***Miguel
- Merda! O que será que aconteceu?!!! - Eu perguntava a mim mesmo.
Eu estava totalmente impressionado com aquela visão. Não conseguia pensar em nada de bom no momento. As luzes coloridas sobre as montanhas permaneciam dançando no céu. As labaredas de fogo na residência dos pais de Beatriz alcançavam proporções cada vez mais preocupantes. Agora já era possível ouvir as sirenes dos bombeiros ao longe.
- Miguel, o que está acontecendo?! - A voz de Suzana surgiu ofegante atrás de mim. Quando ela se deu conta, parou imediatamente impressionada. - Céus! O que é isso?!!!
- Não faço a menor idéia do que aconteceu. - Falei sem demonstrar alteração no tom de voz.
Mais uma vez senti uma vibração no bolso da minha calça. Imediatamente enfiei minha mão para alcançar o celular, mas para minha surpresa, não era o celular que estava no bolso afetado pelas constantes vibrações. Fechei o punho e puxei o que estava me causando incômodo, quando estendi a mão à frente do rosto e a abri lentamente, vi que era o colar que Suzana havia me entregado há instantes atrás.
O objeto vibrava e os olhos da serpente no pingente brilhavam como estrelas.
- O que é isso, Miguel?!!! - Suzana estava apática.
- Será que tem algo haver com essas luzes no céu e esse incêndio repentino? - Questionei.
- Mas... Como???!!!
- Não sei! - Comecei a perder a calma. - Eu não estou entendendo o que é isso tudo. Desgraças não param de acontecer a todo momento, não teremos mais paz?
- Calma, não vai ajudar nada você ficar abalado agora. Primeiro temos que saber o que está acontecendo.
Um vento, começou então, a soprar com força. Os cabelos e camisola de Suzana esvoassavam, tamanha era a força. Mais um estrondo foi ouvido no ar e então, as luzes estranhas sobre as montanhas cessaram. Agora, raios começavam a cruzar os céus.
- Mas o que pode ser isso?!!! - Suzana estava impressionada e com medo. Eu não sabia o que podia fazer para tentar tranquilizá-la, pois eu também não estava tranquilo com àquela situação.
Mais um estrondo nos chamou a atenção, quando nos demos conta, percebemos três raios seguidos atingir o solo. Onde eles poderiam ter atingido?
Depois das quedas dos raios, o vento se acalmou se tornando uma brisa mais calma, nenhum raio mais cruzou os céus e pudemos perceber que tudo havia se acalmando. O amuleto que eu ainda segurava em minha mão parou de vibrar e os olhos da serpente pararam de brilhar.
- Que estranho... - Sussurrei.
- Céus!!! Que loucura toda pode ser essa???!!! - Perguntou Suzana.
- Não faço a mínima idéia. - Fui sincero.
Agora a única coisa fora do normal que nossos olhares atentos presenciavam, era a casa ao pé da colina pegando fogo enquanto os bombeiros, que já haviam chegado no local, tentavam controlar as chamas.
- Miguel... - Suzana chamou-me.
- Sim?
- Aquela não é a casa dos pais de Beatriz?
- É sim. - Respondi preocupado.
- Será que eles estão bem?
- Eu espero de coração que sim. - Em seguida suspirei muito tenso.
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O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]
FantasíaAh o tempo... O tempo pode ser tão bom... O tempo cura feridas, nos amadurece, traz novos conhecimentos. Mas esse mesmo tempo também pode ser ruim. Esse mesmo tempo pode tirar coisas e pessoas que você ama, pode te ferir profundamente, pode te cei...