Capítulo 33

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Paula e Rafael trocaram olhares cúmplices com a frase da mulher.

- Meu sonho sempre foi ver vocês se rendendo ao amor e se casando- disse sorrindo.

- Nós...- Rafael ia começar, mas a morena o interrompeu.

-Na verdade isso nunca vai acontecer, Joana- deu um pequeno sorriso- Já não ia acontecer antes, e agora então... piorou- bebeu um gole da cerveja de seu copo.

- Mas por quê?- fez a mesma expressão triste que Rafael costumava fazer quando a queria convencer de algo.

- Nosso relacionamento terminou há mais de um ano, na verdade- revelou fazendo Rafael engolir seco e olhar diretamente para a irmã.

Breno sorriu internamente com a frase, tudo que ele queria era agarrar sua mulher e beijar ela na frente de todo mundo.

- Bem que eu reparei que vocês estavam distantes- fez uma expressão pensativa- Mas que bom que vocês dois terminaram amigavelmente, né?- sorriu- Sem climas chatos.

Paula deu uma risadinha e observou a afilhada adormecida ao seu lado. Como já havia passado bastante tempo que eles estavam ali, haviam juntado um grupo de cadeiras e casacos para poder acomodar a menina que adormecera.

- Eu não diria dessa forma- disse irônica e bebeu o líquido amarelo de seu copo.

- O que você quer dizer? Vocês parecem se dar tão bem.

- A gente tava fingindo pra não te deixar triste- Paula sã era sincera, mas Carolina bêbada, era 50% álcool e 50% falar a verdade doa a quem doer.

-Não é bem assim...- Rafael tentou amenizar.

Os outros quatro apenas observavam em silêncio.

- Ele me traia com ela- apontou para Samanta com o polegar- E você devia saber já que ele levava ela sem nenhuma razão aparente na sua casa e sem o meu conhecimento também- deu um sorriso debochado.

- Eu juro que não sabia, Paulinha!- sua expressão chocada revelou que ela falava a verdade- Ele sempre me dizia que ela estava hospedado na casa de vocês.

- Na casa dele- enfatizou- Provavelmente era nos dias que eu tinha que viajar a trabalho- deu de ombros- Mas isso já são águas passadas.

Mariana, Danillo e Breno estavam boquiabertos observando a morena despejar tudo aquilo.

- Você já conseguiu perdoar eles?- perguntou para a ex cunhada lançando um olhar repreendedor para o irmão.

- Eu achava que sim, mas não- Breno sentiu vontade de rir com a frase dela- Mas não se preocupe quanto a isso, é só dor de corna mesmo, não tenho nenhuma vontade de voltar com ele- deu de ombros- Inclusive já to namorando outra pessoa.

Breno sentiu o coração acelerar com a frase. Ela o considerava seu namorado?

- Essa novidade a gente não sabia- Mariana disse animada.

- Ah, eu tava com medo de você, talvez, apresentar uma amiga pra ele e ficar acobertando meu chifre pelas minhas costas- sorriu irônica e Breno e Danillo tiveram que se segurar para não rir com a frase.

- Paulinha, achei que já tínhamos nos acertado quanto a isso- Mariana engoliu seco.

-Nos acertamos, mas isso não apaga o que você fez- deu de ombros- Acabou- fez um bico olhando pra o seu copo vazio e olhou para Breno.

- Pode tomar a minha- sorriu para ela e entregou seu copo.

- Eu não to bêbada- afirmou olhando nos olhos do homem. Qualquer um poderia acreditar naquela frase, mas ele conhecia bem a mulher que dormia na sua cama todos os dias.

- Eu nunca disse o contrário- deu uma risadinha e apertou de leve a bochecha dela.

- Seu namorado vai ficar com ciúmes dessa proximidade de vocês- Rafael se intrometeu enciumado com a proximidade dos amigos.

- Você tá com ciúmes de mim com você?- perguntou para Breno e ele apenas riu negando com a cabeça- Então tá tudo certo!

A frase foi um pouco confusa para todos ali na mesa, mas quanto entenderam o que ela quis dizer, o choque foi geral.

- Uau, eu esperava, mas saber tornou tão real!- Mariana disse animada- Eu sabia que vocês ficariam juntos.

- Breno Simões apaixonadinho- Danillo zoou- Quem diria?- o loiro mostrou o dedo do meio para ele.

- Por que você não me falou nada?- Rafael questionou Paula.

-Por que eu falaria? Não somos amigos e nem nada do tipo- deu de ombros.

- Mas ele era nosso amigo!- olhou para o homem e logo para a ex novamente- Posso desconfiar de algo?

- Eu entendi sua insinuação- Breno, que estava quieto até então, resolveu se pronunciar- Diferentemente de você, ela tem caráter o suficiente pra finalizar uma relação antes de começar outra. Você só tá falando isso porque tá com ciúmes, mas sabe que a Paulinha nunca seria capaz de trair. E outra! Você não é ninguém pra julgar algo que ela tenha feito durante o namoro de vocês já que você traiu ela do início ao fim.

- E você acha que ele vai ser fiel?- Rafael seguia com o olhar na morena.

- Eu tenho certeza que sim!- disse convicta- Vamos embora?- convidou- Acho que esse lugar já tá ficando pequeno demais.

- Claro.

Eles se levantaram. Paula deu alguns beijos na afilhada adormecida e abraçou sua ex cunhada.

- Me desculpa por esse show, mas eu não queria enganar você- revelou.

- E eu agradeço- sorriu- Você e esse boy tem muita química, aproveita, garota- falou baixinho para o irmão não ouvir e então abraçou a morena novamente.

- Tchau, gente!- acenou- Talvez a próxima vez que a gente se veja seja no chá de bebê do nosso filho!- dito isso ela foi até o caixa pagar sua conta deixando todos sem reação para trás e Breno a seguiu rindo.

Eles pagaram a conta e então foram para o carro.

- Você não existe- a abraçou por trás enquanto caminhavam e riu contra sua nuca.

- Ue, por quê?- usou um tom irônico- To convidando eles já- riu.

- Agora eu entendo porque me apaixonei por você- ele deu um selinho na namorada antes de irem para o carro.

  - Eu tava doido pra essa noite terminar logo e eu poder deitar com você na nossa cama- disse abraçando a morena enquanto ela botava a perna em seu quadril.

  - Eu também- pôs o nariz no pescoço dele- Quero que saiba que, agora que eu abri minha boca de sacola, não tem mais volta.

  - Do que você fala?- acariciou o rosto dela quando a mesma se afastou para olhar em seus olhos.

  - Do nosso namoro. Agora é real e você não pode dizer sim e nem não. Já tá decretado- arqueou as sobrancelhas.

  - Eu nunca pensei no contrário, namorada- sorriu e deu alguns selinhos nela- E essa história de chá de bebê- deu uma risadinha- Saiu de onde?

  - Só pra eles não ficarem achando que eu sou só mais uma na sua cama e você na minha- explicou.

  - Mas tem alguma possibilidade de ser real?- sentiu seu coração acelerar.

  - Não- sorriu- Você sabe que a gente se protege muito bem pra evitar isso- acariciou a barba do homem- Agora vamos dormir que eu quero que esse dia acabe.

  - Tá bom- beijou a boca dela algumas vezes- Boa noite.

  Paula se virou e ele a abraçou por trás apoiando o nariz em sua nuca e sentindo seu cheiro.

Pela primeira vez naquele dia, Breno havia desejado algo que nunca desejou antes em sua vida...

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