***Gabriel
Nossos passos eram urgentes, nossas respirações estavam ofegantes. Quanto mais nos aproximávamos da pequena cidade, maior a nuvem de fumaça parecia. O incêndio aparentemente estava tomando proporções inimagináveis.
Ao chegar na entrada de GouldenCity, pudemos ter certeza e ver com clareza tudo que estava acontecendo. As labaredas de fogo consumiam todo o local com urgência. Gritos de horror podiam ser ouvidos por toda a parte, choro de crianças gritando por suas mães...
- Por Merlim!!! - Plínio cobriu a boca com uma das mãos, ele estava horrorizado ao presenciar àquela cena de filmes de terror.
- O que aconteceu aqui?! - Eu queria uma resposta.
Estalos podiam ser ouvidos enquanto as construções de madeira eram consumidas pelas chamas. Algumas poucas pessoas conscientes tentavam resgatar outras com ferimentos graves. Minha surpresa atingiu seu clímax, quando consegui assimilar o que realmente estava acontecendo ali:
- Pessoas silenciosas!!!
Não dava pra saber o número exato de humanos sob efeito da poção do vazio, mas claramente eram muitas...
Como se fossem zumbis sem cérebro, àquelas pessoas caminhavam lentamente pela cidade ateando fogo no que viam pela frente. Muitos corpos sem vida podiam ser vistos pelas ruas e vielas...
- O que estão fazendo aqui?! Vocês precisam fugir!!! - Uma voz familiar soou atrás de nós.
Quando nos viramos, vimos Félix com vários ferimentos pelo corpo e coberto de cinzas e carvão.
- O que aconteceu aqui, Félix?! - Plínio perguntou totalmente assustado.
- Eu não sei... - O outro tentava explicar enquanto ofegava. - De uma hora pra outra as pessoas começaram a agir estranhamente e a atacar todos que fazem parte da nossa... - Ele engoliu em seco.
- Da nossa?... - Insisti para que ele continuasse.
- Eu não posso dizer. - Félix demonstrou resistência. Claramente não queria responder minha pergunta.
- Essas pessoas estão atacando as pessoas que fazem parte da sua alcatéia, não é mesmo?! - Plínio foi totalmente objetivo na pergunta.
Silêncio... Félix estava totalmente paralisado. Seus olhos arregalados revelavam a surpresa por tal questionamento. Os únicos sons que podiam ser ouvidos naquele momento eram dos gritos desesperados e os estalos das madeiras queimando.
Depois de um breve instante estático, Félix finalmente voltou a piscar. Ele inclinou a cabeça para um lado e nos encarou dizendo:
- Que loucura você está falando?! Não entendo...
- Não precisa mentir para gente, cara! Sabemos o que você é. - Fui o mais franco possível.
- Como assim?! - O rapaz insistia em nos ocultar a verdade.
- Para com isso, Félix... Só queremos ajudar! - Plínio se manifestou. - A gente te viu com o Kaio... Sabemos muito bem o que ele é! Nós ouvimos o final da conversa de vocês, sabemos que você também é um licantropo.
- Mas... - O rapaz ficou sem palavras.
- Não precisa negar... - Falei olhando ao redor. - Nós também não somos comuns. Somos de WorldHidden!
- E o que fazem aqui?! - Félix quis saber.
- É uma longa história... Mas creio que seu amigo Kaio sabe muito bem o que viemos fazer aqui, é improvável que ele não tenha te dito. - Expliquei rapidamente. - Não é hora de falarmos disso agora, temos que salvar quem for possível e dar o fora daqui!
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O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]
FantasíaAh o tempo... O tempo pode ser tão bom... O tempo cura feridas, nos amadurece, traz novos conhecimentos. Mas esse mesmo tempo também pode ser ruim. Esse mesmo tempo pode tirar coisas e pessoas que você ama, pode te ferir profundamente, pode te cei...