***Plínio
Passamos praticamente o dia todo a dar voltas pelas redondezas de GouldenCity, porém, nossas buscas não obtiveram qualquer sucesso. Permanecíamos sem qualquer pista, nenhuma boa notícia para dar aos nossos amigos.
No final da tarde voltamos para a pousada. O passo mais importante viria no dia seguinte, eu e Gabriel iríamos até o castelo onde Pavel manteve Thales em cativeiro.
Em frente à porta do meu quarto, me despedi do loiro de cabelos encaracolados e adentrei fechando a porta atrás de mim logo em seguida.
Caminhei até a cama, me sentei e soltei um longo suspiro. Eu estava bastante cansado. Comecei a arrancar meu par de coturnos pretos, tirei a jaqueta jogando-a de qualquer jeito em cima da cama. Por fim tirei a camisa e as meias, agora eu estava apenas de calça.Levantei e fui até a janela para fechar as cortinas. A rua lá fora estava tão calma e silenciosa, no horizonte já era possível perceber os sinais da chegada da noite, a primeira estrela já estava visível no céu.
Depois de breves minutos apreciando a calmaria daquela paisagem, enfim fechei as cortinas e me aproximei da porta do banheiro. Terminei de tirar o restante das roupas ali mesmo, primeiro a calça e depois a cueca.
Senti um ar gélido tocar meu corpo completamente nu. Um arrepio até que prazeroso percorreu-me dos pés à cabeça.
Entrei no banheiro e tratei logo de abrir o chuveiro para a água já ir se aquecendo. Esperei uns instantes e entrei por completo embaixo da água que saía fumaça.Ah como a sensação de um banho quente é prazerosa...
Enquanto ensaboava cada curva do meu corpo, involuntariamente lembranças do meu dia com Gabriel me invadiram a mente. No final das contas, ele era um cara legal, tinha aquela personalidade forte e explosiva, mas no fundo era uma boa pessoa.
E era exatamente o gênio forte dele que me despertou a atenção. Me lembrei da voz firme e aveludada dele, que voz... Me causava um certo fascínio. O sorriso que ele raramente deixava escapar também era encantador, isso ninguém podia negar.
Sem mesmo me dar conta, e com a mente totalmente imersa em pensamentos relacionados ao perfil único do loiro de cabelos encaracolados, comecei a me tocar... Sim! Agora eu já não podia mais negar a mim mesmo que, de fato, aquele garoto temperamental havia despertado em mim sentimentos intensos e cheios de luxúria!
Já no ápice, senti todo o meu corpo estremecer enquanto eu ofegava, me desfaleci apoiando minhas costas na parede do box... Não demorou muito após isso para um sentimento de culpa me invadir.
***
Estava deitado na cama coberto por um edredom, pois a noite estava bastante fria. Navegava pelas redes sociais e mantinha meu pensamento longe, não queria lembrar do que eu havia feito no banheiro. Eu estava com medo. Medo do surgimento de um sentimento ou uma fixação com qual eu não fosse capaz de lidar ou controlar.
Uma notificação do aplicativo de mensagens surgiu no topo do display. Mais que depressa abri a conversa para ler. O corpo da mensagem inicial havia o seguinte texto:
Bia: Plínio, estou totalmente perturbada. Estou torcendo para que vocês voltem logo de GouldenCity, preciso desabafar.
Aquela mensagem obviamente me preocupou de imediato. Imediatamente resolvi responder o texto que minha amiga havia enviado. A coisa parecia ser séria demais:
Plínio: O que aconteceu?
Bia: É algo que só posso conversar pessoalmente, ou melhor, preciso te mostrar. Tentem adiantar as coisas por aí para voltarem o mais rápido possível. Sua opinião sobre o assunto é indisponível para mim.
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O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]
FantasyAh o tempo... O tempo pode ser tão bom... O tempo cura feridas, nos amadurece, traz novos conhecimentos. Mas esse mesmo tempo também pode ser ruim. Esse mesmo tempo pode tirar coisas e pessoas que você ama, pode te ferir profundamente, pode te cei...