O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]

Luxúria

***Plínio

Eu e Gabriel caminhávamos tranquilamente pelas ruas de GouldenCity, a noite estava bastante agradável. E o rapaz estava me saindo uma bela companhia.

Por onde quer que passássemos atraíamos olhares curiosos, com certeza o povo daquela pacata cidadela era bastante curioso. Mas se eu tinha certeza de uma coisa, era que; o que estava chamando tanta a atenção das pessoas, era a beleza única e hipnotizante do loiro de cabelos encaracolados.

Tal aproximação com Gabriel, estava despertando em mim, sentimentos desconhecidos até então. Eu já estava fazendo o possível para não dar bandeira, não queria estragar uma amizade que mal havia começado. E a companhia daquele rapaz temperamental me encantava. O jeito único dele era cativante.

Eu preferia não ficar pensando muito sobre o assunto, pois nunca soube das preferências do rapaz, ele era reservado e discreto demais, não falava muito de sua vida pessoal... E se havia uma coisa que que eu temia, era arriscar acabar tendo que lidar com a rejeição. Eu sempre fui do tipo muito observador e racional, não podia vacilar agora, e colocar tudo a perder.

Seguíamos o caminho em silêncio. Eu estava com as mãos nos bolsos da jaqueta tentando me manter aquecido. Olhava a maior parte do tempo para o chão. Já Gabriel, mantinha sua postura intimidadora enquanto caminhava.

Depois de alguns minutos de caminhada, chagamos ao tal pub que Félix havia comentado. Para uma cidade pequena, até que o local se mostrou bastante badalado.

O ambiente tinha um ar totalmente rústico, tudo era em tons escuros, tanto mobília, quanto fachada, paredes e teto. Luzes coloridas enfeitavam a entrada e também o interior do local. As mesinhas e cadeiras altas em black piano, davam um ar mais sofisticado e moderno em meio a rusticidade dos demais elementos.

Ao chegarmos na recepção, uma moça muito bonita e simpática nos atendeu e nos guiou até uma das mesinhas no salão. Nós nos sentamos e logo vieram as bebidas. Eu aproveitei para observar melhor o ambiente; no centro, havia uma pista de dança onde algumas pessoas balançavam seus esqueletos. Realmente eu achei o lugar muito agradável e animado, não esperava encontrar um ambiente como aquele naquela cidadezinha.

- Plínio!!! - Gabriel me tirou de meus devaneios aos berros, a música alta atrapalhava bastante ouvir o que ele falava.

- Oi?! - Gritei de volta fazendo uma careta, tentando prestar a atenção no que ele ia me dizer.

Encarei a boca do garoto para fazer leitura labial, assim seria mais fácil entender o que ele falava. Com os lindos lábios rosados e úmidos, Gabriel começou a falar enquanto erguia o copo de drink:

- Vamos brindar?!...

- Mas brindar a quê?! - Dei de ombros torcendo o rosto. - Não temos motivos para brindar ultimamente, só estamos passando por problemas!

- Ah, cara! Deixa disso!!! Vamos brindar à nós! À essa noite, ao agora! Afinal, não é sempre que temos a sorte de encontrar um lugar legal como este. E na moral? Estou feliz pra caramba de estar aqui contigo, que é um cara tão maneiro!

Pronto! O infeliz havia me convencido, e involuntariamente, mexeu ainda mais comigo e com as coisas que eu já havia começado a sentir. Era um mix de conflitos e sensações internas. Ergui meu copo a frente do dele e gritei:

- À nós!

Um tinido foi ouvido, e em seguida, cada um de nós demos um gole generoso em nossos drinks. Gabriel, quase que esvaziou o copo dele em apenas um segundo. Eu um pouco perplexo com a situação, gritei pra ele: