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Marília 💫

Me sentei na cama e respirei fundo, olhei pro espelho e nem eu acreditava que iria fazer aquilo.

Olhei pra hora e faziam duas horas que a Eduarda tinha sido entregue e estava lá, por culpa minha.

Saí do quarto amarrando o cabelo e fui a procura do menor.

Mari: Me leva até o Ls...- Pedi, engolindo qualquer orgulho que eu tinha dessa vez.

Menor: Tem certeza? O cara deve tá um monstro agora, Marília.- Olhei pra minha mãe, que sorriu.

Mari: Você pode me levar? - Respirei fundo e ele balançou a cabeça, terminando de comer.

Maria: Corra atrás dele como ele sempre correu atrás de você, filha.- Eu sorri fraco, seguindo o menor.

Menor: Mas tu ainda tá com raiva de mim? Porque se tiver, tu não sobe na minha moto.- Eu ri.

Mari: Hoje eu decidir não guardar rancor de ninguém, então relaxa.- Fiz careta.

Ele me levou e eu desci em casa, abrindo a porta.

Mari: Hm, preciso fazer isso sozinha...- Falei olhando pra ele.

Menor: Ele deve tá loucão de droga, Marília.

Mari: Mesmo assim, eu preciso falar com ele. Eu sei dos riscos...- Ele negou com a cabeça.- Vai lá vai, obrigada.

Menor: Qualquer coisa liga.- Beijou minha cabeça.

Abrir a porta de vez e vi ele sentado no chão e no vidro da sala um pó branco em fileira.

Mari: Boa noite, que isso? - Bufei, indo sentar no lado dele.

Ls: O que tu tá fazendo aqui? Veio mostrar que é a dona da razão, caralho? - Riu debochado.

Mari: Vim me desculpar e te ajudar.- Olhei pra cima e ele me olhou.

Ls: Fala de novo.- Olhei pra ele.

Mari: Desculpa.- Falei devagar, encarando ele.- Eu não deveria ter saído daqui com tua filha, sem a tua permissão. A culpa é minha, eu sei.

Ls: Tu tem noção que eu não sei o que pode tá acontecendo com ela agora? Eu não sei se ela já comeu ou se tá com fome, eu não sei de nada...- Apontou pra mim e eu olhei pro chão.

Mari: Por que você nunca me conta nada, sério? Eu tenho a consciência que eu que tô errada aqui, Mas por que você não me falou disso?

Ls: Porque você é a dona da razão.- Falou alto.- Tu ia querer fugir, como sempre. Eu nem sei o que tu tá fazendo aqui.

Mari: Tô aqui porque te amo né.- Ele me olhou.- E eu também não quero perder você, idaí? Algum problema?

Ls: Não acredito nisso.- Falou enrolando uma nota de 20.

Mari: Você não precisa disso...- Segurei a mão dele.- Eu não sei se você me perdoa, ou já me perdoou. Mas eu tô aqui pra assumir meu papel de tua mulher e cuidar de você, então me deixa fazer isso?!

Ls: Eu quero a minha filha de volta, só isso.- Esfregou o rosto.

Mari: Se você usar isso, não vai ter condições de ir pra invasão, Leandro. Vamos tomar um banho e você chama os meninos pra ir buscar ela.

Ele me encarou por um tempo e eu não sabia o que fazer ou se era a coisa certa.

Mas como eu disse, eu tinha deixado uma Marília pra trás, pra iniciar outra.

E a nova Marília estava aprendendo a  não julgar tanto e perdoar. Eu entendia que  esse momento o que o Leandro mais precisava era de apoio e ajuda.

E eu sou a mulher dele, então tenho que ajudar ele, porque é isso que ele faria por mim.

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