CAPÍTULO 22

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ESTELA 22

Os pequenos estavam se adaptando bem ao país, hoje é o dia que serei apresentada a alta sociedade, durante todo o dia senti um frio na boca do estomago.

Eu iria revê-lo.
Preparamos uma grande festa, afinal desde que vim para cá e herdei a fortuna de meu pai nunca me expus para ninguém.

Pouquíssimas pessoas sabem que sou filha do finado Valério, então com a ajuda de meu amigo Vicenzo, Ema, preparamos uma grande festa na qual todas as pessoas de influência e poder estarão presentes. 

Inclusive meu digníssimo ex marido que foi o primeiro da lista a ser convidado. Como reagiu ao saber que voltei? Lhe convido para uma festa de maneira fria.

A mansão já estava toda arrumada inclusive o grande jardim, estou aflita, não sei como vou me comportar quando estiver cara a cara com ele, a cada segundo que se aproxima e os ponteiros do relógio se movimenta meu cérebro me pede para recuar.

 Me recriminando dizendo me, alertando que não estou preparada, temo sofrer um infarto, tamanha minha agonia.

Meus filhos estão bem protegidos na outra casa, Maria e Bob estão com eles, já se acostumaram com eles a sua volta, se sentem protegidos, e muito amados, afinal de contas não são só meus funcionários, são meus amigos, aliados, cúmplices do meu segredo.

Os últimos ajustes do dia são feitos, subo para me arrumar, a equipe do salão de beleza já está aqui, pedi para que servissem um lanche enquanto tomava um banho.

Já vestida com um roupão peço para que subam, eu estava pronta, mas amedrontada, muito, eu não podia negar.


Valentim.

Recebi um convite negro com laço de fita branco, letras em dourado me convidando para um jantar de apresentação.

Até então tudo normal, até meus olhos se prenderem no nome de quem era o anfitrião. O passado estava ali frente a frente escrito em letras grandes traçadas com precisão e sutileza, mas o impacto de ler o nome Estela Salvador me desestruturou sacudindo meu peito, minha mente, e meu corpo, suspirei melancólico, saudoso, aflito, ela estava de volta.

Cinco anos, cinco malditos anos que esse nome não sai da minha boca, da minha mente, perdi as contas de quantas vezes gritei seu nome enterrado em outros corpos. Nem uma conseguia dar-me o alívio de um boa noite de sexo.

Uma conversa agradável, um sorriso sincero, satisfação de um boa noite de sono, de me jogar para o outro lado e dormir, ela se foi, eu a reneguei e ela se mantém presa a mim mesmo estando longe.

Outras não me satisfazia simplesmente porque não era ela, vivi uma mentira todos esses anos recorrendo ao álcool para não enlouquecer, pensando nela.

Agora minha mulher, meu amor voltam para casa. Minha boca seca ao ler o nome, será verdade ou é delírio do álcool em meu corpo. Leio o nome novamente e meu corpo reage gritante pensamentos volta ao passado, a casa do bosque, seu sorriso, seus movimentos, me nego a acreditar que seja verdade, repito o nome em voz alta várias e várias vezes.

-Estela Salvador, Estela Salvador. Meu coração dispara, pulando descompassadamente em meu peito, minha boca saliva e engulo, mas sinto um nó em minha garganta. Temos que conversar, precisamos, todos esses anos as recordações de nossos corpos juntos têm me castigado de saudades.

Tenho sofrido como um cachorro, sinto falta do seu cheiro, seu sorriso, sua voz chamando o meu nome. Loucura me toma sem pensar, saio como um louco para a garagem dispenso o motorista, entro no carro e vou direto para a mansão do bosque.

A cor do  Pecado COMPLETA.Onde histórias criam vida. Descubra agora