Entre O Tráfico

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Bati na porta do quarto e apenas um soluço foi escutado, encostei a cabeça na porta e respirei fundo.

Marília: Sou eu, Duda...- Falei baixo e ela abriu, eu olhei pra ela que tava com o rosto vermelho e agarrou minhas pernas.- Bebe um pouco de água...

Duda: Eu não quero ficar aqui, me tira daqui.- Eu respirei fundo, sentando no chão com ela no meu colo.

Marília: Ele te ama, mas é inconsequente, ele achou que tava fazendo pra te proteger. Eu entendo que te machucou, que tá doendo demais em você. Mas a gente só tem a opção de seguir em frente, não temos nada o que fazer.

Duda: Eu quero ir morar com minha tia, eu não quero ficar com ele.- Falou soluçando e eu entreguei a garrafa de água pra ela.

Mari: Eu tô vendo que você não é mais uma criancinha, Duda. Então você já deve saber também que as pessoas têm que resolver as coisas, olhando no olho.

Duda: Eu não quero olhar pra ele.- Falou me entregando a garrafa de água.- Fica aqui comigo, não deixa ele entrar aqui...

Mari: Eu fico aqui com você sim...- Passei a mão no rosto dela.- Quer tomar um banho quentinho?

Eduarda: Sim...- Solucou, tomando mais água.

Mari: Você quer sorvete, chocolate ou alguma coisa? - Tentei acalmar ela.

Eduarda: Eu quero ir embora...- Passei a mão no meu cabelo e ela foi pro banheiro.

Ajudei ela com a banheira e tentei animar ela, fazendo espuma. Ela apenas sorriu fraco, entrando ali.

Falei que ia fazer brigadeiro e quando estava indo pra cozinha, Leandro apareceu, me olhando com os olhos vermelhos.

Mari: Tá melhor? - Falei puxando ele pra cozinha.

Ls: Tô tentando acalmar minha mente.- Falou agarrado em mim.

Mari: Deixa ela quieta, eu fico com ela por hoje, tá legal? Amanhã vocês vão conservar e chegar a uma conclusão. Mas hoje deixa ela comigo.- Ele balançou a cabeça e eu passei a mão no rosto dele.

Ele falou que ia pro quarto e eu sabia que ele estava chorando, mas apenas dei um beijo nele, fazendo o brigadeiro.

Quando subi, Eduarda chorava no banheiro e eu não sabia muito bem o que fazer.

Apenas me sentei naquele chão frio do lado dela e fiquei comendo brigadeiro, vendo ela chorar ali, enquanto comia.

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