Capítulo 22

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Ela mordeu o lábio inferior quando ele deu uma apertada mais forte em seu cabelo, e subiu uma de suas mãos até seu peito arranhando o local com força por cima da camiseta.

  - Você não pode fazer um gesto desses com uma mulher que tá desesperada por um beijo na boca- falou descendo a mão do peito do homem e levando até as costas, o trazendo para mais perto de si.

  - Eu acho que é necessário, na verdade.

  Breno levou a outra mão até a cintura da morena e a contornou colando seu corpo ao dela e fazendo os narizes se encostares, misturando as respirações.

  - Que pegada, viu?- sussurrou ainda com os olhos fechados. Sabia que se os abrisse e encontrasse aquele olhar desejoso do homem, não aguentaria sequer um segundo.

  - Olha pra mim- pediu- Por favor!

  Ela apertou os olhos e logo os abriu encarando os olhos verdes. As pupilas do amigo estavam dilatadas e seus olhos pareciam mais escuros que o normal, demonstrando todo o desejo que ele estava sentindo.

  - Um beijinho- ela pode perceber que a boca dele estava salivando por vontade daquele beijou.

  Paula não fez nada e aquilo foi o sinal que Breno precisava. Ele apertou o braço em torno da cintura dela e a outra mão encaixou na nuca da mesma, puxando seu rosto. Antes dos lábios se tocarem em um selinho, o homem pôs sua língua sutilmente para fora e pode sentir o gosto dos lábios da amiga.

  A sensação de ter os lábios colados era deliciosa para os dois. Ficaram por alguns segundos naquela posição, até que ele se afastou minimamente para poderem então iniciar o tão desejado beijo. Ambos abriram os lábios e então suas línguas entraram em ação. A cada contato que elas faziam, parecia que o corpo inteiro do casal se arrepiava.

  Breno apertava a amiga com os braços para não deixá-la sair, e a mulher o arranhava querendo sentir cada vez mais daquele corpo no seu. O loiro desceu as duas mãos para a cintura de Paula e a rodeou com vontade, apertando seu tronco contra o dela. Já a outra subiu as duas mãos até a cabeça do homem e apertou seus fios loiros enquanto sua língua invadia a boca dele e passeava lá dentro.

  Ambos estavam matando uma vontade presente há um tempo. A química transbordava naquele beijo e eles não puderam deixar de sentir o calor subir pelos seus corpos. Parecia que estavam dentro de uma casa em chamas.

  Breno começou a andar para a frente durante o beijo até chegaram na geladeira, onde ele encostou a amiga e a prensou no local. Como o ar já estava faltando, ele sugou o lábio inferior dela com vontade e então separou os rostos olhando em seus olhos.

  - E aí? Bom? Mais ou menos?- fez uma careta.

  - Bem gostosinho!- falou sorrindo e mordeu o queixo dele- E você? O que achou?

- Eu já te beijei uma vez, lembra?- arqueou as sobrancelhas.

- Isso não foi uma resposta.

- Seu beijo era bom naquela época, agora então...- não falou nada, apenas sorriu e negou com a cabeça- Você vai me enlouquecer, garota.

Eles iriam iniciar um beijo novamente, mas quando as línguas se tocaram, o barulho estridente da panela de pressão foi ouvida.

- Acho melhor eu desligar antes que exploda- falou se afastando do homem e indo até o fogão.

Ele a acompanhava com os olhos com um sorriso no rosto.

- Paula Carolina- falou baixinho com um tom de repreensão.

- O que é, moço?- questionou- O que você quer de mim, hein?

- Tem coisas que não se pergunta- se aproximou da mulher que estava em frente à pia lavando uma parte da louça que havia sujado- Eu prefiro fazer do que falar- pôs as duas mãos na parte da frente das coxas dela e colou os corpos dando um beijo no pescoço de Paula.

- Vai com calma aí, amigo- falou rindo e se afastou indo até a bancada para pegar as coisas que havia cortado- Nosso combinado é beijar na boca.

- Me poupe, né, Paula- se sentou no banquinho- Nós somos adultos, beijar na boca dentro de uma casa onde estamos apenas nós dois, não vai ficar só no beijo. Você sabe muito bem disso.

- Acho que isso é íntimo demais e aí sim pode estragar a amizade.

- Ai, tá bom, Paula- falou e se levantou para sair da cozinha.

A mulher apenas observou o homem saindo da cozinha e revirou os olhos, logo voltando a fazer a comida. Quando terminou, pôs a mesa e o chamou para comer.

O jantar foi em um completo silêncio. Paula notou que o amigo não estava bom para conversas e respeitou completamente. Quando terminaram de comer, ele foi lavar a louça e ela subiu para tomar banho.

Quando estava pronta pra dormir e de pijama, a mulher pegou um travesseiro e uma coberta e desceu as escadas.

- O que você tá fazendo?- Breno perguntou saindo da cozinha.

- Vou te deixar dormir sozinho hoje- deu um pequeno sorriso e pôs as coisas no sofá.

- Até parece- ele foi até o sofá tirando as coisas- Você vai dormir lá na cama, como sempre.

- Você ficou bravo por eu não querer transar com você, e eu entendo. Vou deixar você em paz na sua cama- deu de ombros.

- Paula Carolina- disse com os olhos semicerrados- Eu jamais ficaria bravo por você não querer transar comigo, tá doida?- se sentiu mal por ter feito a amiga pensar isso- Eu só fiquei irritado por causa do doce que você tava fazendo.

- Não é doce, eu só acho que não precisamos chegar nesse nível de envolvimento. Vai ser o melhor pra nós dois.

- Eu... Tá bom, Paulinha. Então tá- suspirou- Mas vai lá deitar na nossa cama que eu vou tomar um banho e já vou- deu a coberta e o travesseiro nas mãos dela e beijou seu rosto.

Depois de tomar banho, Breno entrou no quarto e viu a mulher sentada na cama com o celular nas mãos.

- Você tá brava comigo?- questionou se sentando na cama ao lado dela.

- É lógico que não- riu- Eu não tenho motivos pra ficar brava com você.

- Não vamos ficar estranhos por causa do beijo, não é?

- Achei que nosso combinado era beijar quando tivéssemos vontade.

- É sim- sorriu- Eu posso te dar um beijinho de boa noite?- perguntou arqueando uma das sobrancelhas.

Paula riu e largou seu celular no criado-mudo puxando o homem ela nuca. O beijo foi pequeno pois eles não queriam dar margem para o corpo querer algo a mais do que isso.

- Durma bem- sussurrou dando alguns selinhos nos lábios da amiga.

- Você também.

Eles trocaram um sorriso e então deitaram um de costas para o outro pegando no sono.

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