***Plínio
Estar parado em frente àquela porta olhando para fora me dava uma exata idéia do que teríamos de enfrentar...
Agora já era tarde. Eu nos via como verdadeiros animais totalmente encurralados e assustados. A imagem de Pavel, seus seguidores, e das pessoas silenciosas unidos na tentativa incansável de colocar a barreira mágica de professora Lourdes abaixo, me amedrontava.
Gabriel chegou mais pra perto, de forma discreta ele segurou minha mão firmemente. De canto de olho eu o observei me encarar. Apenas movimentando os lábios lentamente, e sem emitir qualquer som, eu pude entender ele dizendo:
- Eu tô aqui com você.
Apenas balancei minha cabeça fazendo um sinal positivo. Com certeza o meu nervosismo estava evidente em minha face, assim como nos rostos de todos os outros que estavam reunidos ali.
Olhando novamente para fora, eu podia observar Pavel à frente daquele grande ataque. Cada vez eu podia ouvir o som de mais pessoas se reunindo atrás de nós no grande salão... O clima era de total tensão, medo e incerteza... Algumas pessoas cochichavam, outras falavam normalmente umas com as outras. Os comentários mais ouvidos era sobre como sobreviveríamos a àquilo... Sobre como, sem dúvidas, estávamos perdidos.
Ouvi passos de alguém correndo, do meio da multidão que se tornava cada vez mais densa ali, eu consegui ouvir a voz familiar de Suzana gritando:
- Com licença! Me deixem passar, por favor!
Beatriz, que estava um pouco mais à minha frente, rapidamente recuou ao se dar conta de que a mulher havia chegado ali. Ela correu até Suzana antes que a mesma conseguisse enxergar o que havia lá fora, já começando a falar em voz alta:
- Suzana, o que está fazendo aqui?!
- Eu vi todo mundo vindo apressado pra cá, quero saber o que está acontecendo! - Respondeu a mãe de Thales com a voz bastante alterada.
- Não é seguro! Você precisa voltar para o seu alojamento!
- Não vou arredar o pé daqui enquanto alguém não me disser o que está acontecendo!!! - A mulher se alterou ainda mais.
- Você precisa sair daqui... Agora! - A voz rouca da feiticeira-mor soou em tom autoritário. Ela olhava Suzana com seriedade.
- Me digam pelo menos o que está acontecendo?! Por favor! - A outra pedia em tom de súplica.
- É Pavel! Ele está aqui, Suzana! Está tentando atravessar a barreira! - Bia foi direto ao ponto.
Suzana, que já se encontrava bastante pálida e abatida há dias, agora perdia ainda mais a cor que lhe restava. Beatriz a pegou pela mão e perguntou:
- Você está bem?
A mãe de Thales apenas acenou lentamente em positivo com a cabeça. Professora Lourdes que demonstrava total impaciência, pois estava preocupada com Pavel conseguir penetrar a barreira, olhando aquela cena de Suzana deu a ordem:
- Leve-a de volta para o alojamento, Beatriz! Não é seguro ela ficar aqui!
- Eu não vou! - Teimou Suzana. - Talvez esse crápula saiba me dizer onde está o meu filho!!!
- Suzana, por favor... Você precisa se acalmar. - Miguel entrava na conversa. - Você acha mesmo que se Pavel estivesse com Thales, ele diria alguma coisa a qualquer um de nós?!
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O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]
FantasiAh o tempo... O tempo pode ser tão bom... O tempo cura feridas, nos amadurece, traz novos conhecimentos. Mas esse mesmo tempo também pode ser ruim. Esse mesmo tempo pode tirar coisas e pessoas que você ama, pode te ferir profundamente, pode te cei...