Capítulo 37

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  A vida de Paula e Breno com a nova integrante da família não poderia estar melhor. Já faziam dois meses desde a chegada da pequena e o casal cuidava da mesma com todo o amor e carinho que conseguiam.

  Breno ainda não havia tirado da cabeça a ideia de formar uma família maior com a namorada, e isso o estava deixando inquieto e às vezes ficava até um pouco distante da morena pois não tinha coragem de contar como se sentia. Paula era a pessoa que ele mais confiava no mundo inteiro, mas ele sempre soube como ela se sentia em relação a filhos e não queria acabar gerando um conflito naquele momento que o clima estava tão perfeito.

  - Bom dia, minha vida- a morena disse sorridente quando viu o homem adentrar a cozinha com uma expressão sonolenta.

  - Bom dia- resmungou e foi até ela lhe dando um selinho e enterrando a cabeça em seu pescoço- To com preguiça de tudo hoje.

  - Nem me fale- disse acariciando os fios loiros- Ainda bem que é fim de semana.

  - É- deu outro beijo no pescoço dela e foi servir uma xícara de café- Por que você disse pra Mariana e pra minha mãe que convidaria elas pra jantar aqui e nunca fez?

  - Ah, amor, eu sei que você não gosta que invadam sua privacidade, e a sua casa é o seu ponto de paz. Eu só falei pra zoar com a sua cara mesmo, jamais faria algo que sei que você não gosta- sorriu olhando para o homem que ainda estava de costas para ela- Eu te conheço melhor que todo mundo.

  O loiro engoliu seco naquele momento. A mulher não queria desrespeitar sua vontade, e ele estava com um desejo avassalador que ia contra tudo o que ela sempre falou durante sua vida inteira. E não só ela, ele também nunca teve 'formar uma família' como prioridade em sua vida.

  - O que foi, meu amor?- Paula perguntou reparando que o namorado estava meio cabisbaixo.

  - Eu to com medo- ele revelou olhando para sua caneca, não queria olhar para os olhos da amada.

  - Do que?- ela começou a se preocupar vendo que algo muito sério estava acontecendo- É alguma coisa relacionada a mim? Se for, me fala- ela foi se sentar na cadeira ao lado dele e segurou sua mão.

  - Eu te respeito demais, Paulinha, e quero que saiba que você sempre vai ser a prioridade número um na minha vida. Eu sempre vou fazer tudo que for possível e impossível também pra te ver feliz. Só que...- limpou a garganta- Eu venho me sentindo de uma forma ultimamente... eu não sei exatamente de onde surgiu isso, mas brotou no meu coração de um jeito avassalador e eu não consigo mais parar de pensar.

  - Você se apaixonou por outra pessoa?- questionou assustada.

  - O que?- foi a vez dele se assustar- Não! Claro que não, amor, eu só tenho olhos pra você- olhou nos olhos dela apenas para falar isso- Eu...- suspirou tomando coragem para falar- Eu venho tendo uns pensamentos diferentes ultimamente- se remexeu na cadeira- Você sabe que eu, assim como você, nunca quis ter filhos e nada dessa baboseira toda de família tradicional- disse e a morena concordou com a cabeça- Só que ultimamente eu não to conseguindo evitar o desejo que surgiu no meu coração de...

  - De que, meu amor?- questionou de maneira carinhosa, querendo que ele se abrisse.

  - De ser pai- suspirou e olhou nos olhos dela vendo a surpresa presente ali- Eu sei que é algo que você não quer, mas cada vez que vejo uma criança na rua fico imaginando como seria um filhinho nosso. Ver a forma como você trata a Laila só me faz pensar em como você é uma mãe maravilhosa. Eu nunca quis ter filhos, mas nesse momento o meu maior desejo é ter um bebê com você- ficou um pouco receoso com a expressão apática da namorada- Eu sei que isso nunca esteve nos nossos planos e, não me entenda mal, não estou te pendido pra que isso aconteça, mas achei que era bom que você soubesse já que é a minha confidente- deu um pequeno sorriso- Eu te amo mais que tudo e só você e nossa filhinha canina já me fazem feliz- deu de ombros.

  Paula estava em choque com as palavras do homem. Não esperava que isso estivesse se passando pela sua cabeça, mas o mais engraçado foi que era algo que ela também andou pensando nos últimos tempos. Fazia pouco tempo que eles estavam namorando, mas ela já se sentia praticamente casada com o homem e, querendo ou não, um pequeno desejo de ver um fruto do amor deles brotou em seu coração, mas ela havia decidido ignorar isso, até esse momento.

  - Breno, eu nem sei o que dizer- umedeceu os lábios com a língua.

  - Não precisa dizer nada, eu só queria fazer um desabafo- sorriu e acariciou a mão dela- Tá tudo bem.

  - Eu também estive com esse desejo nos últimos tempos- revelou surpreendendo o homem- Eu nunca quis ter filhos, mas nossa relação transborda tanto amor que parece que precisa de mais alguém pra ficar parelho, sabe?- franziu as sobrancelhas e olhou pra o namorado- Eu reprimi esse desejo, mas vendo que essa vontade é sua também, acho que a gente deveria tentar então.

  - O que?- sorriu- Você... você quer tentar fazer um filhinho comigo?- sentiu seus olhos encherem de lágrimas- Você tá falando sério, mor?

  - Sim- sorriu para ele- Eu to falando muito sério- puxou o rosto do homem e deu alguns selinhos enquanto sentia as lágrimas quentes dele descerem por seu rosto- Nós temos condições para isso, né?- disse incerta enquanto limpava as lágrimas de felicidade dele- Não me refiro apenas à dinheiro.

  - É claro que nós temos condições, meu amor- sorriu segurando o choro- Nós temos condições financeiras para isso, temos amor, temos carinho, temos vontade, não tem como dar errado.

  A morena negou com a cabeça enquanto tinha um sorriso no rosto.

  - Só você mesmo pra me fazer mudar de ideia- sentou no colo do namorado e o abraçou com força enquanto sentia a felicidade dele apenas pelo abraço que trocavam- Eu vou consultar com meu ginecologista e aí a gente pode começar a tentar- disse sorrindo enquanto acariciava o rosto avermelhado de seu amado.

  - Além de termos um filhinho, vamos poder transar várias vezes sem camisinha- sorriu safado- Acho que a gente tem que tentar umas quatro vezes por dia, hein?

  - Você é muito besta- riu e deu alguns selinhos nele- Mas já dá pra irmos treinando- mordeu o lábio inferior olhando nos olhos verdes do outro.

  - Não precisa nem dizer duas vezes.

  E a felicidade continuou se fazendo presente no lar dos Amorim Simões.

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