ARIZONA ROBBINS
Eu preciso que você fique forte
Para me lembrar de onde eu vim
E de onde eu pertenço
Então, acorde e fique comigo(...)
Era uma noite chuvosa, eu estava na varanda sentada em uma espreguiçadeira depois de colocar Ella para dormir. Abraçada as minhas próprias pernas, eu conseguia ver os pingos da chuva banhar a rua furtiva pela névoa. O clarão do relâmpago, fazia flashs de luz brilhar no asfalto encoberto pelo água corrente.
Eu sentia um aperto no peito, uma sensação estranha me dominava, eu sabia que algo não estava certo. Callie tinha recebido um telefonema, a deixando visivelmente transtornada, falou que tinha algo importante para fazer e que voltaria logo. Eu não precisava me preocupar, mais era impossível, eu sempre fui muito intuitiva desde pequena, e depois que me tornei mãe, esse meu lado só ficou mais forte. É aquela sensação que você não consegue descrever com palavras, apenas sentir. Tentei ligar para minha irmã, mais ela não atendia, dava fora de área ou desligado. Liguei para Addison, e não obtive retorno, isso começou a me apavorar.
Já tinha se passado vinte minutos, eu me encontrava sozinha com meus devaneios desgovernados e soltos na minha mente, fazendo-me imaginar tantas coisas, que era difícil colocar os pensamentos em ordem. Apertei meus dedos uns nos outros para conter o frio quando vi o carro de Callie da uma freada brusca. Ela saiu as pressas do carro, sem se importar com a chuva, e andou apressadamente na minha direção.
— Amor... – falou quase sem fôlego – preciso que venha comigo.
— Para onde? – perguntei sem entender
— Eu não posso falar, só quero que venha comigo. – falou nervosa
— Cals, está me assustando – levantei e me aproximei dela
— Não se preocupe – tocou meus braços e beijou minha testa – Eu estou com você – falou e eu senti uma pontada no peito – Vá trocar de roupa, vou pedir para Aria ficar com Ella.
Eu não falei nada, não conseguia. Eu não entendia sua atitude, mais não protestei. Como estava de camisola, coloquei apenas um vestido e um sobretudo por cima, por causa do frio. Quando cheguei na sala, Aria estava sentada no sofá com o olhar perdido assim como minha namorada.
— Callie. – chamei a atenção das duas – Vamos!
Dentro do carro, eu tentava assimilar o que tava acontecendo, ou compreender aquelas atitudes da morena, que se mantinha em silêncio o tempo todo.
— Callie? – chamei e ela fez um som nasal – o que acontecendo? Porque todo esse suspense? – questionei preocupada.
— Não quero que fique preocupada ou apavorada – falou baixo com os olhos na estrada
— pode me falar! O que pode ser tão ruim assim? – indaguei.
— É a... – suspirou – é a sua irmã! – passou a mão nos fios negros e brilhantes
— O que tem ela? – perguntei apavorada
Callie parou no sinal vermelho e se virou para mim com uma expressão que eu não consegui decifrar.
— Ela sofreu um acidente de carro! – falou pausadamente para não me assustar. Fique lhe encarando por alguns segundos, que julguei ser uma eternidade – Addison não sabia como te contar, por isso ligou pra mim primeiro. Eu fui ao hospital ver como ela tava antes de falar qualquer coisa para você.
Eu não conseguia falar, a voz tinha sumido completamente. Senti Callie tocar minhas mãos, então percebi que as mesmas tremiam.
— Arizona? – chamou baixo, sua mão tocou minha testa – Amor, você tá quente! – passou a mão no meu pescoço – Arizona, olha pra mim! – eu não conseguia esboçar nada, era como se eu tivesse congelado no fundo do mar.
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Uma Nova de Vida - Tempero da Alma e Suas Nuances (Livro I) #CONCLUÍDA
RomansaLivro I ''E foi ali, no meio daquela confusão de gritos e correria que a vi pela primeira vez. Juro que no momento que sua silhueta curvilineá surgiu no meu campo de visão, tudo parou. Os barulhos cessaram e as pessoas ao redor ficaram em câmera len...