Entre O Tráfico

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Marília: Mãe, meu celular desligou de vez...- Bufei, desistindo de ligar.

Maria: Amanhã é segunda e eu tenho trabalho. Quer comprar na terça, mulher?

Marília: Ah, pode ser...- Choraminguei.

Menor: Eu arrumo um novo agora pá tu, quer não? - Minha mãe olhou pra ele.- Presente meu, pô.

Mari: Você não pode me mimar...- Neguei pra ele que riu.

Maria: Melhor eu comprar mesmo, já tô juntando o dinheiro pra isso...- Falou olhando pra televisão.

Mari: Mas obrigada mesmo assim, Menor...- Falei olhando pra minha mãe.- Você é maravilhoso.

Menor: É nós. Tem até iPhone tá ligada não? A firma é rica.- Eu gargalhei.

Mari: Mas agora eu vou dormir porque estou cansada...- Me levantei e beijei a cabeça dos dois.- Lembrem que tem uma criança no quarto ao lado.

Maria: Vai arrumar o Ls pra coçar teu cu.- Fiz cara de ofendida e sorrir, indo pro meu quarto.

Tentei colocar meu celular no carregador mas não foi. Deixei ele lá em cima da bancada e sai do meu quarto, indo pro quarto da minha mãe.

Peguei o celular dela e procurei o número do Ls, mas não tinha, então voltei pra sala.

Mari: Aí menor, cê tem o número do Leandro? - Interrompi o beijo deles mesmo.

Menor: Tenho sim pô...- Falou pegando o celular dele.- Anota aí.

Disquei o número e agradeci, indo pro meu quarto, enquanto esperava ele atender.

Ligação on 📱

Mari: Leandro?

Ls: Que foi?

Mari: Meu celular não tá pegando mais, então não te respondi por isso e sei que você é dramático demais.

Ls: Atapô, beleza então. Quer que eu arrume outro pra tu?

Mari: Vou comprar na terça, tá de boa.

Ls: Beleza então.

Mari: Era só isso, tchau.

Ligação off 📱

Revirei os olhos e fui colocar o celular da minha mãe no lugar.

Voltei pro meu quarto e fechei a porta, na chave, como sempre.

Tomei um banho e fiquei hidratado minha pele...

{...}

Acordei com um humor mixuruca, ou seja, estava um pouco ruim.

Minha mãe já teria ido trabalhar porque o relógio do meu quarto marcavam onze e meia em ponto e ela saía as sete e meia de casa.

Me levantei com preguiça e tomei banho, vesti uma roupa de mendiga pra ficar em casa e abrir a porta.

Tudo silêncio e calmo, do jeito que eu gosto! Segui até a cozinha onde tinha alguns avisos em papeizinhos coloridos, colados na geladeira.

"consegui pegar o dinheiro no banco, tá dentro da gaveta da sala."

"Não deu pra fazer o almoço, filha. Compra uma quentinha aí, desculpa viu!? "

"Mamãe te ama! "

Sorri negando com a cabeça e fui na gaveta da sala, minha mãe preferia comprar coisas em dinheiro porque não ficava com muita dívida acumulada no cartão.

Por isso, ela já tava juntando o dinheiro do meu celular há muito tempo, desde que eu reclamei dele.

Tinha um cartão, dizendo 1.400 reais, fiz careta e voltei pra cozinha. Jogando os papéis no lixo e indo me trocar.

Peguei 15 reais e coloquei no bolso, amarrei meu cabelo e sai de casa, indo compra quentinha nesse sol infernal.

Parecia que o morro era pequeno quando se tratava de mim ou do Leandro, porque ele estava no mesmo lugar, almoçando.

Ele tava sentando numa mesa sozinho e me olhou assim que eu entrei.

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