Capítulo 35

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- Você prefere maior ou menor, amor?- Paula havia decidido não segurar mais a palavra que queria sair quando ela falava com o namorado, fazendo o loiro ficar muito feliz- Acho que menorzinho é melhor. Aí ele pode ficar aqui dentro de casa- disse enquanto olhava o site da petshop.

Passou-se duas semanas desde que a morena veio com a ideia de ter um cachorrinho, não falou muito sobre depois de ter tido a ideia, mas resolveu acertar todos os detalhes com o namorado para então poder procurar pelo cãozinho que queriam.

- Macho ou fêmea?- olhava atenta para a foto dos bichinhos que apareciam na tela- Acho que fêmea da muito menos trabalho. É só a gente castrar ela e tá tudo certo.

Ela falava animadamente sobre o animal e questionava a opinião do homem, mas ele estava no mundo da lua, então ela mesma respondia suas próprias perguntas.

- Eu queria tanto uma cadelinha branquinha- sorriu olhando para uma que apareceu- Poderia se chamar Floquinho, ou então Pipoca!- Breno apenas concordava com tudo o que ela falava sem nem prestar atenção- É melhor a gente pegar duas, né, amor?

- O que?- ele voltou para a realidade assustado- Acho melhor não.

- Ah, agora você tá prestando atenção, né?- o olhou com os olhos semicerrados- Posso saber porque o senhor não está prestando atenção em nada do que eu to falando? É sobre o cachorrinho? Você não quer? Não tem problema nenhum, quando eu me mudar eu adoto um sozinha- deu de ombros tentando parecer normal, mas estava um pouco magoada.

- Desculpa- suspirou fechando os olhos- Eu realmente não estava prestando atenção, mas não porque eu não quero ter um cachorrinho com você, pelo contrário, é porque eu quero muitas coisas com você- acariciou o rosto dela- E nada dessa ideia besta de se mudar, essa é a nossa casinha e a gente vai morar aqui pra sempre. A não ser que você queira desmanchar e a gente construir uma bem maior, aí...

- Vai com calma, amor- interrompeu o namorado, rindo- Eu também não quero me mudar daqui, nunca- acariciou os fios loiros- Só que nosso namoro já começou ao contrário. A gente já começou morando juntos. Você vai enjoar da minha cara.

- Até parece- ele negou com a cabeça- Eu nunca enjoaria de você, Paulinha- a olhou apaixonadamente- Tudo que eu mais quero é envelhecer ao seu lado e ver nossos netinhos...- parou ao ver o que falara.

- Que netos?- perguntou rindo- Esqueceu que a gente vai castrar a cachorrinha?- deu um selinho no namorado- Agora me ajuda aqui.

Os dois ficaram um bom tempo em frente ao computador, até que decidiram a cadelinha que queriam.

- Viu? Nem precisou ter briga, ela é preta com branca como você e eu queríamos- Paula falou animada- To doida pra conhecer ela- sorriu apaixonada para a foto da pequena cadelinha.

Eles entraram em contato com a petshop e logo a cadelinha já pertencia a eles.

- Que dia eles vêm deixar ela aqui mesmo?- Breno perguntou.

- Na quarta de manhã. Eu vou estar trabalhando, então você vai ter que cuidar dela bem direitinho até eu chegar- sorriu.

- Como se fosse minha filhinha- sorriu e beijou a mão da namorada- Nossa filhinha.

- Acho que eu to ficando velha, Breno- falou largando o notebook na mesa e se deitando de costas para o namorado no sofá com o tronco na barriga dele.

- Por quê?- perguntou rindo enquanto a envolvia com seu braços.

- Já to querendo até formar família. Nunca nem pensei em ter cachorro na minha vida.

- Quando a pessoa certa aparece, tudo pode acontecer- sorriu esperançoso com as palavras da namorada.

- É, eu sei- disse pensativa- Quem diria que você é a pessoa certa pra mim, né? Até agora não sei como se interessou em mim.

- Como não se interessar por você? Essa é a pergunta que deve ser feita- entrelaçou os dedos de uma de suas mãos aos da morena.

- Minha única experiência foi o finado, e aquele professor, mas não conta, e você sempre foi tão experiente, não sei como conseguiu se interessar. Sinceramente- ele não estava entendendo porque ela soava insegura naquele momento.

- Eu sempre gostei de você, Paula- revelou algo que nunca havia dito a ninguém- Você é incrível na cama, digo com segurança que você é a melhor mulher que eu já me relacionei, mas não foi só isso que me prendeu em você- puxou seu braço de leve a fazendo virar o corpo e ficar deitada encima dele o olhando nos olhos- Foi esse seu olhar transparente- passou o dedo pela sobrancelha dela- Foi sua fala gentil- passou o dedo por sua boca- Foi o jeito como você me conhecia. Como você sempre se interessou pela minha vida- sentiu seu coração acelerar- As pessoas sempre querem que o outro seja melhor. Você não. Você sempre quis que eu fosse eu mesmo, e isso me fez despencar de vez por você- deu um sorrisinho de lado- Seu sorriso é encantador, sua voz é boa de ouvir, seu corpo e seus olhos falam mais do que a sua boca- segurou o queixo dela- Você tem a capacidade de mudar o meu humor de uma hora para a outra e sempre faz de tudo pra ver a minha felicidade- sorriu e decidiu exteriorizar o que sentia- E é por todos esses motivos que eu te amo. Por você ser... você.

Paula sentiu seus olhos marejarem com as palavras. Ninguém nunca havia se declarado de tal forma para ela. Ninguém nunca havia lido ela de maneira tão clara, mesmo que ela se considerasse um livro aberto. Mas as últimas palavras foram o auge. Ele a amava. Breno Simões, o pegador que não se envolvia, a amava. E ela sabia muito bem o que queria dizer de volta.

- Eu fico muito feliz de ouvir isso- sorriu- Eu tava com um medo do caramba desse turbilhão de coisas que você me fazia sentir, tava com medo de ser apenas meu o sentimento. Fico feliz de poder dizer que eu te amo, e que não me vejo em nenhum outro lugar que não seja nessa casa, na nossa cama, nos seus braços e dentro do seu coração.

Não foram necessárias mais palavras naquele momento. O casal sentiu como se uma enorme rocha tivesse sido tirada de suas costas. Eles ficaram alguns segundos apenas se olhando apaixonados, e logo resolveram mostrar todo o amor que sentiam da maneira mais íntima e verdadeira que podiam, se entregando completamente um ao outro e não deixando mais dúvidas, um era a 'pessoa certa' do outro.

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