Respostas

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***Beatriz

Eu e Plínio seguíamos nossa exaustiva leitura em busca por respostas. Qualquer mínimo detalhe que nos ajudasse a esclarecer o mistério por trás do misterioso amuleto, já seria de grande ajuda. Cada vez mais nos perdíamos nos conteúdos, confesso que bizarros, escritos naquelas gigantescas páginas amareladas pelo tempo.

Meu corpo estava quase que pedindo clemência. Minha exaustão já estava quase que no limite, porém, eu não queria desistir de minhas buscas por respostas. Meu amigo dependia de mim.

Por um breve instante eu perdi a consciência sem ao menos perceber...

- Beatriz... - Uma voz ecoava em minha mente.

Em seguida senti uma mão me sacudir pelo ombro esquerdo. Com o susto, meio que voltei a consciência imediatamente. Com os olhos arregalados e ainda tentando focar a visão, dei de cara com os grandes olhos verdes de Plínio me encarando. O semblante do rapaz era um pouco cômico.

- O que foi? - Perguntei confusa coçando os olhos.

- Eu é quem pergunto. Você caiu no sono do nada... Deve estar exausta, né?

- Ai, nem me diga! É tanta coisa acontecendo, quem aguenta? - Tive que ser honesta com ele.

- Eu até ia deixar você dormir mais um pouco, sei da barra que passou e está enfrentando... Mas... Acho que encontrei alguma coisa. - Plínio me explicava enquanto mantinha seu indicador pousado sobre uma parte específica da página do livro.

- O quê?! - Fiquei surpresa com a revelação dele.

- É. Olha aqui.

Plínio me indicou um ponto da página que havia o mesmo símbolo da capa desenhado. Logo abaixo seguia um texto.

- Poderia ler, por gentileza? - Pedi educadamente.

Plínio, então, suspirou fundo, pigarreou e começou a ler o texto com toda a calma do mundo enquanto escorregava seu indicador pela página:

- O misterioso amuleto da serpente do infinito: trata-se de um objeto muito poderoso e que, na posse de pessoas erradas, pode causar o desequilíbrio não só de todo o mundo mágico, mas também o desequilíbrio do mundo humano. Poucas pessoas já viram ou tiveram contato com esse objeto, porém, as poucas pessoas que alegaram terem o visto, viram suas vidas cair em desgraça. Muitos chamam essa jóia de "Amuleto Do Infinito". O objeto foi batizado com esse nome pois é capaz de conceder a vida eterna a quem souber usá-lo corretamente por meio de um ritual de magia específico. Essa magia antiga porém, é proibida desde os primórdios da existência do Conselho Dos Clãs, pois envolve sacrifícios...

- Pode parar por aí! - Eu estava totalmente apática. Muita coisa começava a se encaixar agora.

O fato de Thales estar usando o amuleto na noite daquele ritual macabro que Pavel organizou, fazia algum sentido agora... Pavel estava em busca de imortalidade e juventude eterna. E era sacrificando meu amigo que ele pretendia ter sucesso em seu ambicioso plano. Isso significava que realmente o maldito sabia o que estava fazendo, ele realmente conhecia a tal magia proibida à que o livro se referia. Até aí a gente já sabia, mas... Algo ainda não se encaixava, o fato de Thales ter voltado a vida...

- Algo errado, Beatriz? - Plínio me encarou todo preocupado.

- Só estava pensando... Tipo... Será que o Pavel conhecia tão bem essa magia de imortalidade ao ponto de executá-la? Pois pra mim, parece que alguma coisa saiu muito errado. - Eu comecei a expor minhas idéias ao rapaz.

O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora