ARIZONA ROBBINS
Se eu me perder hoje à noite
Será do seu lado
Me perder essa noite
Se eu me perder hoje à noite
Seremos eu e você🍒
Passei o pano nas mãos e dei uma batidinha na minha Doma para tirar os pequenos flocos de farinha branca. Se tinha uma coisa que me deixava horrorizada e incomodada, era uma Doma suja. Era inadmissível.
Dei uma olhada pelo corredor da cozinha onde passava os cozinheiros com os pratos já montados. Gritos, passos apressados, barulhos de panelas. Para algumas pessoas, poderia ser um alvoroço a ponto de causar desespero. Mais para mim, era um dos sons que mais gostava de escutar, uma forma de me sentir viva. Cozinha sempre foi o lugar da casa que sempre amei, e gostava de passar mais tempo.
Meus olhos caíram na porta no final do corredor, dando a imagem da bela morena vestida com uma calça jeans, camiseta branca e um blazer feminino por cima. Os cabelos amarrados em um rabo de cavalo, e para finalizar, usava scarpin nos pés. Ela me sorriu e ficou ali, parada olhando toda a cozinha, mais seus olhos eram sempre na minha direção. Todas as noites era assim, ela entrava, andava pelas praças, perguntava como andava as coisas, apesar de ter noção que nas minhas mãos tudo era perfeito, ela só precisava de algo para puxar assunto. Sempre mirando meus olhos. Sorri, e ela sorriu de volta.
Era engraçado, eu parecia uma adolescente descobrindo o primeiro amor, o qual já tinha certeza que era para o resto da vida. Aquela louca vontade de ficar perto, de abraçar, beijar, as famosas borboletas voando dentro do estômago, as milhares de promessas feitas em uma madrugada chuvosa. As mãos que suavam de ansiedade. Parecia um novo mundo para mim. Um tão colorido, quanto os desenhos que minha filha tinha. Era muito bom voltar a amar, a vida tem mais sentido quando se ama alguém.
Callie andou pelo corredor estreito do outro lado sem tirar os olhos de mim, eu apenas sorri. Ela faz de tudo para está perto! E eu adorava isso.
— Heitor! – me aproximei do Souschef, meu assistente direto para saber o que o mesmo estava fazendo em uma das bancadas de carnes – Você...
O movimento foi muito rápido, o rapaz loiro, muito mais alto que eu, se virou rapidamente, segurava na mão direita uma Chef's knife, faca do chef, com cerca de 15 a 30 cm com a ponta ligeiramente curvada, era polivalente, muito utilizada por mim para cortar frutas, legumes e carnes.
Minha mão esquerda estava a frente do meu corpo e logo acima do meu tronco. Com o movimento brusco de Heitor, a ponta afiada da faca, veio de encontro ao meu dedo médio. A princípio, senti apenas uma fisgada pelo susto e logo depois, após transbordar sangue, começou a latejar e arder.
— Senhor! – exclamou o rapaz que rapidamente largou a faca de lado e envolveu minha mão com as suas, que eram bem grandes, e puxou para a água corrente da pia – Me desculpe, Chef. Me perdoe, não foi minha intenção – a rapaz se desculpava ao passo que segurava minha mão debaixo da torneira.
— Caramba, Mío Dio! você sabe que isso é perigoso. Eu já falei inúmeras vezes, que não pode segurar a faca apontada na direção de alguém. – falei olhando em seus olhos.
— Me desculpe, Chef. A senhora chegou de surpresa e eu não vi. Me assustei – tentou se explicar.
— Você está numa cozinha, Heitor. Está sobre pressão. Precisa está emocionalmente equilibrado e não se espantar com tamanha facilidade – falei firme, desviei meus olhos dele para ver Callie se aproximando – precisa tomar cuidado com isso, por pouco essa faca não foi parar na minha traqueia – falei irritada.
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Uma Nova de Vida - Tempero da Alma e Suas Nuances (Livro I) #CONCLUÍDA
RomanceLivro I ''E foi ali, no meio daquela confusão de gritos e correria que a vi pela primeira vez. Juro que no momento que sua silhueta curvilineá surgiu no meu campo de visão, tudo parou. Os barulhos cessaram e as pessoas ao redor ficaram em câmera len...