🍒 Unidas

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CALLIE TORRES

Quando você olha pra mim
Eu posso tocar o céu
Eu sei que estou viva

(...)

Era três horas da tarde, e todos estavam ali, na cozinha, preparando deliciosas empanadas. Tirando eu evidentemente, pois, meus olhos admiravam cada um deles. Os sorrisos; olhos cheios de vida; as risadas altas e o falatório.

— Eu fico até sem graça – comentou minha mãe sovando a massa

— Porquê? – perguntou Arizona sorrindo

— estou fazendo uma massa, e pela primeira vez na vida, me sinto insegura na frente de uma pessoa – completou minha mãe

— Oras, porque Lúcia? – a loira pegou uma cebola-branca já lavada e começou a picar em brunoise

— Você é uma Chef – minha mãe falou simples como se aquilo explicasse todos os motivos da sua insegurança na cozinha

Oh Lucia, eres una gran cocinera. Estoy seguro de que cocinas mejor que yo. – proferiu em espanhol fazendo minha mãe sorrir.

— Se você está dizendo, Chef

— Pode confiar. – tocou o ombro da minha mãe

Meu pai estava do outro lado da mesa fazendo guacamole com Ella. A menor vestia apenas uma calcinha, e sua cara era coberta por farinha de trigo, tinha as pernas cruzadas e se encontrava sentada sobre a madeira escura. Papai explicava os ingredientes a ela que de vez em quando colocava o dedo no pote e levava a boca quando o mais velho não via. Eu me segurava para não rir, da esperteza da criança.

Ao meu lado, Aria cortava algumas verduras para fazer uma salada bem colorida.

Olhei para todos eles. Mamá e minha namorada conversavam sobre assuntos culinários. Papá e sua neta do coração, conversavam sobre coisas que eu não sabia, mais tinha noção que era alguns fatos curiosos da parte daquele pequeno ser humano. E Aria ao meu lado, que se mantinha bastante concentrada no que fazia.

Em pouco tempo, meus pais pegaram um afeto muito grande por Arizona, a tratava como se fosse da família e uma verdadeira filha. Era muito bom ter uma namorada que se dá bem com meus pais. Isso facilitava muito as coisas. A pequena Ella, apesar de não ter meu sangue, a considerava como filha, a amava como uma filha. E meus pais caíam de amores pela menina. Mas também quem não iria se apaixonar? Era só ver aqueles olhinhos azulados e as bochechas coradas, que até o coração mais gelado, se aqueceria.

Nonna! Nonna! – Ella chamou a atenção da minha mãe – olha o que eu fiz com o Nonno — a menor mostrou o nariz de papai todo lambuzado de guacamole, arrancando risadas dos mais velhos.

Olhei para Arizona, e a loira se mantinha calada e até um pouco espantada pelo o que a filha acabara de chamar meus pais. Vovó e Vovô.

— Filha...

— Tá tudo bem, Arizona. Eu e Carlos que dissemos para ela nos chamar assim – tranquilizou minha mãe

Já tinha se passado dois dias do meu pedido de namoro a Arizona, e claro que não poderia deixar de contar aos meus pais que ficaram super felizes, porém, a loira não tinha noção que os sogros já sabiam.

— Como diz em espanhol, pequeña? – perguntou Aria

— É... – colocou a mão no queixo – Abuela – olhou para mamá – E... Abuelo – finalizou olhando para papá

— Isso mesmo, garotinha esperta. Aprendi rápido. Bate aqui! – minha irmã foi até a menor e as duas fizeram um High Five

— Olha só, o orgulho da família. – papai bagunçou os cabelos da menina.

Uma Nova de Vida - Tempero da Alma e Suas Nuances (Livro I) #CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora