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Ls: Tá me tratando como rei que sou agora por quê? - Fiz careta, vendo o carro chegar.

Marília: Sei que sou bastante dura com você mas tentei retribuir minimamente o esforço que você fez por mim hoje...- Dei um selinho nele.

Ls: Eu vou tá te perturbando sempre, menor. Tu é minha fiel.- Me afastei, rindo em deboche.

Menor: Aí, gatinha. Queria te pedir um bagulho...- Ls olhou torto pra ele e eu me afastei do Leandro, vendo minha mãe falar com ele e entrar em casa.- Tipo assim, tá ligada... Tua coroa falou que tu não gosta quando homem dorme aqui, tá ligada?

Mari: Eu não confio em nenhum homem, Menor.- Ele coçou a cabeça.- Mas eu vejo que você não tem maldade comigo, pode ficar a vontade.

Menor: Valeu, máximo respeito pá tu...- Beijou minha testa e eu sorri boba.

Era a primeira vez que alguém, como uma figura de padrasto, após a morte do meu pai, me tratava assim.

Admito que meu pai nunca foi o melhor ou mais presente, eu e minha mãe vivemos muitas coisas com ele.

Mas após anos, esse carinho que eu recebi com toda certeza foi a melhor coisa do dia.

Ele deu as costas e entrou em casa, batendo na cabeça do Ls e eu olhei para o Leandro.

Talvez eu seja tão "fria" em relação a sentimentos por causa do meu pai, que me ensinou muita coisa também.

E talvez, tenha esquecido de me ensinar o amor.

Ls: Ficou toda xoxa aí, ele falou algum bagulho sério? - Falou descendo da moto.

Mari: Só pediu pra dormir aqui, achei fofo...- Sorri fraco, tirando meu salto.- Você vai pro baile?

Ls: Tô suavão, gata.- Agarrou minha cintura novamente.

Deixei meus braços soltos e deitei o queixo no ombro dele, olhando pra duas figuras femininas se aproximando.

Carla: Não passou nem um dia solteiro né, chefinho? - Leandro me soltou, deixando apenas a mão na minha cintura e olhando pra trás.

Ls: É pô, tô fiel agora...- Revirei os olhos, deitando no braço dele, calada.

Victória: Sempre soube que vocês se gostavam, de verdade.- Olhei pra ela.- As vezes eu via como a Mari ficava quando falava do Ls.

Mari: Fazia uma cara de nojo imensa  né? - desviei o assunto.

Vic: Você nunca foi de demonstrar, mas eu via como ficava sem jeito quando o assunto era o Ls.- Ele passou o polegar na minha cintura.

Carla: Mas já tão assumidos mesmo? - Victoria respirou fundo.

Mari: Não, Carla.- Falei a verdade.

Carla: Então o caminho tá livre, sem perder a amizade, claro? - Sorriu.

Ls: Acho que não, pô.- continuei encostada nele.- Tô indo pra casa, jaé?

Vic: E também estamos, desculpa por incomodar e pela vergonha que a Carla insistiu em passar.- Falou puxando ela e eu sorri fraco.

Mari: Não quer dormir aqui? - Falei baixinho.

Ls: Oi? - Não sabia se ele estava debochando ou não tinha escutado.

Mari: Nada não...- Olhei pra ele, cínica.

Ls: Podia ficar te mimando a noite toda, mas bandido só sofre! - Fiz careta.- Tchau.

Mari: Tchau.- Falei baixo novamente e ele segurou minha bochecha, passando o polegar e me beijando.

Continuei com os meus braços soltos, sem encostar nele pois estava com meu salto na mão.

Ele me deu alguns selinhos e eu beijei o pescoço dele, me afastando.

Dei as costas e ele foi pra moto, entrei em casa ouvindo o barulho do motor e olhei pro sofá, vendo minha mãe sentada.

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Entre O Tráfico Onde histórias criam vida. Descubra agora