Os Aliados De Pavel

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***Rael

GouldenCity estava praticamente destruída. Tudo que eu conseguia sentir era um grande ódio por tudo que havia acontecido. Fomos pegos de surpresa por aqueles humanos que mais pareciam zumbis.

Na sede do nosso Clã, eu ajudava meus companheiros de alcatéia a cuidar das pessoas que estavam feridas mais gravemente e ainda não haviam conseguido se curar. Aquele ataque à nossa cidadela foi um verdadeiro massacre.

Depois de ajudar a dar suporte aos feriados, eu voltei para o meu quarto. Tomei um banho rápido, pois não podia ficar muito tempo ausente. Eu temia que em qualquer momento de distração minha, voltássemos a ser atacados. A tais pessoas silenciosas haviam tirado nossa paz.

Ouvi batidas na porta logo que terminei de vestir uma calça. Caminhei até o closet para pegar uma camiseta, quando abri a porta do mesmo as batidas voltaram a se repetir. Eu notando a impaciência de quem estava do lado de fora, gritei:

- Entre, não está trancada!

A porta se abriu, Kaio e Félix adentraram o meu quarto bastante apressados. A expressão em seus rostos me preocuparam, pois revelavam pavor.

- O que foi?! - Perguntei já temendo pela resposta, eu já suspeitava que nada bom viria dali.

- Rael... - Félix começou a falar com os olhos arregalados. Ele engoliu em seco e continuou. - Cara, você precisa ver isso!!!

- Isso o quê?! - Minha preocupação aumentou ainda mais.

- Você precisa ir lá fora com a gente... Agora! - Kaio pediu em tom meio que autoritário.

- Mas que merda tá acontecendo?! Por que não falam logo de uma vez?! - Eu comecei a ficar impaciente.

- Prefiro que veja com seus próprios olhos. - Disse Félix começando a sair do quarto, Kaio foi logo atrás do amigo.

Antes de abandonar totalmente o cômodo, o último parou na porta e perguntou com insistência:

- Você vem ou não?

- Mas que droga! - Comecei a seguí-los terminando de vestir a camiseta que havia acabado de apanhar no closet.

Fui atrás dos garotos pelo corredor. Descemos as escadas que davam acesso ao andar térreo e chegamos à sala de estar. Em seguida fomos até a porta da frente, Kaio a abriu de uma só vez e saímos da casa.

A casa que usávamos como nossa sede, era bastante afastada de tudo. Ficava há mais ou menos uns dois quilômetros do centro de GouldenCity. Era como se fosse isolada na clareia de uma floresta às margens de um rio. Em volta do grande quintal, haviam muitas árvores de variadas espécies. Árvores altas, médias, pequenas... Eu me lembrava muito bem da calmaria daquele lugar, do canto dos pássaros, do barulho da água correndo sobre as pedras do rio, o som do vento balançando as árvores ao redor... Mas toda aquela tranquilidade havia acabado. Nossa paz chegou ao fim no dia em que nossa pequena cidade foi incendiada.

Quando eu acompanhei os garotos até o quintal, pude ver ao longe muita fumaça. A fumaça tomava conta de quase todos os arredores. Era uma visão impressionante. O rio que passava ao lado do quintal, antes era cristalino, mas agora a água havia ganhado uma coloração avermelhada, barrenta... Era como se milhares de litros de sangue e barro vermelho houvessem sido derramados nele. O céu daquele fim de tarde estava mais alaranjado do que o de costume devido as labaredas de fogo que consumiam a floresta ao nosso redor...

- Mas... O que é isso???!!! - Eu estava paralisado olhando aquela cena. Eu mal conseguia acreditar no que meus olhos viam.

- Não sabemos. - Respondeu Félix. - A gente foi dar uma olhada mais de perto para saber do que se tratava a fumaça... E a floresta está em chamas!

O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora