Capítulo 2

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- Gente, por favor, não reparem na bagunça- Mariana disse abrindo a porta da casa e dando passagem para o casal.

- Se isso é bagunça, eu não sei o que é arrumação- Rafael disse impressionado com a casa da amiga- Parece que cada vez fica mais organizado.

- Obrigada- falou sorrindo e fechou a porta- Vou mostrar o quarto de vocês.

Eles adentraram o corredor e entraram na primeira porta à esquerda.

- Bom, como podem ver, ele não tem porta- fez uma careta apontando para a abertura- Tive que tirar pra pôr no banheiro.

- Tudo bem, amiga, não se preocupe- Paula sorriu para a outra.

- Se algum dia eu passar e ver algo que não deveria, vou tentar ao máximo ser discreta- a fala fez os outros dois rirem.

- Nós tomaremos cuidado- Rafael riu.

- Aqui estão as cobertas- abriu uma porta do armário que tinha roupas de cama, edredons e cobertas- E ele tem só uma parte ocupada com algumas coisas minhas, então podem usar todo o resto- apontou para as outras três portas.

- Tá- a morena já começou a arquitetar em sua mente como iria guardar sua coleção quase interminável de sapatos deixando lugar para as roupas.

Mariana mostrou mais algumas coisas no quarto e então saiu para deixar o casal se organizar.

- Essa proposta da Mari veio na hora certa- Rafael suspirou e deu um beijo no rosto da namorada.

- Nem me fale. Só que a gente também não pode abusar- pôs uma das malas encima da cama e a abriu- Temos que procurar apartamento o mais rápido possível. Ela e o Danillo estão cada vez mais firmes, daqui a pouco passam a morar juntos.

- E nunca imaginaria os dois juntos- o homem falou enquanto ajudava a mulher a dobrar as roupas- Eu jurava que o Danillo era gay.

- Acho que ele é bi, na verdade- disse pensativa.

- É, mas eu não conseguia imaginar ele se relacionando com uma mulher, principalmente com a Mari. Eles são tão diferentes.

- Eu achava também, mas agora acho eles bem bonitinhos juntos- sorriu- Fazem um casal fofinho.

- Ele é mais baixo que ela- falou rindo e a namorada jogou uma peça de roupa em direção ao seu rosto.

- Para de rir dos outros- o repreendeu segurando o riso- Imagina o que não falavam de nós então.

- Não falavam nada. Nós somos perfeitos- deu de ombros fazendo a outra rir- A primeira vez que te vi pensei, eu vou namorar essa garota.

- E conseguiu- foi até o namorado e o abraçou dando um selinho em seus lábios- Meu velhinho- brincou pelo fato de homem já ter 32 anos enquanto ela tem 27.

Ele sorriu a abraçou beijando seu pescoço.

- Droga, acho que um hotel seria mais apropriado para fazer o que eu to pensando agora- falou em seu ouvido e apertou a cintura dela.

- Talvez, mas...- tirou a mão do namorado de si- Nós temos que continuar a arrumação aqui.

Eles seguiram arrumando e logo Mariana apareceu na porta do quarto novamente.

- Gente, o jantar já está pronto caso vocês estejam com fome- informou.

- Amiga, por que não me chamou pra ajudar?- Paula guardou a última blusa e olhou para a outra.

- Que besteira! Eu gosto de cozinhar- deu de ombros- Espero vocês na cozinha!- falou e saiu andando.

O casal deixou as coisas como estavam e partiram para a cozinha onde Mariana já havia servido o prato de ambos e estava sentada na mesa os esperando.

- Achei que não viriam. Vai esfriar!

Paula foi até a mulher e deu um beijo em sua bochecha.

- Eu já falei que te amo?- sorriu e beijou novamente.

- Eu também te amo, amiga. Agora senta e come porque a gente passou só a bebida naquele bar- revirou os olhos- A Sam e o Breno cheios de dinheiro e nem se ofereceram pra pagar comida- brincou.

- O Breno ainda tá sem trabalhar?- a morena perguntou curiosa.

- Ele é cheio de dinheiro. Trabalhar pra quê?- deu de ombros- Mas ele consegue multiplicar o dinheiro dele, não sei nem como.

- Deve investir em alguma coisa- Rafael sugeriu dando de ombros.

- Pode ser- disse pensativa- Ninguém nunca soube o que ele faz. Vive em baladas, acorda a hora que quer, mas o dinheiro da herança do pai dele nunca acaba. Acho que ele tem uma máquina que copia dinheiro- sugeriu fazendo os outros dois rirem.

- Você é doidinha, Mari- Paula tomou um gole de água para se recuperar do riso.

- Única explicação plausível. A gente trabalha igual condenados e não tem esse dinheiro todo.

- A Sam tem- Rafael falou.

- A Sam tem a junção do salário dela com o do marido, por isso eles são ricos desse jeito. E nós quatro, os casais, somos a ralé do grupo- brincou.

- Pelo menos demos sorte no amor, né?- Paula constatou e Mariana concordou com a cabeça.

- Pelo menos isso.

Eles terminaram de comer e então Rafael foi lavar a louça.

- Amiga, muito obrigada por nos deixar ficar aqui por um tempo. Eu prometo que não vai ser muito longo- sorriu segurando a mão da outra.

- Não tem pressa, Paulinha- devolveu o sorriso- Eu já disse, é um prazer pra mim ter vocês aqui em casa. E outra, vocês cuidam da casa pra mim enquanto eu estiver no Danillo. Viu? Beneficia os dois lados- abraçou a amiga- Fico feliz que vocês tenham vindo morar aqui.

- Eu também. Até que teve um lado bom ter aquela briga com meu chefe e ficar queimada com toda BH- as duas riram- Vai ser bom começar uma vida nova. Agora eu vou procurar um emprego em um lugar bom e com um chefe profissional.

- Você vai conseguir, amiga- encorajou- Bom, eu tenho que ir dormir porque amanhã cedo tenho ensaio para a peça nova que eu e meus parceiros da companhia de teatro estamos planejando.

- Sério? E quando sai?- perguntou animada.

- Quando for a estreia eu convido vocês- sorriu e beijou o rosto da amiga- Boa noite. Podem fazer bastante barulho porque eu durmo igual pedra- se retirou sumindo no corredor.

- Vamos dormir, amor?- Rafael abraçou a namorada por trás.

- Por favor, eu já to exausta- ela suspirou- E amanhã ainda vou ter que dar um jeito nos meus sapatos.

- Ninguém mandou achar que é uma centopeia.

- Você é ridículo- falou rindo- Vamos logo que ainda temos que tomar um banho.

Eles se ajeitaram e então deitaram na cama pra dormir.

- Esse colchão é meio mole e faz barulho de molas- Rafael constatou deitado de barriga pra cima.

- Não reclama, é melhor do que um hotel que a gente pagaria.

- Imagina quando a gente for fazer amor aqui? O bairro inteiro vai saber.

- Cala a boca- falou rindo e jogou uma almofada nele- Fecha os olhos e dorme que amanhã cedinho eu vou sair pra procurar emprego.

- Tá bom- beijou o ombro dela- Boa sorte, amor.

E então eles se ajeitaram pegando no sono.

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