***Plínio
Eu sequer consegui pregar o olho na noite anterior. Depois de todo o ritual matinal que eu sempre fazia após acordar, peguei o meu celular e enviei uma mensagem para Beatriz pedindo que a mesma fosse até meu alojamento assim que possível. Ela pediu que eu adiantasse algo sobre o assunto, mas eu preferi me abster. Era tudo delicado demais.
Sentei na cama e liguei a TV. Eu esperava encontrar algum noticiário que estivesse falando sobre todos os acontecimentos recentes, mas foi aí que eu me surpreendi. Zapeando os canais, eu não consegui encontrar qualquer um que estivesse funcionando, tudo era apenas estática.
Eu não fazia idéia do que poderia estar acontecendo. Larguei a TV ligada e soltei o controle remoto sobre a cama, fui até a janela e abri as cortinas. Lá fora o cenário continuava o mesmo, milhares de humanos sob o controle de Pavel tentavam invadir a barreira mágica.
Uma melancolia enorme me invadiu. Eu jamais antes havia sentido tamanha tristeza. Ver aquelas pobres pessoas naquele estado me causava uma certa indignação que eu nem saberia descrever.
A manhã estava clara, o azul do céu estava levemente acinzentado, sem nuvens. O sol brilhava opaco. Uma leve briza fria assoprava como se para me lembrar da cidade em que estávamos.
Ouvi batidas na porta. Ainda olhando para fora da janela, gritei:- Pode entrar!
Eu encarava o céu no momento em que ouvi um discreto rangido, dando o sinal de que alguém estava entrando no quarto. Ouvi os passos no assoalho caminhando em minha direção e falei:
- Achei que ia demorar mais, Beatriz.
Pego totalmente de surpresa, senti braços me envolver pela cintura, colando nossos corpos. Logo um estalo de um beijo na minha nuca pôde ser ouvido. Rapidamente me virei dando-me conta de que era Gabriel:
- Tá louco?! Quer me matar do coração?!
- Ué... Por que a surpresa? Quem mais poderia fazer isso com você se não eu, hein? - O loiro perguntou sério arqueando uma das sobrancelhas.
- Eu pensei que fosse Beatriz! Eu estava esperando por ela!
- E ela faria isso com você? - Ele continuava sério.
- Lógico que não...
- Então me dá um beijinho, vai? - Pediu ele investindo seu rosto em direção ao meu.
Sem ter a menor chance de recuar, recebi um beijo ardente de Gabriel. Sentir aqueles lábios úmidos macios e gelados me provocava uma sensação ímpar. Como eu adorava sentir cada parte do corpo daquele garoto, como eu amava sentir o cheiro dele que me deixava inebriado. Aquele rapaz idiota e temperamental, definitivamente havia roubado meu coração de todas as formas possíveis. Nem que eu quisesse, poderia evitar àquela explosão sentimentos.
Ouvi o som de alguém pigarreando, imediatamente voltei à realidade. Aquele som havia revelado que tínhamos acabados de ser flagrados.
- Desculpem a interrupção... - Beatriz estava totalmente corada parada do outro lado do quarto.
- Bia!!! - Eu me afastei bruscamente de Gabriel. Eu estava envergonhado com aquela situação constrangedora.
- Se quiserem eu posso voltar outra hora! - Disse ela.
Gabriel sentou-se na janela me olhando como se nada tivesse acontecido. Ele apresentava uma tranquilidade invejável diante daquela situação. Eu fiquei em silêncio. Não sabia o que falar. O loiro vendo que eu não conseguiria responder qualquer coisa para a garota naquele momento, se dispôs a falar:
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O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]
FantasyAh o tempo... O tempo pode ser tão bom... O tempo cura feridas, nos amadurece, traz novos conhecimentos. Mas esse mesmo tempo também pode ser ruim. Esse mesmo tempo pode tirar coisas e pessoas que você ama, pode te ferir profundamente, pode te cei...