Reencontros

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***Thales

Senti algo tocar levemente o meu rosto. Lentamente fui abrindo os meus olhos...

Eu sentia como se estivesse acordando depois de muito tempo... Quando meus olhos se acostumaram com a luz do ambiente, consegui enxergar perfeitamente à minha volta.

Sentada à beira da cama, estava a minha mãe me encarando com o olhar preocupado. Quando desviei o olhar para a direção dos meus pés, vi Bia e Miguel de pé, também me olhando. Os dois também estavam visivelmente preocupados.

Eu estranhei aquele ambiente, eu não me lembrava de já ter estado ali.
Voltando a olhar minha mãe, perguntei com a voz quase falhando:

- Onde eu estou?

- Em um alojamento do Conselho, meu filho... Como você está se sentindo? - Respondeu minha mãe com a voz trêmula.

Ouvir àquela voz da pessoa que eu tanto amava na vida, me causou uma sensação de nostalgia. Parecia que eu já não tinha contato com aquela mulher há muito tempo... Ela estava tão abatida. Fui as lágrimas, já me sentando e a abraçando com força:

- Mãe!... Mãe!... - Eu chorava copiosamente.

- Meu querido! Você está bem?! A mamãe sentiu tanto a sua falta. Eu estava tão agoniada por não saber onde você andava! - Ela beijava meu rosto por várias partes aos prantos.

- Eu não estou sonhando? - Perguntei.

- Não, meu menino, não está! Vai ficar tudo bem agora... Estou aqui com você! Nunca mais vou deixar que nada de ruim te aconteça!!!

Eu não queria soltá-la. Eu sentia como se esperasse por aquele momento a minha vida inteira. Eu só queria ficar ali, abraçado com a mulher que havia me dado a vida.

Ela apoiou seu queixo em meu ombro e eu conseguia ouvir perfeitamente o seu choro sentido, seu soluçar... Parecia que ela estava sentindo uma enorme dor, uma dor que remédio algum no mundo poderia curar.

Ainda chorando muito, eu meio que me afastei de minha mãe para olhá-la melhor no rosto. Seus olhos estavam vermelhos e molhados. Em meio a nosso pranto, eu a pedi encarecidamente:

- Por favor, mãe... Você precisa se acalmar.

- Eu estou calma. - Disse ela. - Eu estou chorando de alegria... Mal consigo acreditar que você voltou pra mim! É um milagre, meu filho!

- Eu sei mamãe, eu sei!

Nos abraçamos fortemente mais uma vez, sem conseguir parar de chorar.

***

Após muitos minutos tentando controlar as fortes emoções, enfim conseguimos nos acalmar um pouco. Miguel e Beatriz ao fim daquela cena estavam com os olhos marejados.

Eu os olhei com todo amor do mundo, eles eram, depois de minha mãe e meus avós, as pessoas mais importantes do mundo para mim.

- Oi, pessoal! - Me dirigi aos dois enquanto secava meu rosto de qualquer jeito.

- Sentimos tanto a sua falta! - Beatriz foi a primeira a se lançar sobre a cama.

Logo depois Miguel também fez o mesmo, agora eram os dois quem me abraçavam com força me demonstrando todo o seu afeto e carinho.

Como eu estava feliz em poder sentir o cheiro e o toque dos meus amigos novamente. Era como se já não nos víssemos há anos.

Ao fim do abraço, os dois ficaram sentados meio que de joelhos sobre o colchão. Me olhavam animados com um brilho no olhar. Bia, passando a mão pelo rosto para tentar disfarçar as lágrimas silenciosas, perguntou:

O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora