***Miguel
Agora eu estava totalmente apático. Me encontrava em um estado de choque indescritível de pé olhando Beatriz ali inconsciente no sofá, enquanto Suzana permanecia sentada no chão sem se mover.
Minha cabeça dava voltas e eu tentava procurar em meus pensamentos uma resposta plausível para o que havia acabado de acontecer...
Beatriz estar ali, e viva! O que tudo isso poderia significar? Como ela conseguiu deixar de ser uma pedra? Era tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que me tirava o sossego.
- Miguel... - Chamou-me Suzana.
Porém, eu não conseguia pronunciar sequer uma única palavra. Apenas a olhei a dando a entender que estava prestando atenção no que ela tinha a me dizer.
- Como... Como isso é possível?! - A mãe de Thales tentava me arrancar uma resposta, mas eu também não tinha a mínima idéia do que poderia estar acontecendo.
- Eu... Eu também não sei, Suzana... Eu não sei! - Respondi colocando as duas mãos sobre a cabeça. Era como se eu estivesse enlouquecendo com aquela situação perturbadora.
Ainda mais nervoso, comecei a caminhar de um lado para o outro da sala. Tudo que eu precisava e queria naquele momento, era que Beatriz recobrasse a consciência, para daí então, ela me dar algumas respostas.
Dei a volta no sofá e caminhei até Suzana. Estendi minha mão para ela, que em seguida, segurou firme e se levantou com dificuldade amparada por mim.
- Vamos limpá-la. Ela está imunda! Talvez depois de alguns cuidados ela recobre a consciência e possa nos dar algumas respostas. - Sugeri.
Suzana apenas fez um sinal de positivo com a cabeça e saiu em direção à cozinha dizendo:
- Vou pegar uma toalha e uma vasilha com água morna. Já volto!
Assim que a mulher se retirou do local, eu me peguei encarando aquele rosto tão conhecido ali no sofá. Beatriz estava claramente abatida, era como se ela houvesse enfrentado um exército sozinha. Seu estado era lamentável.
Não demorou muito e Suzana voltou trazendo consigo uma bacia com água e uma pequena toalha limpa. Sem qualquer receio, ela imediatamente começou a molhar o pano e limpar o rosto da garota.
A campainha da porta da frente mais uma vez chamou a atenção. Quem poderia ser agora?! Minha cota de surpresas já havia atingido o limite por uma única noite. Eu não sei se estava preparado para mais alguma.
Caminhei até a entrada à passos largos e não demorei muito pra abrir a porta. Assim que avistei quem era, um certo alívio seguido de uma preocupação tomou conta de mim.
- Plínio! - Arregalei os olhos.
- E aí, Miguel! - Respondeu o rapaz que aparentemente estava abatido. Em suas roupas, haviam pequenas manchas de sangue quase imperceptíveis.
- Cara, você está bem?! O que houve?! Está ferido?! - Bombardeei-o com minhas perguntas devido minha preocupação.
- Foi um inferno, Miguel! Muitos morreram... Muitos ficaram feridos! Não estávamos esperando por algo assim! - O rapaz respondeu em tom triste. Seus lindos e grandes olhos verdes estavam marejados.
- Vem comigo. - Falei o segurando pelo punho e saindo da frente da porta.
Levei-o até o sofá da varanda da frente e, com um sinal, o pedi que se sentasse. O mesmo se acomodou apoiando os braços sobre os joelhos enquanto mantinha a cabeça baixa.
Eu me sentei ao seu lado e pedi:
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O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]
FantasyAh o tempo... O tempo pode ser tão bom... O tempo cura feridas, nos amadurece, traz novos conhecimentos. Mas esse mesmo tempo também pode ser ruim. Esse mesmo tempo pode tirar coisas e pessoas que você ama, pode te ferir profundamente, pode te cei...