O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]

Ascenção

***Miguel

Eu estava totalmente apático... Não conseguia acreditar no que os meus olhos viam. Por um instante, eu comecei a pensar que minha sanidade mental estava a se esvair.

Pavel olhava o garoto com olhos furiosos. Todos os meus amigos pareciam estar paralisados, ninguém conseguiu dizer qualquer palavra.

Thales estava mais lindo do que eu me lembrava, mas havia algo de diferente nele, seria eu o único presente ali a ter notado aquilo? Impossível!

A expressão facial do baixinho estava mais serena do que nunca. Seus olhos já não tinham a mesma cor castanho escuro que eu me recordava. Seus olhos agora, pareciam duas pérolas, estavam quase brancos. As pequenas pupilas negras se destacavam no centro das íris.

Pavel, deu alguns passos em direção ao garoto. Eu conseguia enxergar desprezo em sua face. Quando se aproximou o suficiente do baixinho, começou a gritar:

- Você?! Eu pensava que a essa altura do campeonato você já não passava de uma fétida montanha de carne podre sendo devorada por vermes... Como tem a audácia de aparecer aqui para me enfrentar?!

O garoto continuava parado e em silêncio, com a mesma expressão serena estampada no rosto. O mago, começou a perder a paciência:

- Garoto insolente?! Como se atreve a se calar diante de mim?! Quando eu falar com você, me responda!!!

Pavel ergueu sua mão em direção à Thales, e disparou um feitiço. Da mão do homem um raio prateado foi expelido. Eu consegui ouvir os sons de surpresa de todos os presentes ali. Porém, poucos centímetros antes do ataque de Pavel atingir o corpo do baixinho, ele foi desviado para uma árvore próxima, que em seguida foi de encontro ao chão.

- Como ele fez isso?! Sem nem levantar um dedo sequer!!! - Ouvi Plínio dizer totalmente pasmo com a cena.

- Caralho!!! - Gabriel também mostrou-se impressionado.

- Seu garoto impertinente! Como ousa?! - Pavel voltou a falar.

- Não está vendo que esse garoto não é quem você pensa que é?! - A voz de Merinda chamou a atenção de todos.

Quando olhei em direção a ela, uma moça do Clã Dos Feiticeiros estava a ajudando a se levantar. A pobre velha estava massageando o pescoço com uma das mãos.

- O que quer dizer com isso, sua velha intrometida?! - O vilão a olhava quando fez a pergunta.

- Isso mesmo que você entendeu. - A voz de "Thales" parecia vir de todas as direções, menos de sua boca que permanecia fechada.

- Que sinistro! Só eu vi que a boca dele nem se mexeu? - Rafa nem sequer piscava, encarando o garoto.

- O quê?! - Pavel, voltou-se para o baixinho totalmente atordoado. Eu nunca imaginei vê-lo desestabilizado daquela forma, mas eu estava adorando.

- Eu não sou aquele quem vocês chamam de Thales... - O rapaz começou a falar. - De onde venho, me chamam por Barachiel!

- Eita, porra!!! É isso mesmo, galera?! - Gabriel parecia não acreditar no que havia acabado de ouvir.

- O quê? - Rafa o olhou meio confuso.

- Esse nome... - O líder do Clã Dos Vampiros engoliu em seco. - Não é aquele nome que é citado na tal profecia que Plínio e Beatriz tanto nos falaram???!!!

- Exatamente! - Plínio se intrometeu na conversa, o rapaz estava meio pálido e apático.

- Não, isso não pode ser!!! - Gabriel continuava negando.