15:00 horas.

- Obrigada- disse e desligou o telefone.

A mulher suspirou aliviada. Tudo que ela precisava era sair mais cedo naquele dia. Estava com um péssimo humor por conta de TPM e tinha um sono fora do normal, tirando a vontade adoidada que estava de comer doces.

Ela seguiu seu trabalho e, quando deu as 15:00, ela terminou o que fazia e foi para a casa.

Adentrou a casa que morava com Breno, mas não viu o loiro na sala como de costume.

- Breno?- chamou e não obteve resposta.

Ela largou a bolsa no sofá, tirou o sapato, e foi até o escritório, que estava com a porta aberta, ver se o homem se encontrava lá, mas a única coisa que achou foi o notebook ligado com uma espécie de projeto na tela.

- O que...- se aproximou mais e pode ver que era a projeção de um prédio.

- Já chegou?- o homem adentrou o escritório surpreso e beijou o rosto da amiga- O que houve?

- Tá tendo uma reunião, então nos liberaram mais cedo- explicou enquadro via o homem se sentar na cadeira em frente ao notebook- O que é isso?

- To projetando um prédio- falou- Tá bonito, né?- disse orgulhoso.

- Não sabia que você trabalhava como arquiteto.

- Como você achou que eu me mantinha?- deu uma risadinha- Eu conheço um playboy que só se formou como arquiteto porque o pai dele era o dono da faculdade, então ele me passa o que quer, eu faço o projeto, e ele me da uma boa grana- explicou- Esse é o meu negócio.

- Uau- disse surpresa- Não sabia que você era um trabalhador.

- Sabe o prédio que você estava morando com seu finado amado?

- O que tem?

- Eu quem projetei ele- revelou.

- Ah, então é por isso que você já sabia todas as medidas dele sem precisar medir?

- Exatamente- sorriu- Me olha com outros olhos agora?- brincou.

- Eu jurava que você vivia só da herança do seu pai.

- Claro que não- riu- Gastei quase a herança toda com essa casa.

- Cada dia você me surpreende com uma coisa diferente, Simões- o olhou negando com a cabeça.

- E isso é bom?- virou a cadeira olhando nos olhos da mulher.

Ela não falou nada, apenas arqueou uma das sobrancelhas.

- Quer que eu prepare algo para nós comermos?- mudou o assunto.

- Eu adoraria. Fui na cozinha agora pra fazer isso, mas ouvi alguém entrar e vim ver quem era. Acabei esquecendo o que ia fazer.

  - Já volto- ela sorriu e foi para a cozinha.

  Passara-se mais duas semanas que Paula estava ali. Havia se apaixonado por um dos apartamentos que vira, inclusive chegou a entrar com a papelada do aluguel e já havia até pago uma parcela adiantada, mas antes que ela pudesse pensar em se mudar, a dona do apartamento ligou avisando que havia devolvido o dinheiro por ter desistido de alugar. Breno não tentou nem esconder a felicidade que ficou quando a mulher lhe disse a notícia de que ficaria lá por mais tempo.

  Dentro dessas duas semanas não havia ocorrido nada de anormal entre os amigos, apenas olhadas discretas quando o outro estava distraído, ou até mesmo dormindo. Breno não conseguia evitar de olhar para a bunda da amiga enquanto a mesma se afastava, e Paula fazia questão de sempre secar as costas musculosas do homem quando ele estava sem camisa. Mas não passava disso.

  - Toma- falou deixando um prato com sanduíche e um copo com suco na mesinha do escritório em frente ao homem- Vou sair pra não te atrapalhar.

  - Até parece né, Paulinha. Come aqui comigo- bateu na outra cadeira que estava presente no local.

  A mulher pegou seu lanche na cozinha e se sentou ao lado do loiro.

  - Por que você não está mais saindo à noite?- perguntou curiosa.

  - Sei lá, não senti vontade- deu de ombros. Nem havia reparado nisso.

  - E como você faz pra ficar com as mulheres? É durante a tarde?

  - Eu não to ficando com ninguém, na verdade. Entrei em greve pra te acompanhar na sua solidão pós término- brincou bebendo um gole de seu suco logo em seguida.

  - Muito obrigada pela solidariedade- sorriu acariciando o cabelo loiro- Então já faz meses que não beija na boca?

  - Pois é. É um recorde, inclusive.

  - Pra mim também. Beijava na boca todo santo dia e agora- fez uma careta- To mais na seca que o deserto.

  - Essa fase vai passar- pôs a mão no joelho dela e deu uma leve apertada- A gente vai passar o rodo em Goiânia.

  - Você já passou, né? O máximo que pode fazer é passar de novo pra reforçar- falou rindo e o homem deu um tapinha em sua coxa.

  - Para de graça, miséria- negou com a cabeça sorrindo- A fama é maior do que a realidade.

  - Eu sei, to só zoando- deu um pequeno sorriso- Eu to com sono, sabia?- mudou o assunto- Não sei porque.

  - Dorme um pouquinho- passou os dedos pela raiz do cabelo dela os jogando para trás.

  - Assim eu durmo mesmo- fechou os olhos sentindo o carinho que o amigo fazia em sua cabeça.

  - Vai lá- prendeu o cabelo dela entre os dedos a puxando delicadamente e beijando sua testa.

  - Acho que vou ir mesmo- deu um pequeno sorriso e aproveitou a proximidade para beijar o rosto do amigo.

  Ela segurou a mandíbula dele com a mão e começou a distribuir beijos pelo rosto dele enquanto o mesmo ria, mas teve um lugar específico que fez com que seu sorriso sumisse e um arrepio tomasse conta de seu corpo.

  Durante os beijos, Paula segurou o rosto do amigo com mais firmeza e pôs seu rosto de frente para o dele puxando o lábio inferior dele com os dentes, logo em seguida o sugando e passando a língua pelo mesmo. Ela foi afastando o rosto e apenas largou o lábio do homem quando ele escapou por entre os seus.

  - Bom trabalho- se levantou da cadeira e saiu da sala sem nem olhar para trás.

  Breno estava estático. Não esperava por aquilo nem em seus melhores sonhos, e olha que ele sonhava bastante com a morena. Levou pelo menos uma meia hora para ele despertar do transe e se levantar rapidamente da cadeira subindo as escadas com pressa. Ele queria continuar o que ela começou e se xingou mentalmente por não ter correspondido de imediato. Adentrou o quarto com grandes expectativas, porém o que encontrou foi a amiga já adormecida.

Find You AgainOnde histórias criam vida. Descubra agora