Amuleto

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***Miguel

Plínio nos materializou bem na entrada da nova mansão onde se localizava a nova sede do Clã Dos Vampiros. Era uma construção vitoriana, alta e de cor cinza chumbo com detalhes em grená. Era mais discreta que a casa anterior.

Imediatamente caminhamos até a porta, e eu, sem hesitar em nenhum momento, logo toquei a campainha que fez um som grave.

Não demorou muito até a porta se abrir. Do outro lado estava Nikky:

- Miguel?!!! - Ela se mostrou bastante surpresa com a minha presença.

- Podemos entrar? - Fui direto. Não tínhamos tempo a perder.

- Claro. - Disse ela saindo do caminho fazendo sinal com uma das mãos.

Assim que adentramos o local, ela logo trancou a porta e veio logo se unir a nós na sala de estar. A decoração do ambiente era bem mais minimalista e menos sombria do que a da antiga casa que foi incendiada. Os móveis tinham tons mais pastéis e formas mais contemporâneas.

- Sentem-se. - Disse ela apontando o sofá maior que ficava mais próximo da lareira de pedras.

- Não, obrigado. - Agradeci. Não temos muito tempo, o assunto que tenho a tratar é urgente!

- Nossa! Você está me assustando!

- O Gabriel está? - Plínio interrompeu a conversa indo direto ao ponto.

- Sim. Ele está lá em cima. - Respondeu Nikky.

- Pode chamá-lo, por favor? Diga a ele que o assunto é urgente. - Pediu o rapaz com toda educação de sempre.

- Mas é claro! Eu não demoro. - Finalizou Nikky se retirando o mais depressa possível.

Eu comecei a caminhar de um lado para o outro em frente a lareira. Cada minuto que se passava era como se fosse uma eternidade. A minha impaciência e preocupação pareciam estar no auge.

- Miguel... - Chamou-me Plínio.

- Sim? - O olhei sem conseguir parar de me movimentar.

- Você precisa se acalmar para conversar com ele. Seu nervosismo pode afetar muito suas palavras.

- Eu não consigo me acalmar, cara. É muita coisa acontecendo de uma só vez! Qualquer coisa você me ajuda na hora de explicar tudo, okay? Só não me peça calma. - Meu nível de estresse estava altíssimo.

Não demorou muito e logo Gabriel apareceu descendo as escadas. O loiro estava usando um roupão preto com o peitoral meio a mostra. Sua pele alva e perfeitamente bem cuidada com certeza atraíriam os olhares mais depravados. Não sei se por conta de eu não estar pensando direito, mas tive a impressão de que Plínio não conseguia tirar os olhos do mestre do Clã.

- E aí Miguel! - Gabriel me cumprimentou todo descontraído.

- Oi. - Foi a única coisa que consegui dizer.

Em seguida o loiro de cabelos encaracolados desviou seu olhar para Plínio e fez um aceno de cabeça e perguntou:

- Tudo bem contigo, Plínio?

- Devido aos últimos acontecimentos, sim. - Respondeu o jovem feiticeiro um pouco desajeitado. Era visível que a pele de seu rosto ganhou uma coloração avermelhada enquanto ele se dirigia a Gabriel.

- E então?... O que os trazem até aqui? - Perguntou o loiro se sentando em uma das extremidades do sofá próximo a lareira.

Eu automaticamente meio que bufei e cocei atrás da nuca o encarando e soltei de uma vez:

O Belo e O Fera: Despertar [Livro 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora