Marília 💫
Duas semanas iam correndo como o vento em nossas vidas e como sempre, havia sempre aquela mudança, as vezes pra melhor e as vezes pra pior.
Pro Leandro era uma boa, porque ele já estava conseguindo mexer as pernas, mas ainda não tinha forças o suficiente pra ficar de pé.
E pra mim, era uma mudança estranha.
Há semanas, quase um mês, antes do turbilhão acontecer, eu já havia desconfiado de uma gravidez minha, pelo fato que eu estava muito enjoada, hormônios lá no céu e bom, era a única opção.
Fiz um teste sozinha, confirmei isso pra mim mesma e bom, aí que a sensação de medo me atingiu.
Eu nunca tinha me sentindo assim, nervosa e aflita, por algo que nem sequer aconteceu ainda.
Mas não era por medo do Leandro não aceitar, porque eu tinha certeza que ele é o quem mais quer. Porém, eu só tenho medo de mim, de tudo que eu já perdi e vou continuar perdendo.
E de certa forma, eu precisava colocar na minha cabeça que, ser mãe não é perder a liberdade, mas também não é ter a total liberdade.
Juro de verdade, que filho era uma coisa que eu não queria, mas aos poucos fui me rendendo e por uma puta vez, que eu esqueci do caralho do remédio, bum, toma.
Grávida de três meses e dois dias!
Sai do médico com uma puta dor de cabeça, o cara que estava acompanhando minha gravidez desde a descoberta, falou que o bebê está em total risco, pois minha coluna estava muito fodida e podia acontecer várias coisas com o bebê.
Cheguei em casa com a mente pesada, mas tentei deixar o furacão lá fora ao entrar e ver o Leandro se levantando apoiado na parede.
Ls: E aí, amor...- Falou tentando andar e eu sorri, abraçando ele.
Mari: Precisamos conversar, muito, muito, muito sério! - Dei um selinho nele.- consegue andar?
Ls: Um pouco...- Falou mancando, mas dando alguns passos.
Mari: Amo você, cadê a Duda? - Falei ajudando ele a sentar no sofá.
Ls: Tá dormindo, o que tá acontecendo?
Mari: Tô grávida, né...- Falei séria, vendo ele sorrir e começar a fazer escândalo.
Ls: Descobriu hoje? Porra amor...- Falou bobo e animado e eu continuei seria.
Mari: Descobri a quase um mês. Não me sentir confortável comigo mesma pra te contar, eu errei, mas eu precisava aceitar comigo mesma pra depois te falar.
Ls: Como tu esconde um bagulho desse? - Falou segurando minha mão.
Mari: Não tava bem, oporra...- Murmurei.- Mas aí, tô com uns problemas na coluna também sabe? Tipo, pode ser grave.
Ls: Qual foi desse b.o, amor? - Perguntei preocupado.- E nosso filho, como tá?
Mari: Tá bem, mas era só isso que eu tinha pra contar mesmo. Tô no terceiro mês já é eu descobri na metade do segundo, quase finalzinho.
Ls: Tô puto com você, como tu não me fala um bagulho desse e depois chega toda cínica? Tomar no cu.
Mari: Tá puto nada, se tiver puto eu bato em você...- Falei rindo.
Ls: É menino ou menina? - Perguntou mudando a cara de raiva, para felicidade.
Mari: Isso aí eu deixei pra ver com você.
Ls: pelo menos isso né, nega...- Eu olhei debochada pra ele e revirei os olhos.
Ele me olhou sorrindo e desceu os olhos pra minha barriga, uma sensação estranha junto com um arrepio percorreu, vendo ele passar a mão por ali, sem volume algum.
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Entre O Tráfico
Teen FictionEntre o tráfico existia muitas coisas, droga, sexo, poder... mas entre o tráfico existia o nosso amor, existia eu e você.