CALLIE TORRES
Eu movo montanhas
Eu faria qualquer coisa por você(...)
Ainda de olhos fechados, minha mão tateava o tapete em buscar do meu celular, encontrando-o próximo ao "pé" da mesinha de centro. Assim que meu polegar passou pelo sensor digital, a tela acendeu, fazendo uma careta se formar na minha face, diminui o brilho do aparelho para poder assim ver melhor a hora. 04:30
Passei a mão no rosto sentindo a respiração leve da mulher ao meu lado de encontro a pele do meu pescoço. Sorri ao me lembrar dos momentos que tive com ela durante a noite.
Em silêncio e de modo lento para não acordá-la, me afastei do seu agarro, tirando seu braço da minha cintura, e escutando ela falar algo sem sentido e virar seu corpo para o lado oposto, deixando suas costas e bumbum a mostra.
Até dormindo é uma tentação. Balancei a cabeça para tirar aquilo da mente, peguei as peças de roupas espalhadas pelo chão e segui para o quarto. Tomei um banho rápido, e coloquei um roupão. Voltei para sala e ela continuava na mesma posição, encolhida no canto do sofá. Fiquei parada lhe observando e pensando no que fazer.
Eu não poderia deixá-la dormir no sofá, primeiro porque, ela acordaria com dores musculares, segundo que minha digníssima irmãzinha chegaria a qualquer momento e a encontraria sem roupas. Aria poderia ser minha irmã, mais aquilo era um limite que ela não poderia ultrapassar. Também não poderia acordá-la, era judiação, ela dormia tão fofo que era impossível fazer algo assim. A melhor maneira era lhe pegar nos braços, e assim eu fiz. Puxei ela para mim com cuidado para não despertá-la sentindo seus braços envolverem meu pescoço e a ponta gelada do seu nariz roçar minha pele. Todo meu corpo entrou em alerta só em vê-la nua e tão próxima a mim. Respirei fundo e a levei para meu quarto. Lhe coloquei na cama e cobri seu corpo, antes de mim retirar do seu lado escutei sua voz sonolenta:
— Cals? – chamou baixinho. Achava fofo ela me chamar de 'Cals'.
— Oi – falei no mesmo tom
— tu vais me deixar sozinha não, né?
Eu não tinha condições psicológicas para deixar aquele anjo sozinha.
— Não – respondi. Me deitei atrás dela e passei meu braço por sua cintura.
— vai dormir comigo? – perguntou, colocou sua mão sobre minha e senti seus dedos entrelaçarem os meus
— Sim – respondi. Estava sem sono, mas ficaria ao seu lado até vê-la adormecida.
Fiquei calada, sentindo ela descansar serena e tão tranquila, que parecia não respirar de tão silente. Por vezes, eu levava a mão até seu nariz para ter certeza que ela respirava.
De todas as mulheres que já fiquei, essa com certeza merecia meu respeito e adoração, não que eu não respeitasse as mulheres que já estive, mais Arizona era especial, na minha mente ela parecia um cristal delicado, tinha que pegá-la e tocá-la com sutileza porque a qualquer momento poderia se quebrar se não fosse devidamente cuidada. Deixo um beijo no seu ombro e dou outra olhada no relógio sobre o criado-mudo ao lado da cama que marcava 05:20 da manhã, puxo um pouco mais o edredom e saio de fininho para não acordá-la
Quando desço as escadas escuto a porta da frente ser aberta, e nem precisava pensar para saber que era minha irmã.
— Tu viraste a noite a onde lobanil? – perguntei rindo da cara de cansada que ela tinha
— Aí Deus! Nem vi você aí – falou com a mão no peito.
Fui até a cozinha preparar o café da manhã bem reforçado.
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Uma Nova de Vida - Tempero da Alma e Suas Nuances (Livro I) #CONCLUÍDA
RomanceLivro I ''E foi ali, no meio daquela confusão de gritos e correria que a vi pela primeira vez. Juro que no momento que sua silhueta curvilineá surgiu no meu campo de visão, tudo parou. Os barulhos cessaram e as pessoas ao redor ficaram em câmera len...