ARIZONA ROBBINS
Nenhum lugar para correr
Não há lugar para se esconder
Isso é loucura, loucura, loucura(...)
— Ella! – chamei minha filha – Ella! – gritei outra vez e nada – Ella! – desci as escadas – Mio Dio! Dov'è questo bambina?
A procurei pela sala, cozinha e nada, fui até a piscina e lá estava ela colocando o pé na água.
— Ei.... – chamei sua atenção – o que tá fazendo? – me aproximei
— Nada mom – negou com a cabeça e se afastou da beira da piscina
— O que eu sempre digo, filha? – me agachei na sua altura
— Eu no posso ficar perto da piscina sem a presença de um adulto – disse mexendo os dedinhos
— E quem é esse adulto? – inquiri
— La signora – respondeu e tocou a maçã do meu rosto com a ponta do dedo indicador
— Exatamente. Você não pode ficar perto da piscina, sem a minha presença, das suas madrinhas ou de alguém que você conhece. – coloquei uma mecha do seu cabelo para trás – agora vamos tomar banho e esperar Laura chegar!
A levei para o banheiro, dei-lhe um banho e como sempre, com muita espuma. Mas dessa vez foi rápido, Ella não escondia a cara de empolgação.
— Mom, posso escolher minha roupa hoje? – perguntou quando saímos da banheira.
— Sí – falei, ela foi até o closet e eu fui atrás. A menor escolheu uma calça jeans bordada com flores, camisa branca estampada de borboletas e babado nas mangas, e uma botinha vermelha. – é só isso?
— Sí. – respondeu – mom? – chamou
— Diga! – falei colocando-lhe a calcinha
— Menina pode jogar bola, né? – perguntou-me. Parei o que estava fazendo para olhá-la
— porque esta fazendo essa pergunta? – indaguei curiosa com aquele questionando repentina.
— lá na escola tem um menino que diz que bola não é brinquedo de menina – suspirei e sentei ao seu lado
— Quem é ele? – perguntei
— o nome dele é Gustavo. – respondeu
— Ele sempre fala isso? – perguntei vendo ela balançar os pés.
— Sim.
— Quando ele falar isso, diga que ele está errado. Meninas podem brincar com qualquer brinquedo e podem praticar qualquer esporte.
Eu não culpo o menino por falar essas coisas. Crianças não nascem odiando, nem nascem preconceituosas, nem racistas, homofóbicas ou com atitudes machistas. Se uma coisa dessa sai da boca de uma criança, é porque ela escutou de algum adulto. Se a criança tem comportamentos errados como, falares palavrões; desrespeitar os mais velhos; fazer gestos obscenos, é porque viu algum adulto fazer. E o pior é, que muitas das vezes, esses maus exemplos estão dentro de casa, infelizmente.
— Está ouvindo tesoro? Você e qualquer menina pode fazer o que quiser!
— Sí, mom – confirmou com a cabeça – somos mais fortes quando estamos unidas. – eu sorrir
— Sim, meu bem. Nunca deixe ninguém dizer o que deve ou não fazer. Nem mesmo eu! Está me ouvindo? – passei a mão em seus cabelos e ela me olhou confusa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Nova de Vida - Tempero da Alma e Suas Nuances (Livro I) #CONCLUÍDA
RomanceLivro I ''E foi ali, no meio daquela confusão de gritos e correria que a vi pela primeira vez. Juro que no momento que sua silhueta curvilineá surgiu no meu campo de visão, tudo parou. Os barulhos cessaram e as pessoas ao redor ficaram em câmera len...