Capítulo 3

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Paula acordou ao ouvir seu celular despertando e levantou da cama indo em direção ao banheiro. Ela tomou um banho, escovou os dentes e então voltou para poder trocar de roupa.

Vestiu uma saia social e uma camisa, sapatos com um salto médio e então ajeitou seu cabelo e maquiagem em frente ao espelho.

- To saindo, amor- sussurrou no ouvido do namorado, que dormia, e deu um beijo em seu rosto.

- Boa sorte- ele resmungou e voltou a dormir.

Ela pegou sua bolsa e foi para a cozinha. Vendo que Mari ainda não havia acordado, ela passou café, serviu em sua xícara e deixou para os outros dois.

Saiu da casa e começou a andar até a parada de ônibus que ficava um pouco afastada da casa de Mariana. No meio do caminho ela pôde ver um carro desacelerando e andando no mesmo ritmo que o seu. O coração acelerou e ela apertou o passo.

O carro deu pequenas buzinadas e desceu o vidro.

- Paulinha!- só ao reconhecer a voz ela direcionou o olhar para o carro.

- Que susto, seu filho da mãe!- falou parando de caminhar e pôs a mão no peito.

- Desculpa- Breno riu da reação da amiga- Não queria te assustar.

- Você quase me matou do coração, garoto- suspirou sentindo seu coração ainda acelerado- O que tá fazendo na rua essa hora?

- Entra aí no carro que eu te explico- destravou a porta.

- Eu to indo pra parada do...

- Entra que eu te levo onde quer que você for- se esticou e abriu a porta.

- Mas eu nem sei ainda onde que vou.

- Ótimo, eu te levo pra vários lugares- sorriu- Entra aí, teimosa.

Paula se deu por vencida e entrou no carro se sentando no banco do carona, logo fechando a porta.

- Agora me fala, onde você vai a essa hora?- questionou novamente.

- Na verdade eu to voltando- revelou- Tava em uma festa aí.

- Não me diga que você está bêbado- o olhou alarmada.

- Lógico que não!- assegurou- Parei de beber muito tempo antes de ir embora.

- Acho bom- puxou o cinto de segurança.

- Qual é a nossa primeira parada, senhorita?- perguntou ligando o carro novamente.

- Eu trouxe uma lista de escritórios pra visitar- mostrou para ele.

- Podemos começar por esse- apontou para um aleatório da lista- Gostei do nome.

Deu partida no carro indo para o endereço que era indicado ali.

- Você vai pra balada todos os dias da semana?- perguntou para o amigo.

- Todos não. Sábado e sexta-feira não dá. Só tem gente novinha, então é um saco- revelou.

- Eu não sei como você tem pique pra isso ainda. Eu não ficaria nem até as duas da manhã, eu acho.

- É que você conviveu muito tempo com o Rafael, então pegou a velhice mental dele- falou arrancando risos da outra.

- O pior é que deve ser isso mesmo- negou com a cabeça- Não tive tempo de explorar isso, comecei a namorar ele com 18 anos.

- Agora sou eu quem te pergunto. Como você aguenta namorar por tanto tempo?- deu uma breve olhada para ela.

- Ah, namorar é gostoso. É bom ter alguém pra dormir e acordar ao lado todos os dias. Ter alguém de confiança que você sabe que vai estar ali do seu lado independente do que acontecer.

- É pra isso que servem os amigos também, tirando o fato de dormir e acordar juntos- rebateu.

- Mas o namoro é amizade, acima de tudo. O Rafa é meu melhor amigo- falou olhando para ele que estava concentrado na estrada.

- Muito obrigado- disse irônico e ela riu dando um pequeno tapa em seu braço.

- Você sabe ao que me refiro- ele sorriu e concordou com a cabeça- Então... Mas confesso que é bem desgastante às vezes.

- Por quê?- perguntou curioso.

- É que ele é ciumento e tem uma cabeça muito fechada pra certos assuntos- suspirou- Lembra na faculdade que eu te alugava pra falar tudo da minha vida?

- Com certeza eu lembro- falou dando uma risadinha.

- Ele deveria ser essa pessoa também, mas tinha certas coisas que eu tinha bloqueio de falar com ele.

- E hoje em dia você fala tudo?- questionou.

- Não exatamente- suspirou- Lembra que eu sempre te ligava pra desabafar sobre tudo que meu chefe fazia?- o homem parou na sinaleira e olhou para a amiga concordando com a cabeça- É porque eu não tinha coragem de falar pra ele.

- E por que eu fui o escolhido?- sorriu.

- Você é meu melhor amigo também- devolveu o sorriso.

- Você fala isso pra todos né?- brincou semicerrando os olhos.

- Claro que não, seu bobo- riu- Eu amo a Mari e o Dan demais, mas não me abro totalmente com eles. E a Sam... sei lá, sinto algo meio estranho dela em relação a mim.

- Tipo o que?- deu partida novamente.

- Não sei. Sinto como se ela tivesse algum problema comigo, sabe? Sempre senti isso, na verdade.

- Vai ver é porque você já chegou na faculdade chamando a atenção de todo mundo- falou em tom de brincadeira.

- Pode ser coisa da minha cabeça também, sei lá- deu de ombros- E você? Quem são seus melhores amigos?

- Eu gosto muito de todos vocês, mas a única pessoa com quem eu me abro 100% é comigo mesmo- revelou fazendo a outra revirar os olhos.

- O seu ego ultrapassa o seu tamanho.

- Não é ego, é a verdade. Alguém sabe o que eu faço da vida? Ninguém nunca nem foi na minha casa- falou rindo- Eu amo vocês, de verdade, mas sou muito fechado.

- Mas você confia em alguém pelo menos?

- Eu confio em você- revelou a surpreendendo- Não é a toa que sempre que tinha um problema era você quem eu chamava pra beber- sorriu para ela- Esse é meu jeito de demonstrar confiança.

- Fico feliz em saber disso- olhou para o lado quando o homem estacionou o carro- Parece que chegamos- observou o prédio.

- Sim. Vai lá que eu vou te esperar aqui- olhou para ela.

- Não precisa, eu vou de ônibus para os outros lugares.

- Deixa de ser teimosa, Paulinha- resmungou- Eu vou ficar aqui te esperando.

- Tá bom- suspirou se dando por vencida.

- Vai dar tudo certo. Boa sorte!

- Obrigada- ela sorriu para o homem e desceu do carro indo para o prédio.

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