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Maria: E aí...- Olhei pra ela rindo.

Marília: E aí.- Sentei do lado dela.- Cadê o Menor?

Maria: Tá tomando banho. Você se sente confortável com ele aqui? Eu posso expulsar ele com aquela vassoura.

Mari: Eu não vejo maldade nele e quando eu olho pra ele só consigo ver ele olhando pra tu com cara de apaixonado...- Ela sorriu.- E aí?

Maria: O medo tá em mim, filha. Passar por todas as agressões, proibições, tudo que a gente já passou, não quero mais. Apesar de tudo, Menor é bandido também e no começo, tudo era bom com seu pai também.

Mari: Mas a gente precisa arriscar. Sabe qual a maior diferença entre o dois? - Segurei na mão dela e olhei pros olhos dela.- Meu pai nunca te olhou como o Menor te olha e te respeita.

Menor: Opa, falando de mim.- Olhei pras escadas e ele descia.

Maria: Cala a boca, embuste.

Marília: Para de tratar ele assim, tadinho...- Falei rindo.

Menor: Pra tu ver, Mari. Ela só maltrata o coração do cara.- Fez drama.

Maria:  Então você deveria parar de maltratar o Ls também...- Olhei pra ela, pagando de louca.

Mari: Mãe, já te falei a diferença. Menor parece ser gente que presta pela menos, já o Ls, eu conheço muito bem a caminhada.

Menor: Aí, num quero me meter não, mas já fofocando, Ls tá se esforçando pra caraí por tu. Conheço ele há mó tempão já e nunca vi ele fazer por nenhuma o que tá fazendo por tu.

Mari: Complicado...- Murmurei, vendo ele sentar no meio entre eu e minha mãe.

A coroa com coração de pedra, foi puxada pro peito dele e veio, mesmo na força. Menor deu um beijo na cabeça dela e me olho fazendo careta.

Eu sorri e peguei o controle da televisão.

Mari: Vamos assistir desenho.- Falei escutando duas pessoas negando.- Então vocês não merecem estar aqui comigo, vou embora.

Menor: Bota aí, aquela série lá.- Olhei pra ele.- Narcos pô.

Procurei pela Netflix e logo achei, como os dois já tinham começado a série sem mim, coloquei no episódio em que eles já estavam e ficava tirando minhas dúvidas.

Olhei pro meu celular que estava aceso na minha perna e desci a barra de notificação.

Meu celular era um J8, estava todo acabado tadinho e a qualquer momento ele poderia desligar e nunca mais ligar.

Também minha mãe disse que só ia comprar outro quando esse morresse de vez.

E parece que dessa vez ele resolveu morrer mesmo na hora em que eu tinha entrado pra responder a mensagem do Leandro.

Gargalhei quando ele desligou e os dois do meu lado me olharam, neguei com a cabeça e fiquei tentando ligar, na esperança que ele ligasse pra eu poder responder.

Porque antes, todas as vezes que o Ls falava comigo, ou eu ignorava ou eu mandava uma figurinha e não respondia depois.

Dessa vez, eu tinha visualizado e do jeito que ele é, vai achar que eu não respondi porque não quis.

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