44

74.9K 5.1K 1.6K
                                        

Marília 💫

Ela tava deitada na cama encolhida e eu tava do lado dela, sentada.

Marília: Olha, Eduarda...- Ela passou a mão no rosto, me olhando.- Sabe que os humanos são uma fábrica de vacilo? Então qualquer pessoa, não importa quem, vai te magoar.

Duda: Mas ele é meu pai.

Mari: Seu pai, sua irmã, eu, sei lá, qualquer pessoa vai te decepcionar, isso é certo! Mas olha, existe o perdão, sabe?

Duda: Eu sei...- Falou sem me olhar.

Mari: Leandro já vacilou comigo algumas vezes, mas eu tô aqui né? Não é porque eu sou idiota ou aceito tudo, mas porque o rancor não leva a gente a nada, o perdão é uma coisa boa pra nós mesmos.

Duda: Eu não quero saber, ele matou a minha mãe...- Eu respirei fundo.

Mari: Eu não tô falando pra você ignorar e fim, eu sei como isso deve estar doendo pra você, como isso tá te machucando e você é bem nova pra isso ainda. Você não quer ir ficar com sua tia?

Duda: Eu só não quero ficar com ele...

Mari: Então olha nos olhos dele, abre teu coração e dá o perdão.- Ela sentou na cama.- Teu ódio não vai levar a lugar nenhum.

Duda: Você vai lá comigo? - Balancei a cabeça, confirmando.

Ela respirou fundo, pegando o ursinho de pelúcia e  se levantando. Fui junto e abrimos a porta do quarto, vendo o Leandro olhando pro celular.

Ele olhou pra nós duas assim que entramos e eu percebi que ele tava chorando novamente, meu coração se partiu e foi pisoteado em vários pedacinhos.

Eduarda: Você tem o meu perdão, Leandro.- Falou olhando pra ele, que se sentou na cama.

Ls: De verdade? - Ela olhou pra mim e depois olhou pra ele.

Eduarda: De coração.- Falou de certa forma, fria.

Mas eu acho que o Leandro nem se importou ou prestou atenção nisso, ele estendeu as mãos e ela caminhou levantamento até os braços do pai, que falou um "Eu amo você" sem resposta da filha.

▪▪▪
+100

Entre O Tráfico Onde histórias criam vida. Descubra agora