🍒 Chocolate Branco

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ARIZONA ROBBINS

Nenhum lugar para correr
Não há lugar para se esconder
Isso é loucura, loucura, loucura

(...)

— Ella! – chamei minha filha – Ella! – gritei outra vez e nada – Ella! – desci as escadas – Mio Dio! Dov'è questo bambina?

A procurei pela sala, cozinha e nada, fui até a piscina e lá estava ela colocando o pé na água.

— Ei.... – chamei sua atenção – o que tá fazendo? – me aproximei

— Nada mom – negou com a cabeça e se afastou da beira da piscina

— O que eu sempre digo, filha? – me agachei na sua altura

— Eu no posso ficar perto da piscina sem a presença de um adulto – disse mexendo os dedinhos

— E quem é esse adulto? – inquiri

La signora – respondeu e tocou a maçã do meu rosto com a ponta do dedo indicador

— Exatamente. Você não pode ficar perto da piscina, sem a minha presença, das suas madrinhas ou de alguém que você conhece. – coloquei uma mecha do seu cabelo para trás – agora vamos tomar banho e esperar Laura chegar!

A levei para o banheiro, dei-lhe um banho e como sempre, com muita espuma. Mas dessa vez foi rápido, Ella não escondia a cara de empolgação.

Mom, posso escolher minha roupa hoje? – perguntou quando saímos da banheira.

– falei, ela foi até o closet e eu fui atrás. A menor escolheu uma calça jeans bordada com flores, camisa branca estampada de borboletas e babado nas mangas, e uma botinha vermelha. – é só isso?

— Sí. – respondeu – mom? – chamou

— Diga! – falei colocando-lhe a calcinha

— Menina pode jogar bola, né? – perguntou-me. Parei o que estava fazendo para olhá-la

— porque esta fazendo essa pergunta? – indaguei curiosa com aquele questionando repentina.

— lá na escola tem um menino que diz que bola não é brinquedo de menina – suspirei e sentei ao seu lado

— Quem é ele? – perguntei

— o nome dele é Gustavo. – respondeu

— Ele sempre fala isso? – perguntei vendo ela balançar os pés.

— Sim.

— Quando ele falar isso, diga que ele está errado. Meninas podem brincar com qualquer brinquedo e podem praticar qualquer esporte.

Eu não culpo o menino por falar essas coisas. Crianças não nascem odiando, nem nascem preconceituosas, nem racistas, homofóbicas ou com atitudes machistas. Se uma coisa dessa sai da boca de uma criança, é porque ela escutou de algum adulto. Se a criança tem comportamentos errados como, falares palavrões; desrespeitar os mais velhos; fazer gestos obscenos, é porque viu algum adulto fazer. E o pior é, que muitas das vezes, esses maus exemplos estão dentro de casa, infelizmente.

— Está ouvindo tesoro? Você e qualquer menina pode fazer o que quiser!

Sí, mom – confirmou com a cabeça – somos mais fortes quando estamos unidas. – eu sorrir

— Sim, meu bem. Nunca deixe ninguém dizer o que deve ou não fazer. Nem mesmo eu! Está me ouvindo? – passei a mão em seus cabelos e ela me olhou confusa.

Uma Nova de Vida - Tempero da Alma e Suas Nuances (Livro I) #CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora