Capítulo 8

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- To indo, amor- Rafael deu um selinho na namorada- O Dan disse que tem boas notícias para me dar- disse animado.

- Que bom, meu amor- sorriu para o homem- Boa sorte lá!

- Obrigado- respirou fundo- Tchau, Mari!

- Tchau!- a amiga acenou para ele e então o homem saiu pela porta.

Rafael tinha uma reunião com Danillo relacionado ao livro que ele estava escrevendo.

- Por quê exatamente eu to sentindo um clima meio estranho nos últimos dias?- Mariana perguntou curiosa.

  - Desculpa, amiga- Paula suspirou- A gente tá na luta por um apartamento do nosso gosto, mas o Rafa parece que vê defeito em tudo. A sensação é de que ele não quer que isso aconteça, sabe?- desabafou.

  - Mas por que isso, Paulinha?- estranhou- Vocês já moravam juntos lá em BH.

  - Era diferente. Lá ele tinha a casa dele e eu morava com meus pais. Eu praticamente morava com ele, mas... é diferente- mordeu o lábio inferior- To pensando seriamente em propor a ele que a gente more separados.

  - O que? Mas um dos motivos da vinda pra Goiânia não foi vocês começarem a morar efetivamente juntos?

  - Eu acho que sim, mas sei lá. O Rafa tá meio estranho. Acha que ele pode estar escondendo algo de mim?

  Mariana sentiu seu coração acelerar. Antes que ela pudesse falar qualquer coisa o barulho da campainha foi ouvida.

  A mulher se levantou rapidamente e foi até a porta vendo Breno do outro lado.

  - O que tá fazendo aqui essa hora?- perguntou estranhada.

  - Nossa- se fez de ofendido- Posso entrar?

  - Claro- ela deu espaço e ele entrou.

  - Breno?- Paula também olhou estranhada com a presença do homem aquela hora.

  - Oi- deu um beijo em sua cabeça- Tenho um convite irrecusável pra fazer.

  - O que?- Mariana voltou a se sentar.

  - Vocês gostariam de ser as primeiras pessoas a visitar a minha casa?- olhou sério para elas.

  - Não se exalta, amiga, ele tá só tirando com a nossa cara- a morena sacou o que ele estava tentando fazer.

  - Você é ridícula- ele revirou os olhos e se sentou- Não da nem pra brincar com você.

  - Qual é o real motivo da sua vinda então?- a outra perguntou.

  - Nada- deu de ombros- Botei meu carro a lavar aqui perto e resolvi passar pra dar um oi. Cadê o Rafa?

  - Ele foi encontrar com o Danillo na editora- Paula falou.

  - Legal- pegou a xícara de café da morena e bebeu.

  - Folgado- ela reclamou- E aí? Ocupado esse fim de semana?

  - Quer algo?

  - Preciso ir visitar uns apartamento que combinei de ir ver, só que meu querido namorado já arranjou planos melhores- deu um sorriso irônico.

  - Eu sou sempre o substituto do seu namorado?- deu uma risadinha.

  - O que você tem de mais importante pra fazer? Isso mesmo, nada!- Mariana respondeu por ele- Você sabe que eu só não te acompanho porque tenho ensaio, né?

  - Claro que sei, amiga- sorriu para a outra.

  - Vai ser um enorme prazer ficar visitando e olhando centenas de apartamentos- forçou um sorriso fazendo a morena rir.

  - Eu te pago uma bebida depois- piscou para ele.

  - Na última vez que nós dois saímos para beber sozinhos, acabamos fantasiados- relembrou o dia da estreia da peça de Mariana e o primeiro dia de trabalho da outra amiga.

  - Um jantar então. O que acha?- mudou a proposta.

  - Tentador- pôs a mão no queixo fingindo estar pensado- Vou consultar a minha agenda e te aviso.

  - Então isso é um sim- constatou sorrindo- Você é o melhor!

  - Infelizmente eu tenho que sair agora- Mariana se levantou- Não se esquece de ver se a Mili tá dentro de casa quando for sair, tá bom?- deu um beijo na bochecha de Paula.

  - Pode deixar. Sua gatinha está a salvo comigo!- brincou piscando para a outra.

  - Acho bom. Tchau, Breno!- beijou o rosto do amigo e saiu pela porta.

  - O Rafa conversa bastante com você?- morena perguntou para o loiro.

  - Por que a pergunta?- estranhou.

  - To com a sensação de que ele não tá muito empolgado com essa história de apartamento. Ele tá meio estranho,

  - Eu entendo a cabeça masculina, e ele deve estar achando cansativo esse processo todo- tentou a tranquilizar- Principalmente ele que é impaciente.

  - Não sei- ainda estava intrigada.

  - Para de ficar paranóica- revirou os olhos- Vai se arrumar pra irmos ver esses apartamentos logo.

  Os dois amigos passaram o dia inteiro visitando apartamentos. Todos os proprietários estavam achando que eles eram o casal e, depois da segunda vez que aconteceu, eles nem fizeram questão mais de corrigir e dizer que eram só amigos.

  - É, amor, chegou a hora da nossa recompensa- brincou abraçando o amigo enquanto adentravam o restaurante.

  - Tive uma namorada por um dia- puxou a cadeira para ela se sentar.

  - O que achou da experiência?

  - Cansativo, agora eu entendo o porquê do Rafael estar meio estranho- abriu o cardápio.

  - Eu me refiro a ser meu namorado por um dia.

  - Eu também- brincou e ela apenas revirou os olhos- Não foi de todo ruim.

  - Acho que eu vou ficar com aquele terceiro que a gente viu- mudou o assunto- Gostei bastante, e tem até um escritório pro Rafa se concentrar em escrever os livros dele.

  - Achei bom também, mas precisa de uma boa reforma. Parece meio apagado- opinou.

  - Aí a gente pode contratar um arquiteto pra fazer isso- arqueou uma das sobrancelhas e olhou para o amigo- Ou um grande amigo nosso pode fazer de graça já que ele é formado em arquitetura e nunca trabalhou com isso.

  - Você é folgada demais, viu?- deu um pequeno sorriso- Vou pensar no seu caso. E outra... nada é de graça nessa vida- olhou nos olhos castanhos da mulher.

  - Ah é? E como você pretende me cobrar?- cruzou os braços.

  - Tem coisas que é melhor a gente não falar, Paula Carolina- o tom de voz que o homem usou para falar aquela frase fez o corpo da mulher se arrepiar.

  - Devo ficar assustada?- seguiu com o olhar no dele.

  - Acho que não é bem isso que você está sentindo nesse momento.

  - Você está flertando comigo por acaso?- sentiu seu rosto aquecer e o homem começou a rir.

  - Você ficou bonitinha com as bochechas vermelhas.

  - Você é um... eu te odeio, sabia?- chutou ele por baixo da mesa.

  - Eu também- mandou um beijo para ela- Não precisa fingir, eu sei que você adora a minha companhia.

  - O pior é que eu gosto mesmo- suspirou- O que tem de errado comigo?

  O homem não respondeu nada, apenas seguiu com o sorriso cafajeste no canto de seus lábios.

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